Nova tendência socialista nasce para disputar comando do PT

A nova tendência interna da esquerda do PT, gestada desde a véspera do último congresso do partido, nasce formalmente para a burocracia petista nos dias 2, 3 e 4 de dezembro, quando militantes de 20 estados farão seu congresso de fundação na Escola Florestan Fernandes, em São Paulo.

 

Por Ernesto Marques*

A nova corrente é formada por militantes da Tendência Marxista (TM), signatários do texto intitulado “Inaugurar um Novo Período no PT”, grupos regionais e diversas lideranças dos movimentos sociais. O local do congresso não foi escolhido por acaso: é a escola nacional de formação do MST. É uma das formas encontradas pelo grupo para dizer a que veio: fazer o enfrentamento ao sistema capitalista junto com os diversos segmentos da população brasileira e disputar os rumos do PT para fazer o partido retomar a sua vocação de ligação estreita com os movimentos sociais.

No texto de lançamento do congresso fica bem nítida a linha ideológica desta nova tendência, que pretende atrair para seus quadros, militantes das mais diversas frentes – jovens, LGBT’s, negros e negras, mulheres, sem terras, sindicalistas, sem teto.

Para o secretário de Cultura do governo do Ceará, Francisco Pinheiro, essa junção forma uma tendência com forte embasamento teórico e amplas relações com movimentos populares.

Já o deputado federal Valmir Assunção (BA), militante do MST, acredita que a nova tendência socialista do PT dá novo ânimo ao partido para enfrentar os desafios que a esquerda brasileira tem pela frente. “Fazer o nosso congresso de fundação na escola nacional de formação Florestan Fernandes do MST é um símbolo do que pretendemos construir: uma corrente, socialista, de massas, com amplos vínculos com os movimentos populares”, explica Valmir.

O crescimento econômico do Brasil e o reflexo nas condições de trabalho de brasileiras e brasileiros é um dos temas que a nova tendência pretende levar a discussão. O membro da Executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Shakespeare Martins de Jesus, frisa que “não se pode falar em desenvolvimento, se esse isso não estiver diretamente ligado a melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho dos brasileiros e brasileiras.

Esse papel do PT como organizador de setores populares, como instrumento de pressão de trabalhadores e trabalhadoras sobre nossos governos, de combate as opressões, de organização juvenil é destacado pela integrante do Diretório Nacional do Partido Renata Rossi: “somente uma organização com capacidade de dialogar com amplos setores populares terá força para imprimir uma grande disputa de projeto no partido e na sociedade”.

Larissa Campos, da direção Nacional de Juventude, destaca que a aprovação da paridade em todas as instâncias e delegações do PT no último congresso foi uma vitória fundamental das mulheres do partido. “Apresentamos e fomos firmes na defesa dessa resolução, a aprovação dela muda radicalmente a forma como o Brasil enxerga o PT e como o próprio PT se reconhece enquanto organização de esquerda”.

O congresso acontecerá nos dias 2, 3 e 4 de dezembro na escola nacional de formação do MST em Guararema no estado de São Paulo. O ato de abertura, às 19h30, será na sede nacional do PT em SP.

* Ernesto Marques é militante e assessor do Congresso

Crise Europeia – As trombetas e os tambores.

Por Alberto Dines em 20/11/2011 na edição 668

Sobre artigo publicado originalmente no Diário de S.Paulo, 20/11/2011

 

A História não se movimenta apenas ao som de trombetas, os sacolejos tornam-se perceptíveis quando já são irreversíveis e irreparáveis. Estamos metidos num deles, com proporções formidáveis, sem sinos, sirenes ou berrantes anunciando o apocalipse.

O problema é este: somos os sujeitos de uma trama que desconhecemos. Ou que não nos é mostrada integralmente. A mídia onipresente ainda não se encontrou, nem sabe que história deve contar.

As duas guerras mundiais no século 20 destruíram a Europa e, para impedir que terceira catástrofe arrasasse novamente o Velho Mundo, quatro estadistas visionários se entregaram à tarefa de criar um novíssimo pacto supranacional.

Na primeira etapa teve o modesto nome de Comunidade do Carvão e do Aço, depois se ampliou para a Comunidade Econômica Europeia e, finalmente, desabrochou na União Europeia, extraordinária e inédita federação de 27 Estados-membros, 17 deles com moeda única. Sessenta anos depois, a magnífica construção ameaça desabar, virar pó.

