NOVO COMUNICADO AOS SERVIDORES DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL

PREFEITURA DE SÃO PAULO

A Secretaria Municipal de Educação vem à comunidade de educadores, alunos e famílias informar o que segue.

Em continuidade ao processo de negociações estabelecido pelo Governo Municipal com os servidores, foi realizada em 3 de maio a segunda reunião da Mesa Setorial da Educação com a participação das cinco entidades sindicais representativas dos servidores com pauta definida.

O Governo Municipal tem mantido negociações com os profissionais da Educação e pretende atender os principais pleitos da categoria. Esta administração municipal assumiu o compromisso e vai conceder o reajuste de 10,19% já para o mês de maio deste ano e outro de 13,43% para maio de 2014.

Além desses aumentos garantidos para a categoria ainda se somam a outra proposta de reajuste pelo Governo Municipal, que atingirá todos os servidores, de 0,82%, retroativo a novembro de 2011.

Atendendo aos pleitos das entidades sindicais, na sexta-feira, 3 de maio, na Mesa Setorial da Educação, foi garantida aos educadores a publicação do decreto do Prêmio de Desempenho Educacional (PDE). O valor a ser pago através do PDE será de R$ 2.400,00, em duas parcelas: em junho deste ano e em janeiro de 2014 (proporcional à jornada) .

A Prefeitura garantiu ainda que apresentará à Câmara Municipal, até o final de junho um Projeto de Lei que dispõe sobre a criação de duas referências adicionais do quadro da carreira do Magistério.

PCCS

Além dos aumentos específicos para a categoria, outros reajustes propostos para todos os servidores do município incluem servidores da Educação:

– Aumento de 71,4% no padrão de vencimentos do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) nível básico, de R$ 440,39 para R$ 755,00;

– Aumento de 79,8% no piso de todos os servidores de nível básico, de R$ 630,00 para R$ 1.132,50;

– Aumento de 42,5% no padrão de vencimentos do PCCS nível médio, de R$ 645,74 para R$ 920,00;

– Aumento de 42,5% no piso de todos os servidores de nível médio e superior, de R$ 968,61 para R$ 1.380,00.

Essas propostas são uma demonstração clara do nosso compromisso com o diálogo permanente com os educadores, com a sua efetiva valorização e com a educação de boa qualidade como um direito de todos.

Um alvará não torna uma casa noturna segura em São Paulo

Por conta da estúpida e dolorosa tragédia dos 231 mortos em Santa Maria (RS), muito se discute sobre a falta de alvará para funcionamento da boate que pegou fogo.

Não posso dizer como ocorre em Santa Maria, mas em São Paulo, que congrega a maior quantidade de casas noturnas do país, um alvará pode não significar absolutamente nada. Há locais que o possuem e estão dentro das normais. Mas outras totalmente irregulares também contam com o documento. Uma das razões é a velha e conhecida máfia que se estabelece em torno do processo de emissão e fiscalização de licenças de bares, restaurantes e casas noturnas na cidade.

Muitos já se escreveu sobre isso: de diretores de órgão públicos que ficaram milionários dando licenças para grandes empreendimentos, shopping centers que funcionam sem poder funcionar até funcionários que reclamam de perseguição (quando pedem propina para continuar o trabalho). O fato é que qualquer prefeito que tentar mudar essa realidade, desburocratizando e digitalizando os processos de obtenção de certidões e licenças e punindo os servidores públicos corruptos, por exemplo, é bem capaz de cair antes da própria máfia.

Sob o impacto do que ocorreu em Santa Maria, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad determinou a criação de uma comissão para verificar se a legislação para prevenção de incêndios em locais fechados está adequada à cidade, aprofundar a atuação do poder público e evitar que tragédias semelhantes ocorram. Agora, precisa combinar isso com os russos, como diria Garrincha. Porque lei é letra morta se a fiscalização não operar de acordo com ela.

Conversei com envolvidos com essa rede que pediram para não serem identificados. Para obter uma licença de funcionamento, bares, restaurantes e casas noturnas têm que apresentar à Prefeitura de São Paulo uma série de documentos, como por exemplo, certidão da instalação de gás, laudo de acústica, um vistoria dos bombeiros…

O problema é que, não raro, você apresenta tudo, mas o status segue “em análise”. Até que, um dia, um fiscal aparece e te multa por funcionamento sem licença.

– Ah, sim temos um problema de morosidade dos processos aqui na repartição, mas você só poderia funcionar depois que tivesse a obtido sua licença.

Funcionar sem licença é errado, claro. Mas funcionários do próprio Estado criam dificuldades para o andamento do processo para vender facilidades.

Tudo bem, vamos pelo comportamento correto. Você aluga um imóvel, tira todas as certidões e espera a prefeitura conceder o documento antes de abrir o seu bar. Muitas vezes, a prefeitura simplesmente não se manifesta. Depois de um ano, as certidões vencem. Ou “são vencidas” pelo tempo.

– Poxa, não sei o que está acontecendo. Já gastei milhares de reais em aluguel jogado fora sem abrir a minha casa noturna, sendo que está tudo ok em questões de segurança. Ninguém me dá um prazo! E se demorar mais seis meses, vou ter jogado meu dinheiro fora.
– Vou te ajudar. Liga para esse engenheiro aqui, o Robervias. Ele resolve tudo para você. O cara é bom.

Aí você liga e o sujeito aparece para uma reunião.

– Olha, o alvará de casa noturna nesta região custa R$ 30 mil.
– Como é que é? Mas não deveria ser gratuito?
– Hehehe. Não é bem assim que as coisas funcionam.
– Ah, mas meu estabelecimento está de acordo com a lei. Prefiro continuar tentando.
– Boa sorte, então.

E as certidões continuam a vencer depois de um ano sem que alguém as analise.

Por vezes, o dono do estabelecimento não possui todas as certidões. Alguns querem economizar com a insegurança alheia. É um pára-raios que falta aqui, uma saída de emergência fora do padrão ali, extintores de incêndio em número insuficiente, um isolamento térmico que não existe. Elementos que deveriam impedir o funcionamento de qualquer lugar que reúna multidões. Nesse caso, um pagamento pode resolver.

– Então, estou meio irregular, sabe?
– Vai custar R$ 35 mil para resolver tudo, incluindo o alvará. Pode confiar. Quando sair no Diário Oficial, você me paga.
– E o que garante que, uma vez emitida a licença, eu não dê um calote em você?
– Hahaha. Você não vai.

O número daqueles que se beneficiaram dessa prática, sendo empurrados para isso como alternativa oara existir ou que buscaram economizar comprando o direito de funcionar, é tão grande que revelar todas as histórias significaria rever uma quantidade significativa dos estabelecimentos comerciais da cidade. Porque, na prática, poucos são os que tiraram alvará sem passar por uma das situações aqui descritas. Isso significaria fechar alguns, refazer o projeto de outros. Lembrando que, quanto maior o estabelecimento, menor as chances de adequação depois de aberto. Por que? É o poder econômico, estúpido! É só pegar os casos que foram trazidos a público pela mídia e ver que fim deu.

Enquanto isso, pessoas que analisam tragédias dizem que é necessário reforçar a fiscalização e criar novas leis. Com as conhecidas denúncias contra a fiscalização de estabelecimentos urbanos que temos no Brasil? Sem combater a corrupção antes? Isso seria enxugar gelo. Há funcionários públicos que não compactuam com isso. Outros fazem vistas grossas para sobreviver na selva. E, claro, parte deles é do esquema. Portanto, melhor seria “refazer” a estrutura, praticamente a partir do zero, criando processos transparentes e rápidos e impedindo a política do “faz-me rir”.

São Paulo não é marcada por grandes tragédias em incêndios de casas noturnas, apesar da profusão delas. Mas fica a pergunta: uma cidade como a nossa está preparada para garantir que isso não vá ocorrer de fato? É possível resolver o drama da fiscalização, no sentido de que ela garanta segurança a quem utiliza os estabelecimentos comerciais e os locais públicos da cidade? Ou São Paulo continuará bradando seu moralismo hipócrita de que é preciso manter nossos jovens seguros, criando regras para inglês ver e escondendo a cabeça debaixo da terra quando investimentos tiverem que ser feitos para adequar negócios à lei?

Haddad congela 12% do orçamento, ou R$ 5,2 bilhões

Corte vai afetar principalmente projetos ainda sem recursos assegurados, emendas parlamentares e verba para gastos internos

O prefeito Fernando Haddad (PT) congelou R$ 5,2 bilhões do orçamento, ou 12,3% da arrecadação estimada para este ano. A revisão reduziu a previsão de R$ 42 bilhões para R$ 36,8 bilhões. A suspensão de gastos vai atingir diretamente projetos em andamento ou prometidos pela atual gestão até que a receita de recursos se confirme. A ordem é tocar apenas obras que tenham dinheiro reservado em caixa ou sejam consideradas prioridade, especialmente nas áreas de Saúde e Educação.

O contingenciamento será oficializado em decreto que deve ser publicado hoje no Diário Oficial da Cidade. Nele, o governo também define a suspensão do pagamento de R$ 700 milhões em emendas parlamentares, além de corte de 50% em despesas internas, como compra de equipamentos e mobiliário. Os secretários já foram avisados ontem que terão de economizar.

A lógica definida pela Prefeitura segue determinação de Haddad: só terão projetos executados os secretários que conseguirem verba para viabilizá-los. Essa é a primeira condição para obter o “descongelamento” dos recursos. A segunda diz respeito à economia possibilitada pelas propostas. Quem conseguir reduzir custeios terá preferência.

Nesse conceito, está congelado o projeto de construir mais 84 km de corredores de ônibus – os 66 km já licitados serão mantidos -, assim como todas as obras viárias prometidas na campanha. O chamado “Arco do Futuro”, que prevê construção de avenidas, por exemplo, tem custo estimado em R$ 20 bilhões, ainda não arrecadados.

O congelamento é tratado como natural pela gestão Haddad, que afirma não ter pessimismo em relação à capacidade de arrecadação do Município, mas apenas visar a um controle maior dos gastos. A expectativa é de que os recursos possam ser liberados paulatinamente, sendo reforçados por transferências estaduais e federais. Estima-se ainda obter verbas com empresas a partir de Parcerias Público-Privadas (PPPs).

No ano passado, segundo a Secretaria de Finanças, o então prefeito Gilberto Kassab (PSD) contingenciou 12,7% do orçamento.

Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, o vereador Milton Leite (DEM) considera a decisão de Haddad acertada. “É uma medida de cautela excelente”, afirmou.