Interesse conflitantes

A crise fiscal na zona do euro destroçou Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha, já alcançou a poderosa economia italiana, ameaça a francesa, mas não está circunscrita aos erários. Se o Banco Central Europeu não intervier decisivamente atuando como um banco central efetivo, teremos grandes bancos comerciais europeus, inclusive alemães, sendo arrastados pelo turbilhão.

A situação é dramática, intensa, porém transcorre na esfera inacessível, impalpável, sinuosa dos fenômenos econômicos e ocultada pelo sobe-e-desce das bolsas. Não há inimigos à vista, o vilão é um sistema – chamemo-lo de capitalismo para simplificar – que há séculos empurra a humanidade para o progresso e que, de repente, desembestou.

O mais paradoxal é que a fortaleza europeia começou a ser construída em 1951 com a finalidade precípua de acabar com a secular disputa pelo carvão e o aço – pivôs de tantos conflitos bélicos – hoje enquadradas como commodities. O francês Jean Monnet, o luxemburguês Robert Schumann, o belga Paul-Henri Spaak e o italiano Alcide de Gaspari, socialdemocratas e democratas-cristãos de antiga cepa, acreditavam que as guerras eram acionadas por interesses econômicos conflitantes que, uma vez acomodados e/ou socializados, serviriam ao bem comum.

O europeísmo que deu certo não foi o projeto pacifista-humanista sonhado por intelectuais do porte de Romain Rolland, mas o geopolítico, apoiado quase que exclusivamente num poderoso instrumental econômico. Mesmo a confederação além-euro – a dos 27 Estados-membros – é fortemente amparada em estruturas econômicas ou no máximo socioeconômicas.

Manchetes e obituários

O projeto europeu foi um dos mais bem sucedidos da Guerra Fria: contra uma Europa feliz, pacificada e próspera esboroou-se a Cortina de Ferro e o socialismo real.

Porém, a Europa política é uma quimera: não chega a ser fantasia, é um elaborado rito, combinação do Leviatã do Estado moderno com o parlamentarismo da maioria esmagadora dos seus associados (excetuada a França). Um portentoso ente burocrático intencionalmente inoperante de modo a preservar soberanias imaturas ou exacerbadas.

O déficit político europeu compromete tanto as estruturas como os triunfos econômicos porque nos momentos cruciais – como agora – evidencia-se que o sistema emergencial não foi completado porque questões políticas cruciais permaneceram intocadas. Caso do Banco Central Europeu (BCE), a única instituição apta a intervir decisivamente nos mercados financeiros com recursos ilimitados. Para isso, teria que ser concebida e legitimada como o Federal Reserve americano, autorizada a imprimir dinheiro e garantir a fluidez do mercado. Por questões políticas, o BCE manteve-se como guardião do euro contra o dragão da inflação. O inimigo agora é outro – a insolvência.

Suprema ironia: a mais grave crise já enfrentada pelo euro tem origem na débâcle do mercado financeiro americano. A bolha imobiliária acionada pela exuberância irresponsável de George W. Bush – e insuficientemente lancetada por Barack Obama – contagiou a fortaleza europeia. E tem virulência para chegar ao Japão e irradiar-se até a inexpugnável China.

A História não se movimenta ao som de trombetas. Nem ouve o rufar dos tambores em velórios. Aqueles que deveriam fazer manchetes e obituários estão de folga – assistindo às telenovelas.

Avaaz, golpe ou verdade?

Do Portal Luís Nassif
AVAAZ: GOLPE OU NÃO??

Publicado por Dê

Algum tempo que procuro informações sobre a AVAAZ. No quem somos, não diz quem são claramente……mas, procurando na internet(bendita seja) descobri muitas coisas….um dos melhores artigos posto aqui para esclarecimento dos interessados.

abraços.

Do Blog Defensor da Natureza

Petições da Avaaz rendem milhões de dólares. As campanhas são sérias ou é golpe na internet?
60043667958978″ class=”post-body entry-content”>AVAAZ é uma ONG de uma única pessoa que já faturou mais de 11 MILHÕES DE DÓLARES em doações feitas por internautas.

Pedidos de doações são disfarçados em textos apelativos de petições que exploram qualquer assunto em destaque na mídia. O dinheiro das doações vai para uma conta no exterior.