Prefeito eleito apresentou seus futuros secretários dos Transportes, Jilmar Tat to, e da Saúde, José de Filippi Júnior, ambos deputados federais pelo PT paulista

Lastimável a falta de compromisso com a saúde pública expressa na dubiedade de posições em relação às OSs da parte do prefeito eleito Fernando Haddad. Veja a matéria publicada na Rede Brasil Atual.

 

Haddad diz que novas unidades de saúde em São Paulo terão administração pública Prefeito eleito apresentou seus futuros secretários dos Transportes, Jilmar Tatto, e da Saúde, José de Filippi Júnior, ambos deputados federais pelo PT paulista Por: Raimundo Oliveira, da Rede Brasil Atual Publicado em 14/11/2012, 19:50      Tatto (à esquerda) e Filippi (à direita) estão entre os sete nomes confirmados até agora por Haddad (centro) (Foto: Amauri Nehn/Brazil Photo Press/Folhapress) São  Paulo – O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), reafirmou em entrevista coletiva no final da tarde de hoje (14) que novas unidades de saúde construídas pela prefeitura durante sua gestão serão administrada pelo poder público. Ao anunciar os novos secretários de Saúde e de Transportes, ele esclareceu ainda que um provável aumento no valor da tarifa de ônibus no transporte público no próximo não deverá ficar acima da inflação. Questionado pelos jornalistas presentes ao anúncio, Haddad voltou a um debate surgido durante o segundo turno da campanha eleitoral para afirmar que não tem nenhum problema em relação às Organizações Sociais de Saúde (OSS), que administram hospitais e unidades saúdes no estado e na cidade, e que algumas delas prestam serviços de excelente qualidade, mas reiterou a necessidade de fazer ajustes. “O sistema de regulação entre estado e município, por exemplo, não conversa, e aí tem um absenteísmo tremendo, em cerca de 30% das consultas as pessoas faltam. Na contratação dos médicos não há padrão, não tem um mecanismo para evitar canibalismo entre as OSS”, disse. Haddad também afirmou que até que seja encontrado um padrão ideal de atuação pelas OSS, novas unidades de saúde terão exclusivamente administração pública. “Tem uma série de providências que devem ser tomadas (na área da Saúde). No caso de unidades de atendimento, se formos ampliar com centro cirúrgico e diagnóstico por imagem talvez não seja recomendado que seja pelo atual sistema de gestão.Vamos buscar eficiência”, disse. Secretários Ele explicou que a escolha dos deputados federais Jilmar Tatto e José de Filippi Júnior, respectivamente para as pastas de Transportes e de Saúde, foi uma decisão pessoal, tomada em função das qualidades em gestão pública dos indicados Tatto foi secretário de Transportes na gestão de Marta Suplicy (PT) à frente da prefeitura de São Paulo (2001 a 2004) e também comandou as pastas de Abastecimento, Implantação das Subprefeituras e de Governo. Filippi Júnior foi três vezes prefeito de Diadema (entre 1993 e 1996, de 2001 a 2004 e de 2005 a 2008). “Ele [Tatto] foi um dos responsáveis pela implantação do Bilhete Único na cidade, pelos corredores de ônibus durante o governo da Marta. Conheço o trabalho do Filippi e do Tatto, sou admirador dos dois”, disse. Segundo ele, a orientação agora é que o vereador petista Antonio Donato, futuro secretário de Governo e coordenador da equipe de transição, coloque Tatto e Filippi em contato com os atuais secretários de Transportes e da Saúde para que eles se informem sobre as pastas e sobre os programas e projetos em andamento.  Na área de Transportes, por exemplo, Haddad citou as licitações em andamento para a construção de 66 quilômetros de corredores e as parcerias entre a prefeitura e o governo estadual nas obras de construção do monotrilho e de linhas do Metrô.

Haddad diz que novas unidades de saúde em São Paulo terão administração pública

Por: Raimundo Oliveira, da Rede Brasil AtualTatto (à esquerda) e Filippi (à direita) estão entre os sete nomes confirmados até agora por Haddad (centro) (Foto: Amauri Nehn/Brazil Photo Press/Folhapress)
 

O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), reafirmou em entrevista coletiva no final da tarde de hoje (14) que novas unidades de saúde construídas pela prefeitura durante sua gestão serão administrada pelo poder público. Ao anunciar os novos secretários de Saúde e de Transportes, ele esclareceu ainda que um provável aumento no valor da tarifa de ônibus no transporte público no próximo não deverá ficar acima da inflação.

Questionado pelos jornalistas presentes ao anúncio, Haddad voltou a um debate surgido durante o segundo turno da campanha eleitoral para afirmar que não tem nenhum problema em relação às Organizações Sociais de Saúde (OSS), que administram hospitais e unidades saúdes no estado e na cidade, e que algumas delas prestam serviços de excelente qualidade, mas reiterou a necessidade de fazer ajustes. “O sistema de regulação entre estado e município, por exemplo, não conversa, e aí tem um absenteísmo tremendo, em cerca de 30% das consultas as pessoas faltam. Na contratação dos médicos não há padrão, não tem um mecanismo para evitar canibalismo entre as OSS”, disse.

Haddad também afirmou que até que seja encontrado um padrão ideal de atuação pelas OSS, novas unidades de saúde terão exclusivamente administração pública. “Tem uma série de providências que devem ser tomadas (na área da Saúde). No caso de unidades de atendimento, se formos ampliar com centro cirúrgico e diagnóstico por imagem talvez não seja recomendado que seja pelo atual sistema de gestão.Vamos buscar eficiência”, disse.

Secretários
Ele explicou que a escolha dos deputados federais Jilmar Tatto e José de Filippi Júnior, respectivamente para as pastas de Transportes e de Saúde, foi uma decisão pessoal, tomada em função das qualidades em gestão pública dos indicados Tatto foi secretário de Transportes na gestão de Marta Suplicy (PT) à frente da prefeitura de São Paulo (2001 a 2004) e também comandou as pastas de Abastecimento, Implantação das Subprefeituras e de Governo. Filippi Júnior foi três vezes prefeito de Diadema (entre 1993 e 1996, de 2001 a 2004 e de 2005 a 2008). “Ele [Tatto] foi um dos responsáveis pela implantação do Bilhete Único na cidade, pelos corredores de ônibus durante o governo da Marta. Conheço o trabalho do Filippi e do Tatto, sou admirador dos dois”, disse.

Segundo ele, a orientação agora é que o vereador petista Antonio Donato, futuro secretário de Governo e coordenador da equipe de transição, coloque Tatto e Filippi em contato com os atuais secretários de Transportes e da Saúde para que eles se informem sobre as pastas e sobre os programas e projetos em andamento.

Na área de Transportes, por exemplo, Haddad citou as licitações em andamento para a construção de 66 quilômetros de corredores e as parcerias entre a prefeitura e o governo estadual nas obras de construção do monotrilho e de linhas do Metrô.

Corregedoria suspeita que policiais venderam dados de PMs a bandidos #ViolênciaemSP

Da Folha de S.Paulo

A Corregedoria da Polícia Militar suspeita que policiais entregaram a criminosos uma listagem com nomes completos, endereços residenciais e telefones de quase cem PMs que atuam na Grande SP.

Segundo a apuração do órgão, a venda dos dados foi feita por R$ 8.000. A listagem teria sido retirada do 35º Batalhão da PM de Itaquaquecetuba, e as informações seriam usadas por membros da facção criminosa PCC para cometer atentados contra policiais e/ou seus familiares.

A Folha tentou ouvir o comandante-geral da PM, Roberval França, mas ele não se manifestou. Por meio do Centro de Comunicação Social, a PM informou que “todos os detalhes envolvidos na investigação não podem ser divulgados para não atrapalhá-la”.

Neste ano, 93 PMs foram assassinados no Estado. Parte das mortes, segundo investigações, ocorreram como retaliação a prisões ou mortes de criminosos por policiais.

As ordens para os assassinatos em série de PMs partiram de chefes do grupo criminoso que estão abrigados em penitenciárias paulistas.

Em agosto, agentes penitenciários apreenderam um celular usado por um detendo ligado ao PCC no qual havia uma listagem com as informações sobre policiais.

Dias depois, a Corregedoria fez uma busca no batalhão de Itaquaquecetuba e recolheu três computadores de onde suspeita-se que a lista tenha sido vazada. Essa listagem, sigilosa, é utilizada para a convocação de PMs em situações de urgência.

A lista foi distribuída, segundo a apuração, entre criminosos do PCC por meio da rede social Facebook em um “salve”, nome dado a uma ordem dos chefes da facção.

Em outubro, a Folha mostrou que o PCC incluía em livro-caixa pagamentos a policiais civis e acordos com PMs.

Em um comunicado, os chefes pedem que outros criminosos busquem informações com os “PMs que roubam com a gente”, porque só eles teriam os dados que eles precisavam. Não fica claro, porém, se o pedido se refere a endereços de policiais.

“É extremamente preocupante criminosos terem acesso à lista. É entregar o ouro para o bandido. Os PMs e seus familiares ficam mais expostos”, disse o presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM, Wilson Morais.

GÊMEOS

No dia 30 de outubro, outra lista com nomes de policiais foi apreendida na favela Paraisópolis (zona sul) com dois gêmeos de 17 anos.

Ela tinha nomes ou apelidos de seis policiais, além de detalhes de lugares que eles frequentavam e anotações sobre tráfico de drogas.

PSD, de Kassab, indica apoio a Haddad dois dias após eleição

Quando fundou o PSD, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse que o partido não seria “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro.” Nesta terça-feira 30, o partido fez jus à ideia do seu criador. Sua bancada de sete vereadores, que apoiou José Serra (PSDB) nas eleições, deixou claro o apoio ao prefeito eleito da cidade, Fernando Haddad (PT). Os vereadores fizeram isso ao anunciar a manutenção da parceria com o PSB, que apoiou a candidatura de Haddad e apoiará o petista como prefeito.

Pouco importa se até hoje os vereadores apoiem a administração de Kassab, que também fez campanha por Serra. A partir de janeiro, dizem, irão trabalhar para o petista. O apoio do PSD garante a Haddad a maioria da Câmara Municipal, necessária para eleger o presidente da Casa e aprovar de projetos prometidos, como a criação do bilhete único mensal e o fim da taxa de inspeção veicular.

Durante o processo eleitoral, Kassab não apenas apoiou o tucano José Serra como indicou o seu vice, Alexandre Schneider. Nesta terça, após encontrar o novo prefeito da cidade, o atual prefeito disse que “São Paulo com certeza estará em ótimas mãos”. Ele disse, porém, que não sabia qual seria a postura dos vereadores do seu partido.

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Kassab decidiu apoiar o PSDB nas eleições depois que Serra, seu padrinho político, anunciou a candidatura. Antes disso, Kassab vinha sendo cortejado pelo PT. Sua administração foi alvo de duras críticas dos petistas durante toda a campanha eleitoral. Entre as críticas, Haddad chegou a dizer que faltava “comando e transparência” na administração e que Serra escondia Kassab devido à sua baixa popularidade.

Abaixo, a íntegra da nota distribuída pela bancada do PSD na Câmara:

Os vereadores do bloco parlamentar PSB-PSD na Câmara Municipal de São Paulo decidiram, nesta data, manter sua atuação conjunta no Parlamento da cidade, através da qual têm procurado melhor defender os interesses da população de São Paulo. Nesse sentido, esperam contribuir para que a nova administração possa dar continuidade à busca de soluções para os complexos problemas de nossa metrópole.

Neste domingo, o Brasil se chama São Paulo


Em São Paulo e em Campinas, o eleitor foi apresentado a dois candidatos do PT que deram rosto a algo que faz sentido nas suas vidas. Assim não fosse, essas candidaturas não se sustentariam. Uma prova da fragilidade das imagens descarnadas é o desastre espetacular chamado Russomano, um pedagógico exemplo de que rosto e espetáculo não constituem nem ameaçam o poder. É porque o que eles representam faz sentido e está presente nas vidas dos eleitores que as suas candidaturas não apenas cresceram, como floresceram e apontam para uma inesperada e bem vinda renovação do PT, e justamente no estado de São Paulo, o reduto da hoje crepuscular oposição.

Katarina Peixoto

Prestem atenção, nem que por misericórdia, nestas afirmações: Lula é o grande derrotado das eleições de 2012; o grande vencedor é Eduardo Campos, ele foi até assunto na The Economist; o PT acabou: o julgamento do mensalão pôs um fim à hegemonia que saqueou o estado brasileiro e mergulhou a sociedade num pesadelo de corrupção; você vai querer me dizer que o PT é inocente? Ora veja, para condenar alguém, numa acusação de quadrilha, não se precisa de prova direta e, vale dizer, boato e fofoca têm a mesma eficácia de prova direta. Quantos anos de cadeia para esses corruptos? 40, 15, muito pouco. Vejam, Dilma não pode ser confundida com Lula: o seu governo é medíocre e a sua possibilidade de acumular votos ou apoio não pode depender de um partido que está praticamente derrotado e será destruído, com o julgamento do mensalão. Agora, Aécio entrou de vez na campanha municipal deste ano; Aécio, não um poste qualquer, uma pessoa que nada tem a ver com o jogo, um neófito, esse Márcio Pochmann, por exemplo.

Nenhuma dessas coisas foi inventada por mim. Todas foram ditas, com mais ou menos literalidade, pelos colunistas políticos que se dedicam, segundo falam, a noticiar e comentar os principais “fatos” políticos. A relação semântica entre o que é dito acima e a realidade político-eleitoral que se encerra amanhã, no Brasil, é de pane total. Uma perspectiva ingênua, crente no sonho de Montesquieu da tripartição dos poderes do estado, poderia argumentar que a independência do judiciário em relação ao andar das coisas no executivo e no legislativo do país explicaria a aparente falta de relação entre esse julgamento e o atual processo eleitoral. Mas se tem uma coisa que ninguém que pretenda respeitar o esclarecimento pode reivindicar, a título de qualquer tentativa de defesa, a estas alturas, é a ingenuidade.

A inocência é o pior dos defeitos que se pode cultivar na luta pelo esclarecimento. Se tem algo de irredutível na experiência de dois mandatos e meio do PT na presidência da república é isso. A Política, como se sabe, habita e contamina o reino que se situa entre a inocência perdida e a delinquência negada. Não é requerido e é mesmo indevido que se espere que monopólios ou veículos de comunicação que emprestam carros a sessões de tortura digam a verdade ou tenham respeito pela realidade. Monopólio e tortura são propriedades da delinquência. Tampouco é requerido e menos ainda devido que se abrace a delinquência em nome de uma amadurecida não-inocência inventada em contraposição a uma igualmente inventada propriedade angelical que teria estado presente em algum momento do passado do PT ou da esquerda. Quer dizer, não é a Rede Globo e a Folha de São Paulo que devem ser exigidos e denunciados como delinquentes, enquanto se louva o obscurantismo inventado para combater uma inocência jamais havida. É com isso em mente que faz sentido dizer que é o governo federal, na terceira gestão de um projeto político, o grande vencedor com a sigla partidária do PT, nestas eleições.

E é em São Paulo e em Campinas que essa tese ganha força. É em duas candidaturas oriundas não do PT como partido político, mas das experiências Lula e Dilma, que se torna irredutível o tamanho da vitória que se avizinha. Demorou, mas o Brasil chegou em São Paulo e, neste domingo, as duas maiores cidades do estado de São Paulo e uma das maiores cidades do mundo se aproximam de uma eleição nacional. Amanhã, o nome do Brasil é São Paulo. E não é justo nem verdadeiro dizer que Lula é o grande vencedor destas duas irredutíveis vitórias políticas, a serem eleitoralmente confirmadas, neste domingo.

Fernando Haddad e Márcio Pochmann podem se tornar prefeitos não porque Lula os escolheu e os pôs lá, como fossem bonecos ou “postes”. Esses dois doutores, oriundos da universidade pública brasileira, são de uma geração política que se tornou dirigente nos governos petistas de Marta (caso de Pochmann) e de Lula.

Haddad se tornou conhecido porque foi um bom ministro da Educação. Pochmann, porque transformou o IPEA e porque, em momento algum, parou de pensar o tamanho dos problemas do país que acompanham ou interpelam os seus avanços. Haddad é o gestor responsável pela mudança na universidade brasileira e na relação desta com a cidadania. Será preciso décadas ainda para que o impacto das cotas, da ampliação dos campi e do número de vagas nas universidades públicas e do PROUNI seja analisado com o tamanho e a força civilizatória devidos. Por ora, o que há são dados preliminares e uma mudança de paisagem e de produtividade no ensino e pesquisa universitária brasileira, que poderiam estar melhor, com servidores e professores mais bem remunerados, mas que, de fato, saiu da treva em que o tucanato os tinha afundado.

Pochmann se tornou conhecido por sua atividade intelectual e como pesquisador, sobretudo a partir da presidência bem sucedida no IPEA. E isso, por si só, torna a sua candidatura extraordinária; é como se a República de Platão fosse, de uma maneira a um só tempo promissora e historicizada, instanciada numa candidatura que abraça o líder popular e a atual presidenta e defende como programa de governo “uma cidade do conhecimento”.

Sim, é preciso uma certa misericórdia para escutar ou ler ou assistir à turma que comunica e desinforma a respeito desses fatos. O que a candidatura de Haddad e a de Pochmann representam não é o PT, apenas, não é a esquerda, enquanto tal; eles representam uma experiência de governo: as suas campanhas são campanhas que se estruturam com programas referidos e reivindicados num governo, numa experiência governamental. Lula e Dilma são cabos eleitorais porque eles, os candidatos, trabalharam junto, num governo, isso mesmo, num governo.

Nada nesse processo é trivial e menos ainda comum. Nunca aconteceu algo assim, dessa dimensão, em tão longevo período de estabilidade democrática, dentro das regras do jogo, portanto.

Em São Paulo e em Campinas, o eleitor foi apresentado a dois candidatos do PT que deram rosto a algo que faz sentido nas suas vidas. Assim não fosse, essas candidaturas não se sustentariam. Uma prova da fragilidade das imagens descarnadas é o desastre espetacular chamado Russomano, um pedagógico exemplo de que rosto e espetáculo não constituem nem ameaçam o poder. É porque o que eles representam faz sentido e está presente nas vidas dos eleitores que as suas candidaturas não apenas cresceram, como floresceram e apontam, hoje, para uma inesperada e bem vinda renovação do PT, e justamente no estado de São Paulo, o reduto da hoje crepuscular oposição.

Excelente entrevista de Luiza Erundina em que questiona apoio de Maluf e slogan do PT

FÁBIO ZAMBELI
DO PAINEL

Recém-indicada candidata a vice de Fernando Haddad (PT) à prefeitura paulistana, Luiza Erundina, 77, questiona o papel do provável aliado e adversário histórico Paulo Maluf (PP) na campanha e diz considerar o slogan petista, que valoriza o “novo”, preconceituoso contra os idosos.

Em entrevista exclusiva à Folha, concedida na noite de sexta-feira (15), minutos após ter seu nome formalizado pelo PSB, a ex-prefeita cobra que seu partido deixe as administrações de Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin.

Fabio Braga/Folhapress
Fernando Haddad e Luiza Erundina em evento em que PSB anunciou apoio ao petista
Fernando Haddad e Luiza Erundina em evento em que PSB anunciou apoio ao petista

Leia abaixo os principais trechos:

*

Folha – Em abril, a senhora se mostrava incomodada com a possibilidade de ser vice. O que mudou?

Primeiro, foi uma decisão partidária. Nenhum dos projetos políticos dos quais participei foi resultado de vontade pessoal. Foi o partido que construiu esta possibilidade e me consultou, me deixando à vontade. Eu entendi que era mais uma missão que me cabia. A direção nacional está muito envolvida. Isso me deu coragem, pois, se ganharmos, vou ter que deixar minha função parlamentar.

Qual foi o momento em que foi tomada a decisão? Qual era a dúvida?

Basicamente o mandato. É um mandato que se ocupa de questões estratégicas para o país, como a questão da democratização das comunicações, a construção de um novo marco regulatório.

A senhora tratou da regulação da mídia no discurso de hoje [sexta-feira]. É um tema a ser discutido na campanha?

Não, foi só para justificar a minha ausência dessa tarefa. Porque estou absolutamente certa de que vamos ganhar a eleição.

Que marca da sua gestão trará para a campanha de Fernando Haddad?

Já marquei um encontro com um grupo grande de pessoas que está um pouco afastada da atividade política desde o meu mandato. É um coletivo que vai definir a agenda, como participaremos. Isso vai dar o tom. Vai ser uma campanha criativa, nada burocrática, com alegria, tirando aquela caretice das campanhas tradicionais.

A senhora impôs alguma condição para aceitar?