As mensagens são enviadas de um computador dos Estados Unidos. Ou seja, a ordem para brasileiros clicarem em alguma coisa vem de fora do País.

IP dos e-mails da Avaaz 69.60.9.158
Resultado da consulta: IP Address: 69.60.9.1 Country: United States

Esta ONG norte-americana surgiu há pouco tempo na internet pedindo doações em suas campanhas (petições) e já está MILIONÁRIA. Pertence a uma única pessoa conforme informações da declaração de imposto de renda apresentada ao fisco do governo dos Estados Unidos (Department of the Treasure – Internal Revenue Service)

Pesquisando na internet verifica-se que o dono da Avaaz tem várias ONGs virtuais e todas usam a mesma tática da Avaaz de pedir dinheiro pela internet enviado petições sobre assuntos com forte repercussão na imprensa. Percebe-se que Avaaz é apenas um nome diferente para as ONGs virtuais MoveOn.org e Res Publica.

Uma de suas ONGs virtuais, Faithful América (FA), criada em 2004, explora o sentimento religioso das pessoas para pedir dinheiro em petições. O nome “Faithful América” pode ser traduzido como América da Fé. Em 2008 mudou de nome para Faith in Public Life (Fé na Vida Pública).

Pelas informações no site da FA, percebe-se claramente que trata-se de uma versão religiosa da Avaaz.org ou da MoveOn.org: a FA é uma comunidade online de milhares de cidadãos motivados pela fé para agir nas questões prementes moral do nosso tempo e mobiliza seus membros, solicitando sua participação nas petições de internet, campanhas de envio de cartas, manifestações, eventos e grupos de pressão.

A Avaaz apareceu no Brasil usando algum artifício para disparar em massa mensagens com as petições e pedido de doações para milhares de contas de e-mails do Brasil. Depois, alguns internautas brasileiros fizeram o resto do serviço para a Avaaz prospectar doadores aqui, reenviando as petições para seus contatos, que por sua vez repassaram para outros e assim por diante.

Em uma de suas primeiras mensagens a Avaaz dizia que tinha o poder até de “persuadir” o Presidente Lula. Imagine se isso fosse verdade. Uma ONG estrangeira, comandada por uma única pessoa, sem registro no Brasil (as doações de brasileiros vão para uma conta no exterior, via cartão de crédito internacional), dispara mensagens em massa de outro país capazes de influenciar até nosso Presidente.

Nos Estados Unidos é obrigatório as ONGs tornarem públicas suas declarações de imposto de renda. No ano passado a AVAAZ Foundation publicou em seu site as declarações de imposto de renda, do período de 01 junho de 2006 até 31 de dezembro de 2009, apresentadas ao fisco do governo dos EUA (Department of the Treasure – Internal Revenue Service), que estão disponíveis nestes links

Declaração Imposto de Renda 01jun2006 a 31mai2007 – anual

Declaração Imposto de Renda 01jun2007 a 31mai2008 – anual

Declaração Imposto de Renda 01jun2008 a 31dez2008 – semestral

Declaração Imposto de Renda 01jan2009 a 31dez2009 – anual

ARRECADAÇÃO de doadores

De acordo com estas declarações de imposto de renda apresentadas ao governo dos EUA a AVAAZ Foundation arrecadou em doações as seguintes quantias

01jun2006 a 31mai2007 – 1,093 MILHÕES DE DÓLARES
01jun2007 a 31mai2008 – 4,398 MILHÕES DE DÓLARES
01jun2008 a 31dez2008 – 1,275 MILHÕES DE DÓLARES
01jan2009 a 31dez2009 – 4,767 MILHÕES DE DÓLARES

TOTAL DO PERÍODO (jun/2006 – dez/2009): 11,534 MILHÕES DE DÓLARES.

DESPESAS – salário do diretor-executivo: R$ 40 mil por mês

O que o dono da avaaz.org faz com os milhões de dólares que arrecada? A atividade de disparar mensagens em massa na internet tem um custo muito baixo.

Observem na declaração de imposto de renda que o diretor-executivo recebeu US $ 126 mil no semestre 01jun2008 a 31dez2008, que dá 21 mil dólares mensais, ou seja, aproximadamente R$ 40.000,00 por mês de salário (o dobro do valor declarado no exercício anterior). A Avaaz declarou que tem apenas 6 funcionários e 20 voluntários.

Declararam também ao fisco do governo norte-americano que no segundo semestre de 2008 pagaram 129 mil dólares para um consultor e que gastaram 2008 a quantia de 2,673 MILHÕES DE DÓLARES com a campanha das mudanças climáticas (não há detalhes como esta quantia foi gasta).

CREDIBILIDADE da AVAAZ – AS PETIÇÕES FUNCIONAM?

A comodidade de alguém exercer a cidadania por você tem um preço. Já se constatou vários equívocos nas petições, como falhas de interpretação de matérias jornalísticas (do congresso nacional, exemplo), comemoração de vitórias que foram terríveis derrotas. Basta ler atentamente os textos que já se percebe algo estranho. O que é motivo para muitas desconfianças.

Petição sobre a Lei da Grilagem da Amazônia

Veja o equívoco da Avaaz na informação em seu site sobre o resultado da votação Medida Provisória (MP) da legalização da grilagem de terras na Amazônia. Ao contrário do que a Avaaz informa, a MP da grilagem virou lei e foi considerada uma das maiores derrotas da história do ambientalismo brasileiro.

Do site da Avaaz
A floresta Amazônica – No ápice de um momento de decisão em junho de 2009, membros da Avaaz no Brasil fizeram mais de 14.000 ligações e enviaram mais de 30.000 mensagens online ao presidente Lula em dois dias. No último momento, a pressão pública reverteu a lei que daria boa parte da floresta Amazônica para a exploração de agronegócios (Junho 2009). Uma grande vitória para o Brasil, e para o planeta, já que a Amazônia consome enormes quantidades de gases estufa que vem aquecendo o planeta.

Como todos sabemos, a MP da grilagem virou lei, isto é, foi aprovada e sancionada. Veja o que imprensa publicou na época

Senado aprova MP da Grilagem

Vira lei medida provisória apelidada de MP da grilagem

Lei que regulariza terras irá beneficiar grileiros, afirma Marina S…

Petição sobre a Lei da Ficha Limpa.

Em seu site a Avaaz comete exageros em sua propaganda internacional. Reinvidica ter sido responsável pela lei da ficha limpa no Brasil. Diz na propaganda que foram suas petições na internet que fizeram surgir um movimento popular no Brasil para propor a lei da ficha limpa.

Do Site da Avaaz
Brazil (730,000 members) we took a civil society movement online and drove an anti-corruption law through congress that is putting large numbers of corrupt politicians out of a job – widely hailed as a political revolution.

Conforme a imprensa tem noticiado, foi o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que fez a proposta e a campanha para coletar mais de 1,6 milhão de assinaturas.

Por ingenuidade, o MCCE publicou em seu site um link para a site da Avaaz hospedado nos Estados Unidos da petição oportunista que explorou a repercussão na imprensa do projeto de lei da ficha limpa para pedir dinheiro aos brasileiros. Pelo jeito, o MCCE não deve se importar muito com a ficha de seus parceiros. Casa de ferreiro, espeto de pau. Já as ONGs brasileiras que tanto lutam combatendo a corrupção, os crimes ambientais, os licenciamentos ambientais ilegais etc. não merecem destaque na página do MCCE.

Na verdade, a Avaaz disparou a petição da ficha limpa pela primeira vez somente na véspera da votação na câmara (detectou o assunto porque estava bombando na mídia). Quando a lei tinha sido aprovada na Câmara havia 20 dias e já estava havia 3 dias no senado (e voltou a ser destaque na mídia), a Avaaz mandou outra mensagem estranha com o seguinte teor: Vencemos! A lei da ficha limpa foi aprovada, agora deverá ir para o Senado. Nas próximas semanas vamos precisar de vocês novamente para pressionar o Senado. Ou seja, mandou esta mensagem esquisita do resultado da votação na Câmara 20 dias depois do fato ter ocorrido e quando faltava apenas 1 dia para o prazo dos senadores aprovarem (para valer nas eleições de 2010).

É incrível as pessoas acreditarem na seriedade destas petições. Exercer a cidadania, provocar as mudanças no Mundo, exige muito mais esforço do que ficar na frente do computador clicando e repassando e-mails com pedido de doações. Exercer a cidadania não é ajudar a iludir as pessoas espalhando pela internet estas mensagens.

Se arrecadaram milhões de dólares por que não contratam jornalistas especializados? Por que não contratam um sistema de auditoria para atestar a autenticidade destas petições?