A condição que eu fiz foi que houvesse consenso entre PT e PSB. Não quis entrar em divisão. Não estava disputando a condição de candidata a vice. Decidi isso porque nunca me omiti na minha vida política. Por mais difícil que fosse a tarefa, não me omiti. Imagina se eu ficasse fora do processo? Estou percebendo que as minhas bases estão vibrando, estão aprovando.

Em nenhum momento a senhora negociou sua participação no eventual governo?

Certamente não serei mera figurante. Nem na campanha e nem no governo. Não que eu pleiteie esta ou aquela pasta. Vamos gerenciar a cidade juntos, dividindo tarefas e mobilizando a sociedade. Acho que vou ser uma ponte entre o governo e os segmentos mais excluídos do foco do poder em São Paulo.

Sua participação é uma forma de resgatar seu legado, já que sua gestão na prefeitura terminou com baixa aprovação?

São tempos distintos. Eu não acho que saímos do governo com rejeição. Claro que rejeição sempre tem, sobretudo com os compromissos que assumimos. Devo ter contrariado interesses de segmentos que sempre foram beneficiados no governo. Sofri boicote, ameaças. O que me salvou foi o apoio popular. Tive problemas na Câmara porque tinha minoria. Para ter maioria, teria que fazer concessões éticas e morais. E isso eu não faço. Hoje, depois de 23 anos, nosso governo é mais reconhecido do que foi na época. Muitas políticas que adotamos naquele tempo estão consolidadas em outras administrações, de vários partidos.

A senhora diz que não fez concessões para ter maioria. E agora entra numa campanha que faz concessões para ter aliados e tempo de TV, atraindo personagens como Paulo Maluf, seu adversário histórico…

Esse é um problema de governos de coalizão. Eu tenho outra concepção de governo. Por mais que tenhamos dificuldades, se isso significar alguma restrição ao seus compromissos, eu acho que tem um preço que não vale a pena pagar por ele.

Mas qual é o limite?

Não tem esse limite. Do ponto de vista ético é absoluto esse limite. É uma questão difícil de ser administrada. Tem relação a tempo de TV e rádio, recursos, meios. Nós sobrevivemos numa cultura política bastante conservadora e permissiva do ponto de vista ético e moral e a nossa sobrevivência não é uma coisa fácil. Não é fácil ser fiel a isso.

A senhora se sentiria confortável participando de eventos ao lado de Paulo Maluf?

Eu não acredito que Paulo Maluf participará de eventos públicos junto comigo e junto com Haddad. Isso é contraproducente do ponto de vista eleitoral. Eu evitaria essa situação porque cria um certo mal-estar na relação com aquelas pessoas que tem mais ligação com o povo, que sabem quem é Maluf, que sabem quem é a direita nessa cidade, que ainda continua no poder reproduzindo os privilégios. Eu vejo assim. Isso tem uma questão de correlação de forças. Deve ser uma decisão de colegiado.

Vai participar deste colegiado?

Eu pretendo.

Se consultada, opinaria contra a participação dele?

Com certeza.

Em 2004, a senhora não quis apoiar Marta no segundo turno porque dizia que o debate eleitoral foi pobre, muito centrado no candidato do “bem” contra a candidata da “coragem”. Agora se desenha uma campanha cujos slogans transmitem um embate entre o “novo” e o “velho”. Não é uma discussão que a desagrada?

Estes valores não são pedagógicos numa campanha. Você termina negando uma realidade que é própria dessa sociedade. É uma sociedade em que a terceira idade cresce e exige uma nova postura e uma nova forma de ver o problema geracional. Não dá para se imaginar que a São Paulo de hoje é igual à de 30 anos atrás. Temos que estar antenados com o que a sociedade diz.

A senhora acha que esse slogan do “novo” é preconceituoso?

Sim, pode reforçar isso. É ruim porque pode reforçar preconceitos. Em partidos como os nossos temos que lutar para conquistar poder, mas temos que ter ação pedagógica. Para que a gente avance na perspectiva de um novo modelo de governo e de sociedade. É uma perspectiva de fazer um governo para o povo.

Espera uma campanha agressiva?

Erundina – Nesta fase já houve manifestações indelicadas, no mínimo. Falaram que eu ia terminar minha carreira política com essa tarefa, por exemplo…

A senhora está segura de que não é um papel menor ser candidata a vice para quem já foi prefeita?

Claro que não. Modéstia à parte, eu tenho o que contribuir. A cidade precisa da minha contribuição. E São Paulo não é uma cidade, é um país. O que acontece aqui determina, em grande medida, o que acontece no país. E nossa tarefa não é só administrar, o que nos diferencia é o respeito ao povo. E nos submetermos ao controle, à fiscalização e à avaliação popular. Eu mudei muito com aquela experiência dura, mas muito enriquecedora de administrar a cidade.

Aliados relataram desalento seu com a política recentemente. Pensou em encerrar a carreira depois de cumprir este mandato?

Há 13 anos estou na Câmara lutando pela reforma política. O quadro partidário brasileiro é um condicionante ao avanço da cultura política. Muitos partidos não vão além de siglas. Não têm critério para se aliar, para conviver, para participar de determinados processos. O sistema político concorre para isso. O quadro partidário está exaurido em propostas. Temos um esgotamento. Isso gera distorções e compromete a democracia representativa.

Ainda na seara partidária, as chagas com o PT foram curadas?

Não acho que ficaram chagas. Fui fundadora do PT e aprendi muito lá. O partido não havia acumulado até aquele momento em que saí uma situação de governo efetiva. No momento em que aceitei o convite de Itamar Franco para assumir uma pasta em seu governo… Se eu não fosse, iria me culpar por não ter contribuído institucionalmente naquele momento instável. Lamentavelmente nem todos discutiram o mérito. A política é a disputar de poder. E nisso as idiossincrasias, as diferenças se apresentam com muita força. Naquele momento me custou muito. Foi a ruptura com o partido que ajudei a fundar, minha primeira filiação partidária. Ter tido aquele julgamento do meu partido pelo fato de não ter seguido a orientação nacional foi duro.

Durante a campanha terá início o julgamento do mensalão. Sua figura é associada à rigidez ética, de valores. Há desconforto em estar numa campanha do partido que terá vários personagens importantes sob questionamento nacional?

Eu confio na Justiça. Quem deve tem que pagar, seja quem for, seja de que partido for. A justiça tem que se cumprir, pois é assim que se constrói maturidade política. Espero que a justiça se aplique adequadamente, sem nenhuma influência que seja o estrito cumprimento da lei, com base nas provas concretas. Tem que pagar se dever. Senão, tem que ser absolvida. A demora é um incômodo para quem está sob suspeita. Espero que no processo eleitoral isso não seja pretexto para se interferir na decisão do Supremo.

A senhora acredita na absolvição do ministro José Dirceu?

Erundina – Eu não tenho elementos e informações sobre isso. Por falta de tempo mesmo. Eu sei da minha responsabilidade na opinião pública e acredito que se fará justiça. Hoje temos mecanismos que nos dão segurança sobre o julgamento, que será aberto. Há condição de acompanhar o desempenho de juízes até da Suprema Corte inclusive pela internet. Confio na decisão.

O presidente Lula teve algum papel no convencimento para que a senhora aceitasse ser candidata?

Teve, sim. Eu recebi sinalizações de pessoas próximas dele de que era o desejo dele.

Mas não teve contato direto? Pretende procurá-lo?

Sou muito amiga do Lula, tenho um carinho e uma identidade até de origem com ele. Era sindicalista também e estivemos juntos em todas aquelas greves da década de 80. Temos cumplicidade política e um afeto grande um pelo outro.

A senhora conhece Fernando Haddad bem? Conhece há muito tempo?

Não. Ele esteve no governo, se não me engano da Marta. Mas não convivi muito naquela época. Acompanhei mais de perto no ministério. Acho que é um moço idealista, que tem potencial grande. Ao passar pelo crivo das urnas, terá melhores condições políticas para administrar.

Como deputada, como avalia a gestão dele à frente do Ministério da Educação?

Foi positiva, as dificuldades com o Enem, que ganharam repercussão, foram mais administrativas. Não podemos julgar apenas pelo aspecto administrativo. Temos que julgar pelo aspecto político também. Eu mesmo governei com esse lado predominantemente político. As decisões de governo são, em boa parte das vezes, políticas.

Como crítica do atual modelo de administração municipal, acredita que o PSB deve deixar o governo de Gilberto Kassab?

O partido tem que discutir mais estas questões. Nós não nos reunimos, não debatemos. O partido precisa melhorar. Quero contribuir para que as decisões sejam colegiadas, em que a maioria tome decisões. A dificuldade que o PSB enfrenta nestas questões é que ele tem pouca democracia interna.

Pessoalmente, recomendaria que o partido entregasse seus cargos na prefeitura?

Não só no município, mas também no governo do Estado. Por questão de coerência. O dirigente até tem suas razões, mas o que me ressinto é de que as decisões não foram partidárias, de maioria.

A senhora acredita ter algum papel no engajamento da senadora Marta na campanha?

Vou querer saber pessoalmente os motivos da sua resistência. Temos relação de confiança, respeito e carinho. Na última vez que ela disputou a eleição para prefeita houve cogitação de que eu pudesse ser vice dela. Tem uma relação pessoal boa com ela. Acho que vou convencê-la do quanto ela tem interesse por São Paulo. E mostrar a ele que o projeto partidário tem que ter o apoio de suas lideranças

Seu ingresso preenche a lacuna que ela tem deixado na campanha de Haddad?

Nada disso. Eu sou eu, Marta é Marta. Eu sou o povo, minha origem é nordestina, família pobre, de camponeses. Vim pra São Paulo como migrante para sobreviver. Sofri preconceito por ser nordestina. Não sou de família tradicional, nem de sobrenome, nem de participação política.

Como pretende participar das atividades eleitorais, já que está na Câmara?

Vou para as ruas, certamente. Vou a Brasília quando tiver trabalho e votação. Minha agenda vai ficar livre para a campanha sextas, sábados, domingos e segundas. Vou me organizar para isso. Vamos ter um representante na equipe de coordenação.