No exterior, há também muitas críticas, dúvidas e desconfianças sobre a eficácia das campanhas. Uma pessoa, por exemplo, acusa a Avaaz de ter fornecido seu e-mail para anunciantes (veja abaixo); quando se conferiu a autenticidade de uma petição no Canadá, descobriu-se IPs falsos. O dono da Avaaz alega que alguém entrou no sistema e inseriu aqueles milhares de IPs falsos e entrou na justiça exigindo investigação. Comenta-se na imprensa que devido ao sucesso de arrecadação de MILHÕES DE DÓLARES em doações é provável que muitos golpistas já tenham clonado a Avaaz pelo mundo inteiro e lançam as petições com pedido de doações desviados para uma conta particular.

COMENTÁRIOS – Forum da Austrália e blog da Irlanda

AUSTRÁLIA – Forum, acessado em 05/02/2011
Tradução
18 de dezembro 2010
Titulo da postagem: Avaaz é uma farsa

Recentemente aderi a uma petição da Avaaz, enviada por um amigo.

Hoje recebi um e-mail pedindo dinheiro. Eles dizem que têm 6,5 milhão de membros e que aumenta em 60.000 por semana.

Uma doação muito pequena de $ 3 ou $ 5 por semana a partir de 10.000 Avaazers cobriria todos os custos para manter uma pequena equipe, ajudando a salvar vidas em situações de emergência humanitária, a proteção do meio ambiente e dos animais, combater a corrupção e o crime organizado, trazer a paz e reduzir a pobreza ..

Objetivos ambiciosos: Eu me pergunto o que aconteceria se os 6,5 milhões doassem US $ 3 a US $ 5 por semana.

Que efeito isso teria? Eu entendo que eles mantenham em sigilo as identidades das pessoas que assinam suas petições. Isto quer dizer que é um desperdício de tempo e eles poderiam simplesmente inventar um número qualquer de adesões? Os governos realmente dão importância para números de petição que não se pode ser verificado?

Eu estou querendo saber se isso pode ser um golpe visando atingir os sentimentos das pessoas de querer fazer algo pela humanidade mas na verdade acabam deixando alguém rico.

Texto original
Avaaz is it a scam

Recently I joined a Avaaz petition as a result of having it forwarded to me by a friend.
Today I received an email asking for money. They say they have 6.5 million members and are growing by 60,000 per week.

A very small donation of $3 or $5 per week from 10,000 Avaazers would cover all the core costs of our small team, helping to save lives in humanitarian emergencies, protect the environment and wildlife, fight corruption and organized crime, push for peace and reduce poverty.

Lofty aims. I wonder what could happen if the 6.5 million donate $3 to $5 per week.
What effect have they actually had. I understand they keep confidential the identities of people that sign their petitions. Does this mean it is a waste of time and they could just make up the numbers? Do governments really take notice of petition numbers that they cannot have verified.

I am wondering if this may be a scam targeting peoples feelings of wanting to have an effect in the world but in the end making someone rich.

IRLANDA – Blog, acessado em 05/02/2011

Posted on 2007/06/14 by dahamsta (dahamsta is Adam Beecher, an Internet consultant based in Cork City, Ireland)

Tradução
Titulo da postagem: NÃO ASSINE AS PETIÇÕES DA AVAAZ

Não se dá valor ao seu endereço de e-mail, esta é a verdade. Eu assinei um bom número de petições estimulado pela minha irmã, mas recentemente eu comecei a receber spam no e-mail exclusivo que criei para se inscrever no site da Avaaz. Eu relatei isso para a Avaaz e recebi a garantia de que eles não vendem ou compartilharam a sua lista, mas que já receberam denúncias semelhantes e estão investigando. Perguntei-lhes sobre os resultados da investigação, mas eles não responderam nada. Obviamente, a segurança foi violada.

Texto original
Don’t sign avaaz.org petitions

Not if you value your email address, that is. I’ve signed quite a few of them on prompting from Sista, but recently I’ve started received spam on the unique email address I set up to subscribe. I reported it to Avaaz and received an assurance that they don’t sell or share their list, but that they’ve received reports and are investigating. I asked them to follow up, they didn’t. Obviously their security has been breached.

http://ra-bugio.blogspot.com/2011/02/peticoes-da-avaaz-rendem-milho…

Que lição! Petrobras socorreu a incapaz Chevron…

A fonte não poderia ser mais insuspeita: é O Globo quem diz que foi a Petrobras, que opera o campo de Roncador, vizinho ao de Frade, que encontrou óleo no mar, avisou a Chevron e ainda emprestou os dois robôs submarinos necessários para identificar a origem e começar a combater o vazamento de petróleo.

Emprestou porque o equipamento da Chevron, diz o jornal, “tinha capacidade limitada de operação e não conseguia fazer uma leitura precisa das coordenadas do local de onde vinha o petróleo”. E os robôs submarinos da Petrobras tinham e conseguiam.

A Chevron não é uma empresa inexperiente e sem equipamentos ou tecnologia. So que não se acanha de trabalhar aqui com equipamento limitado ou obsoleto, porque se sabe poderosa. Ao ponto de passar uma semana distribuindo press-releases e fotos mentirosas do vazamento e não ser questionada pela imprensa, como ocorreu.

Agora, os jornais falam em falta de transparência e os ambientalistas protestam. Muito bem, é o correto. Como foi incorreto seu silêncio.

Que episódio tristemente exemplar do comportamento colonizado de nossa elite “pensante”. Aceitou passivamente o “la garantía soy yo” da petroleira americana. Não foi atrás de um dado, de informações, de elementos. Era a Chevron, uma das “sete irmãs” do petróleo quem dizia, para quê?

Quis o destino que devamos também a um americano – um simples geógrafo, John Amos, do site Skytruth – a chance que tivemos de furar este bloqueio de servilismo. Foi ele, com a interpretação de fotos – públicas, por sinal – de satélites, conseguiu demarcar o tamanho imenso da mancha de óleo. E a blogosfera – aliás, aos “blogueiros sujos” como nos chamam os “limpinhos” da grande mídia – difundiu a verdade com que não contavam.

Na cabeça servil dos colonizados não entra o entendimento de que, para o Brasil, a Petrobras não é apenas uma empresa para furar poços e tirar petróleo como as demais. Não conseguem entender que é ela, e mais ninguém, quem tem a tecnologia, os equipamentos e o conhecimento para que essa perigossíssima atividade – e mais ainda no mar – possa ser feita em segurança e tenha uma fiscalização correta.

O resto, sobretudo a ANP, não tem tamanho, capacidade e, sobretudo, tamanho e conhecimento para se relacionar, de forma altiva e corajosa, com essas gigantes que estão por aqui. E que não podem ficar, se os seus métodos de trabalho forem os que estão sendo revelados na Chevron.

Publicado originalmente por Brizola Neto em Tijolaço

BELO MONTE, QUEM MANDA NO BRASIL?

Nação de Primeira Divisão: Ponte goleia o ABC e está de volta à Série A

 

Placar de 4 a 1 mais a vitória do ASA contra o Bragantino garantiram a Ponte na 1º

A Ponte Preta garantiu a vaga na Série A do ano que vem ao derrotar o ABC, no Majestoso, pelo placar de 3 a 1. Os gols da Ponte foram marcados por Ricardo Jesus [2], Caio e Renatinho, os visitantes marcaram com Cascata. O acesso ficou garantindo com a vitória do ASA por 1 a 0 em cima do Bragantino.

O próximo compromisso da equipe alvinegra será sábado (26) contra o Náutico, às 17h, no estádio dos Aflitos, em Recife-PE. Este será o último jogo da Macaca neste campeonato. Os pernambucanos ocupam a 2º colocação, com 63 pontos, e também já garantiram o acesso para a Séria A.

O Jogo:

Diante de mais de 11 mil torcedores e jogando com o uniforme branco, foi a Ponte Preta quem atacou primeiro. Logo aos 3 minutos João Paulo Silva arriscou o chute de longe e o goleiro Wellington pulou para fazer uma grande defesa. Três minutos depois, Ricardo Jesus recebeu na entrada da área, girou, carregou e a zaga do ABC chegou em cima para travar o lance. Os visitantes só chegaram ao ataque aos 8, Lins entrou na área pela direita e chutou por cima do gol. Aos 15 minutos Jérson arriscou de fora e Júlio César fez a defesa.