Teme-se que sua presença nas visitas, sobretudo à periferia, ofusque o candidato, menos conhecido do eleitor…

As pessoas confiam em mim. Sabem que eu não escolheria ninguém que não vá governar com o povo. Eles me conhecem e confiam nas minhas decisões políticas. Vou estar junto do Haddad e convencê-los de que é o melhor candidato. O entusiasmo das pessoas é impressionante. Não imaginava isso. Tenho apelo popular muito forte, a política é meu sangue, minha energia, é aquilo que respiro. É mais do que qualquer outra coisa, que a profissão, a família, qualquer coisa. Essa paixão pela política temos que trazer de novo às sociedade. Tem uma mesmice, uma repetição de práticas na política. O afastamento das pessoas da política é grave. Muitas vezes me insurgi com certas coisas que ferem a dimensão maior da política.

Datafolha: Serra estaciona e Haddad sobe 5 pontos percentuais

 

O instituto de pesquisa Datafolha divulgou na noite deste domingo o resultado da última pesquisa de intenção de votos pela prefeitura de SP. Com menos de quatro meses para a disputa, o ex-governador de São Paulo e pré-candidato à prefeitura José Serra (PSDB), continua líder das pesquisas de intenção de votos pela disputa da prefeitura paulistana.

Com 30% dos votos, Serra continuou com os mesmos pontos percentuais da última pesquisa realizada pelo Datafolha em março deste ano. Atrás do tucano está o pré-candidato do PRB e ex-deputado federal Celso Russomanno (PRB), com 21% Russomanno subiu dois pontos percentuais e disputaria o 2º turno das eleições com Serra.

Com o apoio  do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e uma aparição no Programa do Ratinho do SBT ao lado do ex-mandatário da nação, Fernando Haddad (PT) subiu 5 pontos na pesquisa, e chegou aos 8%. O pré-candidato do PMDB e deputado federal Gabriel Chalita apresentou uma queda de 1 ponto percentual na pesquisa, atingindo 6%.

A pré-candidata Soninha Francine (PPS) subiu 1 ponto percentual e ultrapassou Chalita. Com 8% da intenção de votos, ela está empatada na terceira colocação com Fernando Haddad. O pré-candidato e vereador Netinho de Paula (PCdoB) também está com 7%, ele perdeu três pontos percentuais e está empatado tecnicamente com Gabriel Chalita na quinta colocação.

A pesquisa entrevistou mil pessoas entre os dias 13 e 14 de junho, e foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) com o número SP-00075/2012. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Erundina é cotada para vice de Haddad

O acordo entre PT e PSB para as eleições paulistanas está quase fechado. E já há gente trabalhando para que isso resulte num acordo com Erundina de vice de Haddad.

Até onde esse blogue pôde apurar tanto ele quanto ela gostam da ideia, mas não topam tratar do assunto.

O PT tem receio de que essas especulações possam vir a criar constrangimentos ao possível novo aliado, já que Erundina não faz parte da cúpula dos socialistas.

Mas há muitos petistas que gostam da ideia e que consideram que  Erundina traria experiência e apelo popular à chapa. O que na visão deles, soma ao perfil de Haddad.

 

Nos próximos dias o assunto deve vir à baila com mais força, porque um movimento suprapartidário de apoio a essa chapa estaria sendo organizad

 

Publicado originalmente no Blog Rovai

Instalação da CPI do Hospital Sorocabana é prioridade para o PT

 
Embora a instalação da CPI do Hospital Sorocabana enfrente a falta de apoio
suficiente dos vereadores, o PT persistirá na tentativa de instalação da
Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Municipal de São Paulo. Dentre
as questões que necessitam ser retratadas está o esclarecimento da
destinação dos recursos públicos e privados aportados no hospital, que se
encontra fechado há um ano e cinco meses após crise financeira e as
inúmeras denúncias .
 
“A Bancada do PT não assinará outra CPI que não a do Hospital Sorocabana,
pois existem vários fatores que mostram a necessidade da sua instalação”,
afirma o vereador Chico Macena, líder da Bancada do PT na Câmara. Dos 55
vereadores apenas 18 votaram a favor, para instalação é necessário o apoio
de 28 parlamentares.
 
“Um dos eixos que também deverá compor a CPI trata da situação do passivo
trabalhista do Sorocabana e dos ferroviários aposentados, que construíram a
unidade por meio de descontos na folha de pagamento e trabalho voluntário
durante décadas e hoje não têm garantia desses direitos”, afirma Carlos
Neder.
 
Breve histórico
No final do ano passado, o imóvel foi retomado pelo governo estadual, que
havia cedido o terreno à categoria ferroviária na década de 1950. Em
janeiro último, a administração Alckmin transferiu o hospital à prefeitura
e o prefeito Gilberto Kassab afirmou que a unidade voltará a funcionar ao
longo do ano sob administração de uma Organização Social. Essa opção de
modelo de gestão é contestada pelo movimento popular de saúde e pelo PT.
 
Mais informações:
Diane Costa (011) 7563-2518
Assessoria de Comunicação da Liderança da Bancada do PT
 
Alberto Ramos
Assessoria de Imprensa do Vereador Carlos Neder
 (011) 3396-4444 e 9423-4489
 
Ver. Chico Macena
Líder da Bancada do PT/SP
Câmara Municipal de São Paulo

Vitória avassaladora indica a força de Serra

SerragemA vitória de Serra foi amplamente comemorada pelos homens de bem do país

A força está com o representante do bem ungido por São Serapião e pelo partido só de homens  bons para liderar o exército da salvação na cruzada final pela libertação definitiva da nau capitânia paulista das garras ameaçadoras do bolchevismo atroz representadas pela pessoa do candidato do mal, F. Haddad.

José Serra soma mais uma vez a militância num mesmo ideal, enfrentando as mentiras, as falsidades e as enganações petistas, como o documento fajuto, assinado por um sósia comunista, no qual supostamente teria se comprometido com qualquer coisa sem importância para o processo. Assim que sair no Jornal Nacional do Bem o desmascaramento do falso vídeo  (que está em análise pelo Centre de Recherche et Analyse de videos de l’Université Omar Bongo, Gabón), ficará patente a sujeira que os comunistas usam para enganar o eleitor paulistano e eles não terão um voto sequer.

Vídeo grosseiro e falso, que assim como o papelzinho da Folha, não vale nada.

Serra é 45.

Prévias do PSDB mostram Serra fraco e legenda dividida

tucaninho

Em um universo eleitoral minguado, de apenas 6 mil filiados que compareceram às urnas, o Diretório Municipal do PSDB em São Paulo realizou neste domingo (25)as prévias para escolher o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo. José Serra obteve uma apertadíssima vitória, alcançando apenas 52,1% dos votos.

A votação ocorreu em 58 diretórios espalhados pela cidade. Serra enfrentou nas prévias o secretário estadual de Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Trípoli. Em segundo lugar, José Aníbal conquistou 31,2% dos votos, seguido por Ricardo Trípoli, com 16,7%.

O PSDB paulistano exibiu a sua fraqueza, a divisão do partido e as dificuldades do candidato, cuja vitória magra é reveladora de sua rejeição não só junto ao eleitorado, mas também no interior do próprio partido. Por isso, Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, fizeram pronunciamentos defendendo a unidade. Os tucanos temem uma derrota na capital paulistana, o que representaria uma pá de cal na já esquálida legenda, que perdeu força nacional após três derrotas consecutivas em eleições presidenciais, duas delas sofridas direta e pessoalmente pelo próprio José Serra.

O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, afilhado político de Serra, é um dos que apostam na candidatura do tucano para seu projeto de catapultar o PSD, partido surgido como dissidência do direitista DEM, à condição de força de peso na política nacional.

O quadro pré-eleitoral em São Paulo encontra-se pulverizado. Além do PSDB, são pré-candidatos à Prefeitura Netinho de Paula (PCdoB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e Celso Russomano (PRB), entre outros.

Fonte: Vermelho

Setorial Municipal Criança e Adolescente – São Paulo – SP

SECRETARIA DE MOVIMENTOS SOCIAIS

Setorial Municipal Criança e Adolescente

ASSUNTO: REUNIÃO, 12/03/2012,  segunda feira, 18h – na Câmara Municipal de São Paulo.

 

Caros (as) Companheiros (as),

              Convidamos a todos do Setorial Criança e Adolescente, para participarem da reunião que será realizada no próximo dia 12/03/2012, segunda feira, às 18h, na Câmara Municipal de São Paulo – Viaduto Jacareí, 100 – Sala “B” – 1º subsolo.

Pauta: documento que será apresentado como contribuição da construção do plano de metas da cidade de São Paulo.

 

Abreu

Coordenador do Setorial da Criança e Adolescente

 

 

 

Antonio Donato                                                   Célia Assumpção

    Presidente                                       Secretaria de Movimentos Sociais


DIRETÓRIO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

Rua Asdrúbal do Nascimento, 226 – Bela Vista- São Paulo – Capital – 01316-030

Fone: 3215-1313 Fax: 3215-1316

www.dmptsp.org.br  – geral@dmptsp.org.br

Serra e Kassab estão fazendo o PT de bobo?

Se, e quando, for confirmada a candidatura de José Serra a prefeito de São Paulo, o PT deveria promover um encontro para pedir desculpas à senadora Marta Suplicy. Nos últimos quatro meses, ela foi a principal liderança petista a não se deixar levar pelas partículas de candidatos e alianças que permaneceram em suspensão no horizonte político da cidade. Enquanto o partido mergulhava na nuvem de poluição causada pela inversão térmica eleitoral, Marta registrava sua discordância e sinalizava o risco. Primeiro, pediu para evitar uma escolha antecipada do candidato do PT, mas foi atropelada. Depois, alertou para o feitiço da aliança com o PSD do prefeito Gilberto Kassab — e só não foi totalmente ignorada porque parte da militância petista ainda cobra um mínimo de coerência política.

Kassab na festa do PT: aliança em potencial ou jogo de dissimulação?

Marta terminou sendo posta à margem porque o PT precisava se renovar, enquanto ela nunca escondeu o desejo de tentar o cargo pela quarta oportunidade. Mas, por isso mesmo, o partido deveria tê-la ouvido: após passar quatro anos na prefeitura e perder duas eleições, uma para Serra e outra para Kassab, era Marta quem, no PT, mais tinha condições de interpretá-los. Teria sido, no mínimo, por respeito a uma tradicional regra da política: ninguém conhece melhor você do que o seu inimigo.

Quando perdeu a convenção do PSDB para Aécio Neves, em maio do ano passado, Serra sabia que seu projeto presidencial só seria retomado em duas hipóteses. Na primeira, ele atuaria de coadjuvante, capaz de ser promovido a protagonista por falta de nomes. Assim, a candidatura de 2014 teria de lhe cair no colo, com Aécio voltando para Minas Gerais e Geraldo Alckmin tentando a reeleição paulista. Para que pudesse ter um mínimo de autonomia sobre seu destino, no entanto, a Serra só restava uma candidatura a prefeito de São Paulo (leia, na coluna Análise de 28 de maio do ano passado, os motivos para isso).

Durante nove meses, portanto, Serra pareceu estar morto. No lugar de se apresentar como viúva, Kassab criou o PSD e vestiu-o de noiva, tentando ser vice-governador na eventual reeleição de Geraldo Alckmin ou ocupando, com seus parlamentares, ministérios no governo Dilma Rousseff. No projeto ideal de Serra, sua candidatura a prefeito permaneceria congelada, para despertar apenas no final do semestre – por questões legais, ele é o único nome forte capaz de ser oficializado no último minuto da convenção partidária. Mas a proximidade das prévias internas do PSDB para a escolha do candidato a prefeito, marcada para depois do carnaval, tirou-o da hibernação. Marta Suplicy teria direito igual, mas seu partido já saiu às ruas com a candidatura do ex-ministro Fernando Haddad.

Em outubro, quando a eleição chegar ao final, a história de Serra e Kassab será reescrita com base no resultado e o que até hoje era apresentado como desejo sincero provavelmente será interpretado como um jogo de dissimulação. Houve um momento em que Serra gostaria de não correr o risco da disputa em São Paulo e de ter se mantido à tona como presidente do PSDB. E Kassab preferia uma aproximação com o poder federal do PT.

Ao submergir, Serra recuperou a liderança política. E teria também reduzido a taxa de rejeição porque deixou todos brigando contra todos enquanto assistia tudo à distância. Isso é importante porque, desde a adoção do segundo turno, a maioria em São Paulo é formada em torno do nome do adversário de quem o eleitor não quer eleger – e não em torno do nome favorito. Essa decisão racional, baseada na rejeição a um candidato ou partido, e não na paixão pelo outro, garantiu os mandatos de Pitta, Marta, Serra e Kassab.

O atual prefeito agora dificilmente mudará de destino porque as resistências de Dilma Rousseff e de Geraldo Alckmin em aceitar suas condições para um acordo acabaram por criar um processo simbiótico com Serra. O fracasso de ambos desenhou o caminho que se trilha neste momento na capital paulista. Para que o PSD permaneça como um projeto viável de poder, Kassab depende de Serra na prefeitura. Afinal, se partidos com mais de 20 anos de história, como o PSDB, desidratam por estar na oposição, a sobrevivência de uma legenda recém-criada não acontecerá sem uma máquina com o peso da de São Paulo.

Para Serra, a confirmação da aliança com Kassab e um eventual retorno à prefeitura oferecem o que seu partido lhe recusou no encontro de maio do ano passado – estrutura para retomar o projeto presidencial. E, além de tudo, também serve de bóia partidária caso os tucanos o abandonem no meio da última chance que lhe resta de fazer a travessia para o Planalto.

Foi essa dependência mútua entre Serra e Kassab que Marta Suplicy vislumbrou como um jogo que acabaria por engabelar, além do PT, o governador Alckmin e os quatro pré-candidatos do PSDB. No caso do PT, o pedido de desculpas a Marta se fará necessário não apenas porque o partido precisa de sua experiência na campanha de Haddad, mas sobretudo como autocrítica. Afinal, não foi a nuvem de candidatos e alianças que turvou a visão das lideranças petistas, mas a mistura de poluentes eleitorais ainda mais básicos: arrogância, ambição, precipitação e desejo de vingança.

PT vai às urnas sem Dilma

Segundo o presidente nacional da sigla, a chefe do Executivo deve apenas acompanhar as disputas municipais. Lula é a grande esperança

 

Os encontros no Palácio do Planalto para o presidente nacional do PT tornaram-se, desde a posse de Dilma Rousseff, em 2011, momentos para relembrar a infância. A cada reunião, é recebido com um sonoro “Rui Goethe da Costa Falcão”. No entendimento dele, não se trata de uma bronca. É como se fosse um “olá, meu querido”. Mas o tratamento usado por Dilma coincide com o que era utilizado pelo pai, Albino de Freitas Falcão, quando o filho fazia travessuras. Em entrevista ao Correio, Falcão falou sobre o relacionamento com o Planalto e as estratégias do partido para a disputa municipal.

Entre uma pergunta e outra, foi interrompido por uma a ligação da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que queria saber se a disputa pela Vice-presidência no Senado, na qual foi confirmada Marta Suplicy (SP), não seria foco de futuro problemas. Ele se levantou e foi ao banheiro, em busca de privacidade para a conversa.

Após alguns minutos, voltou a falar sobre a disputa de outubro. Dilma deve ficar longe das brigas para evitar um racha na aliança dos partidos que a apoiam em âmbito nacional. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai atuar, e não só em São Paulo. Também está no radar do PT a conquista das prefeituras de Salvador e de Porto Alegre. Sobre a dança das cadeiras na Esplanada, Falcão nega ter se frustrado com o fato de o deputado Newton Lima (SP) não ter sido nomeado ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. Escolha da bancada petista, ele acabou preterido por Marco Antonio Raupp, opção de Aloizio Mercadante.

O PT vai disputar as eleições municipais com aliados que compõem a aliança no plano nacional. Como crescer sem atropelá-los?
É natural que, nas disputas municipais, cada partido queira crescer, assim como o PT quer. Então, a maneira de não haver sequelas é seguir a linha de campanha que queremos imprimir, que é a defesa do projeto nacional. Dessa forma, você não descamba para o pessoal, para ataques.

Quais são os municípios que se quer reconquistar?
São Paulo e Porto Alegre. Há outros que nunca governamos, mas são estratégicos, como Salvador.

Belo Horizonte não entra nessa lista?
A nossa posição é de que nós preferiríamos que se mantivesse a aliança com o prefeito Márcio Lacerda, do PSB. Não vemos como positiva a entrada do PSDB nesse conjunto.

Como o senhor avalia os sinais trocados do PSD em São Paulo? Ora tem candidato próprio, ora quer se aproximar do PT.
O partido vai manter diálogo, inclusive com o PSD. Mas temos que respeitar o tempo dele. Se amanhã o PSDB resolver ser o vice do Afif, nós não podemos ficar parados.

O senhor diz que o PT não vai entrar na linha de ataques contra os adversários.
Em São Paulo também?
O melhor argumento para nós é o governo do PSDB em São Paulo, não precisamos mostrar documentos. O episódio de Pinheirinho (a desocupação da área) mostra qual é o tratamento que o governador do PSDB dá a uma questão social. Não precisamos de documentos, de denúncias, de offshores, de difícil comprovação para nos credenciarmos na eleição.

Qual é a expectativa da participação de Lula na eleição municipal?
Ele recuperado, já falou de sua disposição de fazer campanha pelo 13, pelo PT. Certamente não será tempo integral em São Paulo.

E da presidente Dilma?
Ela tem prioritariamente a tarefa de governar o país. Nós temos uma crise mundial em andamento. Não se pode perder um segundo de vigilância.
Então, a previsão é de que Dilma não participe diretamente da campanha?
Se ela se atira em disputa em que os aliados e

stão divididos na base, não teremos a garantia posterior de permanência das alianças no âmbito nacional. Acho que ela vai ter uma postura de acompanhamento e de não envolvimento direto nas disputas que dividem os aliados.

Faz parte das estratégias do PT a saída de Paulo Bernardo do Ministério da Comunicação para organizar o PT no Paraná?
Não. Nem o desejo que ele vá, nem que ele saia do ministério. Isso são decisões que cabe à presidenta e que cabe a ele. O partido não tem esse nível de influencia de intervenção.

Em relação à Presidência da Câmara, o PT vai cumprir acordo como PMDB ?
Não há precedente com o PT de descumprimento de acordo político, nenhum na história. Vamos manter o acordo de que o presidente da Câmara será do PMDB.

Mas é o episódio da Vice-presidência do Senado em que estava acertado um rodízio entre os senadores do PT?
Não houve descumprimento do acordo, houve uma reavaliação, convencionou-se que ela deveria continuar. Estou falando do acordo do PT com o conjunto para fora, não de acordo intra-PT.

No episódio da escolha no novo ministro de Ciência e Tecnologia, alguns petistas disseram que o senhor foi procurar Dilma, mas não foi recebido…
É curioso. Quando teriam dito que eu fui lá, ela estava em Angra dos Reis (RJ), e eu almoçando com Ideli. O Newton Lima nunca me procurou. Ele seria de fato indicado ministro não fosse uma condenação por órgão colegiado por conta de uma pesquisa que ele fez em São Carlos (SP) quando era prefeito, e o Ministério Público entendeu que era improbidade administrativa. Não há conflito com o Planalto, as nossas relações com a presidente são as melhores possíveis. Inclusive, depois de ela ter batido a porta, disseram que ela não queria minha eleição. Na semana passada, terça ou quarta, eu fiquei das 10h até as 12h45 reunido com ela tratando dos assuntos do país, da conjuntura.

E da reforma ministerial?
Essa confiança de poder conversar comigo sem ter vazamentos mantém essa relação. Sou de uma época que, quando você conversa com o presidente, a versão é da pessoa que te recebeu, sobretudo o presidente.

É diferente a relação da época de Lula e agora com Dilma?
Eu convivi com o presidente Lula como presidente do PT quando ele era candidato a presidente em 1994, e exerci durante um ano a Presidência do PT. Então, era outro tipo de relação. Agora, ela (Dilma) é presidente, eu sou presidente do PT. Eu a chamo de Dilma. Fora, eu a chamo de presidenta. Ela me chama de Rui Goethe. Só quem me chamava assim era meu pai, ela sabe disso. Quando ele queria ficar bravo comigo, dizia: Rui Goethe, menino. Então, ela faz questão às vezes de falar meu nome completo: Rui Goethe da Costa Falcão.

É quando ela está brava?
Não, ela não fica brava comigo.

Como foi o papo com a Ideli há pouco no telefone?
Fui informar para ela: tudo bem no Senado

Autor(es):  Erich Decat e Josie Jeronimo

Correio Braziliense – 05/02/2012

Disputa pela prefeitura de São Paulo segue estável, diz Datafolha

 

Maioria dos paulistanos desconhece os principais nomes à sucessão municipal

Serra é o tucano mais bem posicionado, mas possui rejeição alta e tem dito a partido que não é candidato

UIRÁ MACHADO
DE SÃO PAULO

A disputa pela Prefeitura de São Paulo mantém-se inalterada e, a oito meses das eleições, os principais candidatos ainda não são conhecidos pela maioria dos paulistanos, mostra o Datafolha.