Um minuto depois, Caio recebeu dentro da área, saiu da marcação e chutou cruzado para fora. Aos 20 minutos João Paulo Silva recebeu na área e rolou para Ricardinho bater de pé esquerdo e mandar a bola pela linha de fundo. Dois minutos depois, Guilherme foi quem arriscou de fora e acertou a rede pelo lado de fora. Aos 25, João Paulo Silva cobrou falta da direita e o goleiro do ABC fez a defesa. Aos 28 minutos Lins chegou em velocidade pela direita e Leandro Silva fez a falta dentro da área. Na cobrança do pênalti, Cascata chutou forte no meio do gol para abrir o placar. 1 a 0 para o ABC.

Aos 33, Renato Cajá cobrou falta da direita por cima do gol. Três minutos depois, Guilherme cruzou da direita e Ricardo Jesus desviou de cabeça para fora. Aos 44 minutos Renato Cajá cruzou da direita e Guilherme cabeceou, o zagueiro Irineu fez falta no lateral da Ponte e o árbitro marcou pênalti. Ricardo Jesus foi para a cobrança, bateu no canto direito do goleiro e empatou o jogo no Majestoso. 1 a 1 no placar, o 17º gol dele no campeonato. Sem mais lances de perigo o primeiro tempo foi encerrado após 3 minutos de acréscimos.

A Ponte Preta voltou para o segundo com uma substituição, Renatinho entrou no lugar de Ricardinho. Antes mesmo do primeiro minuto de jogo, Uendel chutou da entrada da área, mas a bola subiu muito e saiu. Aos 5 minutos Caio recebeu a bola, girou, entrou na área e chutou rasteiro para a defesa de Wellington. Aos 9, Renatinho fez bela jogada pela esquerda e cruzou rasteiro para a área, Caio se antecipou à zaga e chutou para o fundo do gol. 2 a 1 no Majestoso.

Aos 11 minutos Renatinho arriscou da entrada da área, o goleiro Wellington pulou bem para fazer uma grande defesa. Aos 19, o lateral do ABC Renatinho Carioca recebeu o segundo amarelo e foi expulso da jogo. Aos 23 minutos Caio entrou na área e foi derrubado, pênalti para a Ponte. Ricardo Jesus cobrou e mais uma vez deixou a bola no fundo do gol. 3 a 1 para a Macaca.

Aos 29, Tiago Garça arriscou de longe e a bola subiu muito. Um minuto depois, foi a vez de Caio arriscar de fora e Wellington agarrou. Aos 36 minutos a segunda mudança na Ponte, Caio saiu para a entrada de Tiago Luís. Aos 41, Gérson entrou no lugar de Renato Cajá. Aos 47 minutos após cruzamento da esquerda Renatinho chutou para marcar mais um e sacramentar a vitória e o acesso da Ponte Preta. 4 a 1 no Majestoso. Após o lance o jogo foi encerrado.

Ficha Técnica:

Ponte Preta: Júlio César; Guilherme, Leandro Silva, Ferron e Uendel; Josimar, João Paulo Silva, Caio (Tiago Luís) e Renato Cajá (Gérson); Ricardinho (Renatinho) e Ricardo Jesus. Técnico: Gilson Kleina.

ABC: Wellington; Nego (Samuel), Tiago Garça, Irineu e Renatinho Carioca; Bileu, Ricardo Oliveira, Jérson (Makelele) e Cascata (Rômulo); Lins e Leandrão. Técnico: Leandro Campos.

Data: 19/11/2011, sábado – 17h00.
Local: estádio Majestoso, em Campinas–SP.
Árbitro: Antônio F. de Carvalho Schneider.
Assistentes: Ediney Guerreiro Mascarenhas e Luiz A. Muniz de Oliveira.
Cartões Amarelos: Leandro Silva e Guilherme (Ponte Preta); Renatinho Carioca [2], Ricardo Oliveira, Irineu, Cascata, Tiago Garça e Nego (ABC).
Cartões Vermelhos: Renatinho Carioca (ABC).
Gols: Ricardo Jesus [2], Caio e Renatinho (Ponte Preta); Cascata (ABC).

IMPORTANTE – seminário do PT nacional sobre comunicação, sexta (25)

PT realiza seminário nacional sobre novo marco regulatório para as Comunicações
Fernando Morais, Franklin Martins, Venício Lima e Sérgio Amadeu são alguns dos expositores
O evento ocorrerá no dia 25 de novembro, próxima sexta-feira, em São Paulo. Confira a programação.