Segundo pesquisa realizada quinta e sexta, nenhum candidato ultrapassa 21% de intenção de voto na maior cidade do país.

Um dos que apresentam o melhor desempenho continua sendo Celso Russomanno (PRB), que oscila de 17% a 21% e lidera quatro dos cinco cenários pesquisados.

No único quadro que Russomanno não lidera, ele fica atrás apenas de José Serra (PSDB), que aparece com 21%. O tucano, porém, tem dito a seu partido que não quer concorrer à prefeitura.

Serra tem contra si uma das maiores rejeições: 33% dos paulistanos dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Na pesquisa, só Netinho de Paula (PC do B) aparece à frente do tucano neste quesito, com 35%. Os dois são também os nomes mais conhecidos pelos entrevistados.

Os demais candidatos do PSDB que disputam a sucessão de Gilberto Kassab (PSD) -Bruno Covas, José Aníbal, Ricardo Tripoli e Andrea Matarazzo- variam de 2% a 6%.

O petista Fernando Haddad, que tem o apoio do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, não passa de 5%.

Já Gabriel Chalita (PMDB), candidato do vice-presidente Michel Temer, varia de 6% a 9% das intenções de voto. Ele oscilou positivamente em todos os quadros, sempre dentro da margem de erro de três pontos percentuais.

O cenário é praticamente o mesmo mostrado pela pesquisa anterior, feita no início de dezembro.

A pesquisa foi feita com 1.090 eleitores da cidade de São Paulo e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número 00001/2012.

Veja abaixo a íntegra da informação divulgada no sitio do Datafolha, referente à pesquiza anterior, feita em dezembro, cujo quadro permanece praticamente estável em janeiro.

Opinião Pública

Mais conhecidos, Serra, Russomano e Netinho lideram cenários para prefeitura de SP

Fernando Haddad (PT) tem índices entre 3% e 4%

Na última pesquisa Datafolha de 2011 sobre a disputa eleitoral na cidade de São Paulo em 2012, o quadro aponta para um cenário com alto índice desconhecimento sobre os nomes até agora mencionados para disputar a prefeitura. O levantamento foi realizado nos dias 7, 8 e 9 de dezembro, com 1092 eleitores na capital paulista. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Para essa rodada de pesquisa, o Datafolha estimulou cinco cenários. Em todos eles, são fixos os nomes de Celso Russomano (PRB), Soninha (PPS), Paulinho da Força (PDT), Netinho de Paula (PCdoB), Gabriel Chalita (PMDB), Fernando Haddad (PT), Eduardo Jorge (PV), Guilherme Afif Domingos (PSD) e Luiz Flávio Borges D’urso (PTB). Os nomes que se revezam em cada um desses cenários são do PSDB, que teve como nomes consultados José Serra, Bruno Covas, José Anibal, Ricardo Trípoli e Andrea Matarazzo.

Quando o nome de José Serra aparece na lista, ele lidera com 18% das intenções de voto, empatado com Russomano (16%) e Netinho (13%). A seguir aparecem Soninha (8%), Paulinho (8%), Gabriel Chalita (5%), Fernando Haddad (3%), Gulherme Afif Domingos (3%) e Borges D’urso (2%). O índice dos que votariam em branco, nulo ou em nenhum deles fica em 17%, enquanto 6% disseram não saber em quem votar. Entre os que avaliam como ótima ou boa a administração de Gilberto Kassab (PSD) na cidade de São Paulo, o índice de Serra fica em 23%. Russomano tem 21% entre os eleitores de 35 a 44 anos, ante 7% na fatia dos mais jovens, de 16 a 24 anos. É entre esses eleitores jovens que Netinho consegue seu maior índice (20%), mas fica com 6% entre aqueles com nível superior. Entre os mais escolarizados, Haddad vai de 3% para 9%. Entre os simpatizantes do PT, porém, o ministro da Educação fica com 4%.

Nos cenários em que são outros os candidatos do PSDB, quem lidera são Celso Russomano e Netinho. Quando o candidato tucano é Bruno Covas, Russomano obtém 20%, e Netinho, 14%. Em seguida aparecem Soninha (10%), Paulinho (9%), Gabriel Chalita (6%), Bruno Covas (6%), Fernando Haddad (4%), Guilherme Afif Domingos (3%), Borges D’urso (1%) e Eduardo Jorge (1%). Com José Aníbal, Russomano fica com 20%, e Netinho, com 15%. Depois vêm Soninha (10%), Paulinho (9%), Gabriel Chalita (6%), Fernando Haddad (4%), Guilherme Afif Domingos (3%), José Aníbal (3%), Eduardo Jorge (1%) e Borges D’urso (1%). No cenário com Andrea Matarazzo, Russomano e Netinho repetem seus índices (20% e 15%). Em seguida aparecem Soninha (10%), Paulinho (9%), Gabriel Chalita (6%), Fernando Haddad (4%), Guilherme Afif Domingos (3%), Andrea Matarazzo (2%), Eduardo Jorge (1%) e Borges D’urso (1%).Com Ricardo Tripoli, Russomano mantém 20%, e Netinho oscila para 14%. Depois vêm Soninha (11%), Paulinho (9%), Gabriel Chalita (6%), Fernando Haddad (4%), Guilherme Afif Domingos (3%), Tripoli (2%), Borges D’urso (1%) e Eduardo Jorge (2%).

Nas simulações sobre a intenção de voto para a prefeitura de São Paulo realizadas pelo Datafolha em setembro, em nenhum cenário aparecia o nome do vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD), agora incluído em todos os cenários (com índices de intenção de voto de 3% em todos eles). Observada essa inclusão, é possível comparar o comportamento dos índices de outros candidatos em alguns dos cenários consultados: quando Bruno Covas e Fernando Haddad aparecem como candidatos, Celso Russomano oscila de 21% para 20%, Netinho, de 15% para 14%, Soninha, de 11% para 10%, Paulinho, de 10% para 9%, Chalita, de 5% para 6%, Haddad, de 2% para 4%, e Eduardo Jorge, de 2% para 1%. Bruno Covas e Borges D’urso mantêm seus índices (6% e 1%, respectivamente). No cenário em que entram José Serra e Haddad, o tucano oscila de 19%, em setembro, para 18%, atualmente, e Russomano oscila de 19% para 16% (os demais mantêm seus índices ou oscilam 1% para cima ou para baixo). No cenário com José Anibal e Fernando Haddad, os candidatos também mantêm seus índices ou oscilam dentro da margem de erro.

Na pesquisa espontânea, na qual não são apresentados os nomes dos candidatos aos entrevistados, o nome mais citado pelos eleitores quando perguntados sobre em quem iriam voltar para prefeito em 2012 foi o de Marta Suplicy (PT), com 8% das indicações. A seguir aparecem Kassab (PSD), com 3%, José Serra (PSDB), com 2%, “candidato do PT”, com 2%, Geraldo Alckmin (2%) e Paulo Maluf (PP), que tem 1%, juntamente com outros nomes como Gabriel Chalita (PMDB), “candidato do PSDB” e Fernando Haddad. O índice de indecisos, nesse caso, atinge 63%, e a fatia dos que dizem que votariam em branco, nulo ou em nenhum candidato é de 10%. Entre os que simpatizam com o PT, o nome de Marta é citado por 17%. No grupo que diz simpatizar com o PSDB, 9% citam espontaneamente “candidato do PSDB.

MAIS CONHECIDOS, SERRA E NETINHO TAMBÉM LIDERAM REJEIÇÃO

O Datafolha também perguntou aos eleitores paulistanos em qual dos candidatos apresentados eles não votariam de jeito nenhum. O nome mais rejeitado no levantamento foi o de José Serra, em quem 35% não votariam de jeito nenhum (eram 32% em setembro). O patamar é similar ao obtido por Netinho, com índice de rejeição de 32%. A seguir vêm Soninha (16%), Paulinho (17%), Bruno Covas (13%), Russomano (12%), José Aníbal (12%), Gabriel Chalita (10%), Andrea Matarazzo (9%), Ricardo Trípoli (9%), Eduardo Jorge (9%), Borges D’urso (8%), Guilherme Afif Domingos (8%) e Fernando Haddad (8%). A fatia dos que rejeitam todos estes pré-candidatos e não votariam em nenhum deles soma 8%, enquanto 4% não rejeitam nenhum e 8% não souberam responder. Na pesquisa de setembro, 4% disseram rejeitar todos, e 3% não souberam responder.

O índice de rejeição de José Serra fica acima de sua média entre aqueles com renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos (42%) e entre os eleitores que avaliam a gestão Kassab como ruim ou péssima (43%), mas fica abaixo da média entre os mais velhos, com mais de 60 anos (26%). O nome de Netinho tem rejeição abaixo da média entre os eleitores com nível fundamental (20%), mas acima da média entre aqueles com nível superior (60%). Entre aqueles que ganham de 5 a 10 salários mínimos, a rejeição ao candidato do PC do B fica em 51%. A rejeição a Celso Russomano também fica acima de sua média entre os eleitores com nível superior (19%).

Também foi perguntado aos eleitores sobre o nível de conhecimento dos nomes consultados pelo Datafolha. José Serra também é, neste caso, o mais conhecido: 98% dizem conhecer o tucano, sendo que 67% afirmam o conhecer bem, 22%, um pouco, e 8%, só de ouvir falar. O índice de conhecimento de Netinho de Paula é de 95%, sendo que 53% o conhecem muito bem, e 29%, um pouco. Em seguida aparece Celso Russomano, conhecido por 88% (36% o conhecem bem, 30%, um pouco, e 23%, só de ouvir falar); Paulinho da Força, conhecido por 83% (39% o conhecem bem, e 25%, um pouco); Soninha, conhecida por 73% (24% a conhecem um pouco, e 23%, só de ouvir falar); José Aníbal, conhecido por 55% (28% o conhecem só de ouvir falar); Bruno Covas, conhecido por 49% (31% o conhecem só de ouvir falar), Gabriel Chalita, conhecido por 47% (23% o conhecem só de ouvir falar); Guilherme Afif Domingos, conhecido por 40% (17% o conhecem só de ouvir falar), Fernando Haddad, conhecido por 37% (20% o conhecem só de ouvir falar), Ricardo Tripoli, conhecido por 35%, Andrea Matarazzo, conhecido por 32%, Eduardo Jorge, conhecido por 21%, e Luiz Flavio Borges D’urso, conhecido por 17%.

Entre os simpatizantes do PSDB, 83% conhecem José Anibal, 69%, Bruno Covas, 64%, Ricardo Tripoli, e 55%, Andrea Matarazzo. No grupo que dize ser simpático ao PT, metade (50%) diz conhecer Fernando Haddad, sendo que 18% o conhecem só de ouvir falar, e 20%, conhecem-no um pouco.

AUMENTA O ÍNDICE DOS QUE PODERIAM VOTAR EM CANDIDATO APOIADO POR LULA

O apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) a um dos nomes na disputa teriam pesos semelhantes, aponta o levantamento. Para 44%, o apoio da presidente seria indiferente, enquanto 33% dizem que esse apoio poderia os levar a escolher um candidato e 20% dizem que o apoio de Dilma faria com que não votassem em um candidato. No caso de Alckmin, 40% afirmam que seu apoio seria indiferente, enquanto 31% dizem que o apoio poderia os levar a escolher um candidato e 26% afirmam que esse apoio os levaria a não votar em um candidato.

Na comparação com levantamento realizado em setembro, o índice dos que seriam indiferentes ao apoio de Alckmin a um dos candidatos à prefeitura de São Paulo caiu de 48% para 40%. A fatia dos que poderiam optar por um candidato a partir do apoio do tucano, por sua vez, oscilou de 27% para 31%, e a dos que não votariam por causa deste apoio oscilou de 21% para 26%. A tendência se repete com Dilma: em setembro, 53% diziam ser indiferentes ao apoio da petista, ante 44% agora. Outros 17% diziam que o apoio da presidente os faria não optar por um candidato, índice que oscilou para 20% no atual levantamento. Na direção oposta, eram 26% os que diziam que o apoio de Dilma os faria optar por um candidato, índice que subiu para 33%.

Os eleitores também foram consultados sobre o apoio do prefeito Gilberto Kassab e do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), cujos resultados mostram tendências opostas. Para 49%, o apoio do atual prefeito faria com que não votassem neste candidato. Outros 35% dizem que o apoio de Kassab seria indiferente, e 13% afirmam que poderiam votar em um candidato apoiado por ele. Já o apoio de Lula poderia fazer com que 48% dos eleitores paulistanos optassem por um candidato, enquanto outros 32% dizem que esse apoio seria indiferente e 18% afirmam que o apoio do ex-presidente os levaria a não votar em um candidato. Na comparação com setembro de 2011, o índice dos que poderiam escolher um candidato apoiado por Lula subiu oito pontos (eram 40%), enquanto a taxa de indiferentes a esse apoio caiu de 39% para 32%. Desde 2003, o Datafolha já questionou os paulistanos sobre o apoio de Lula a um candidato a prefeito em São Paulo em dez oportunidades. Nesta décima primeira pesquisa, o ex-presidente alcança seu maior índice de influência. Quanto ao apoio de Kassab, subiu de 38%, em setembro, para 49%, atualmente, o índice dos que dizem que o apoio do prefeito os faria não optar por um candidato.

Entre os que têm ensino fundamental, 40% dizem que poderiam optar por um candidato à prefeito de São Paulo a partir do apoio de Dilma. Esse índice, no mesmo estrato vai a 58% no caso de Lula. Entre aqueles com ensino superior, porém, caem para 18%, no caso de Dilma, e para 24%, no caso de Lula. Entre aqueles que avaliam a gestão Kassab como ótima ou boa, 45% dizem que o apoio de Alckmin poderia os levar a optar por esse candidato, índice que fica em 39% para o apoio do próprio Kassab. No grupo de simpatizantes do PSDB, 63% afirmam que o apoio de Alckmin poderia os levar a optar por um candidato à prefeitura.

Plano do governo federal previa ação policial na cracolândia só em abril

Cronograma obtido pelo ‘Estado’ mostra que ainda neste semestre Rio, Recife, Salvador, DF e Porto Alegre terão intervenções

Bruno Paes Manso – O Estado de S.Paulo

 

SÃO PAULO – O cronograma traçado pelo governo federal para ser discutido com o Estado e a cidade de São Paulo previa o começo das ações policiais na cracolândia apenas em abril. A proposta era começar o ano fortalecendo serviços de retaguarda nas áreas de saúde e proteção social e inaugurar os consultórios de rua em fevereiro. Só depois seriam instaladas bases móveis da Polícia Militar em locais com alta concentração de consumidores de drogas e iniciado o policiamento ostensivo na região, com monitoramento das ruas por câmeras. Em maio, o policiamento dessas áreas ganharia apoio de equipes de ronda ostensiva – no caso de São Paulo, a Rota.

O cronograma ao qual o Estado teve acesso – e que está sendo coordenado pela Casa Civil do governo federal – prevê uma série de intervenções em cracolândias ainda neste semestre em seis capitais brasileiras: além de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Distrito Federal e Porto Alegre. Mas a antecipação da intervenção no centro paulistano para janeiro acabou prejudicando o diálogo com a União, que deveria ser intensificado neste mês.

‘Cenas’. Uma das ações dificultadas pela ocupação da PM na cracolândia foi, por exemplo, o mapeamento pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dos mais de cem pontos de consumo de crack em São Paulo – chamados no estudo de “cenas do crack”. Os 12 pesquisadores da entidade – que estão conversando com usuários para identificar necessidades de tratamento e equipamentos públicos – enfrentam problemas por causa da migração de dependentes pela região central. O plano do governo federal previa ainda estratégias para o caso de dispersão de consumidores, com deslocamento de bases policiais e escritórios de rua.

O detalhamento e a sequência das ações eram uma tentativa de facilitar que o pacote de R$ 4 bilhões em ações para combater o crack, divulgadas em dezembro pela presidente Dilma Rousseff, começassem rapidamente a sair do papel. Na estratégia discutida pela União, os policiais ainda têm tarefas bem detalhadas.

No caso de encontrarem uma pessoa inconsciente ou correndo risco de morte, por exemplo, devem chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Caso um adulto seja flagrado com droga, deve ser encaminhado ao Distrito Policial, onde será indicada uma Unidade Básica de Saúde, Centro de Apoio Psicossocial ou Centros de Referência Especializado de Assistência Social.

A secretária de Estado da Justiça, Eloisa de Sousa Arruda, diz, no entanto, que não teve acesso a nenhum documento do governo federal com definição de datas para ações na cracolândia. Mas isso, segundo ela, não significa que Estado e União não pretendam conversar daqui para a frente. Eloisa diz que a parceria com a União já permitiu a São Paulo montar um Centro de Atendimento de Saúde Mental em Perdizes, na zona oeste. “Queremos ampliar as conversas para termos mais recursos.”

A Assessoria de Comunicação do Ministério da Justiça ressaltou que constitucionalmente o governo federal não pode tomar medidas unilaterais sem que Estado e município sejam ouvidos, pois são eles que tomam as decisões locais.

Informativo sobre a marcha de 07/09 do movimento apartidário caras pintadas contra o PT.

@Selma_Lua

Vestimenta: maquiagem, camiseta preta marcas Emporio Armani ou Dolce & Gabbana
Sapato de sua preferencia desde que o valor não seja inferior a R$500,00
Capacete ou laquê reforçado contra bolinhas de papel

Kassab irá disponibilizar uma via da Paulista para ciclovia
Serão distribuídos vale brindes da Daslu
CET disponibilizara serviço de manobrista
PM de SP servirá prosecco para quem deixar uma “gorda caixinha”
Adquira logo seu sem parar pq serão instalados 10 pedágios no trecho Rua Itapeva até Peixoto Gomide
Linha verde do metrô será fechada para evitar acúmulos de pobres no local

Atenção o evento será altamente explorado pela mídia, se alguém se atrever em fazer alguma denuncia sobre corrupção no governo do estado será considerado Petralha, retirado do evento pela própria mídia e perderá seu vale brinde Daslu.

Divirtam-se!

Mendes Ribeiro será o novo ministro da Agricultura

Nota Oficial

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, divulgou nota oficial na qual informa que o deputado federal Mendes Ribeiro foi convidado para assumir o Ministério da Agricultura. A formalização se deu na manhã desta quinta-feira (18/8), numa conversa da presidenta Dilma com o parlamentar. Amanhã (19/8), quando retornará a Brasília, Dilma Rousseff terá o primeiro encontro com o novo ministro.

A seguir a íntegra da nota oficial:

“Por solicitação da presidenta da República, Dilma Rousseff, que está em viagem, informo que o deputado federal Mendes Ribeiro assumirá o cargo de ministro da Agricultura. A oficialização do convite ocorreu nesta manhã, em conversa da presidenta com o deputado. Ao retornar de viagem, amanhã à tarde, em Brasília, a presidenta terá sua primeira reunião com o novo ministro.

Gleisi Hoffmann
Ministra-chefe da Casa Civil”

Assinatura do termo de pactuação do Brasil sem Miséria com governadores do Sudeste

A presidenta Dilma Rousseff está na capital paulista, onde anuncia uma série de ações que visam a retirar da extrema pobreza 2,7 milhões de brasileiros que vivem no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Nesses quatro estados, a miséria se concentra na área urbana, onde estão 79% da população mais pobre.

No encontro, o governo federal e os governadores dos estados assinam termo de compromisso para superação da miséria na região. Estão previstas ações de localização e cadastramento da população com renda mensal inferior a R$ 70 e que ainda não recebe benefícios sociais, de qualificação profissional e geração de trabalho, de aquisição de alimentos produzidos pela agricultura familiar e de complementação financeira do Bolsa Família.

Durante o evento, será assinado um acordo de cooperação técnica entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). O objetivo é que as concessionárias apoiem o Brasil Sem Miséria na divulgação de informações e na localização de famílias de baixa renda que ainda não acessam os benefícios para que elas possam ser incluídas no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal.

O governo firma, além disso, parceria com as representações da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) dos quatro estados para compra de produtos de agricultores familiares. Atualmente, essas compras são feitas pelo MDS e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e os produtos são distribuídos a creches, escolas e entidades sócio assistenciais. A iniciativa privada também vai comprar artesanato, principalmente de associações de mulheres.

No Sudeste, o plano federal prevê ainda mais investimentos em Educação, ações de expansão da rede de ensino técnico, a instalação de 286 unidades básicas de Saúde e o aumento do número de Centros Especializados de Referência da Assistência Social (Creas), com a criação de 86 novas unidades. Na área de acesso aos serviços públicos, a meta do Brasil Sem Miséria é levar energia elétrica a mais de 11 mil famílias da região.