Por um Novo Marco Regulatório para as Comunicações: O PT convida ao debate

Programação

Local: Hotel Braston, salão Topázio, Piso C
Rua Martins Fontes, 330, Centro de São Paulo
Dia 25 de novembro de 2011

9h: mesa de abertura

Rui Falcão, Paulo Bernardo, André Vargas, Marco Maia, Paulo Teixeira, Humberto Costa, Edinho
Silva e Antonio Donato.

10h30: Estado, Democracia e Liberdade de Expressão

Fernando Morais – Jornalista e escritor, autor de Os Últimos Soldados da
Guerra Fria (Cia. das Letras), dentre outros.

Venício Lima – Jornalista e sociólogo, professor aposentado da Universidade
de Brasília. É autor de Liberdade de Expressão x Liberdade de Imprensa –
Direito à Comunicação e Democracia (Ed. Publisher)

Rosane Bertotti – Secretária nacional de Comunicação da CUT

Laurindo Lalo Leal Filho – Sociólogo e jornalista, professor da USP. É autor
de Atrás das câmeras – Relações entre cultura, Estado e televisão (Ed.
Summus), dentre outros.

13h às 14h30: intervalo

14h30 – 17h: Por que o Brasil precisa de um Marco Regulatório das
Comunicações?

Franklin Martins – Jornalista político. Foi ministro da Comunicação Social
(2007-2010)

Dennis Oliveira – Professor da ECA- USP, coordena o Centro de Estudos
Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação.

Celso Schroeder – Coordenação Executiva do Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação (FNDC). Presidente da Federação Nacional dos
Jornalistas (Fenaj) e da Federação de Periodistas da América Latina e Caribe
(Fepalc)

Sergio Amadeu – Sociólogo e Doutor em Ciência Política pela USP, é
presidente do ITI – Instituto Nacional da Tecnologia da Informação. Autor de
Exclusão Digital: a miséria na era da informação.

17h às 17h30: Panorama Internacional da Regulação

Renato Rovai – Jornalista, editor da Revista Fórum, mídialivrista e
blogueiro. É presidente da Associação Brasileira de Empresas e
Empreendedores da Comunicação (Altercom).

João Brant – Mestre em Regulação e Políticas de Comunicação, membro da
Coordenação-Executiva do Intervozes

17h30 às 19h: Plenária das Entidades

Espaço para que todas as entidades convidadas possam se pronunciar sobre o
que esperam do PT e de seus governos. Não tem caráter deliberativo nem de
assembléia.

PRESIDÊNCIA NACIONAL
São Paulo: Rua Silveira Martins, 132 – 2. Andar – Centro – CEP: 01019-000
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Para ‘velha’ classe média, ‘pobre’ com mais dinheiro só aumenta filas, diz pesquisa.

Os brasileiros da classe média tradicional consideram que o aumento do consumo da população emergente resultou na piora de alguns serviços.

Segundo pesquisa do Instituto Data Popular, 48,4% desses consumidores acham que houve uma piora na qualidade dos serviços depois que a população emergente, que forma a nova classe média, passou a frequentar novos lugares.

Ainda de acordo com o estudo, 62,8% reclamam do aumento da fila nos cinemas.

A pesquisa mostra também que 55,3% dos consumidores consideram que as empresas deveriam oferecer produtos diferentes para ricos e para pobres. Segundo o estudo, 49,7% deles preferem frequentar ambientes com pessoas de mesmo nível social.

Para 16,5%, pessoas malvestidas deveriam ser barradas

Os dados do Data Popular mostram que, para 16,5% dos integrantes da classe média tradicional, pessoas malvestidas deveriam ser barradas em alguns estabelecimentos; 26,4% acham que a existência de estações de metrô aumenta a frequência de pessoas indesejáveis em determinadas regiões e, para 17,1%, todos os estabelecimentos deveriam ter elevadores separados.

Segundo o Data Popular, existe um certo desconhecimento da população de renda mais alta sobre a que classe pertence. De acordo com o estudo, 55% da população de classe AB acham que pertencem à classe média.

Do UOL Economia, em São Paulo

Fraude na linha Lilás. Mais um escândalo na seara tucana

 

A pedido do Ministério Público de São Paulo, a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública da capital, determinou, por meio de uma liminar, o afastamento do presidente do Metrô, Sérgio Henrique Passos Avelleda, e a suspensão imediata da execução dos contratos e aditamentos para a construção da Linha 5 Lilás do metrô (lotes dois a oito) devido à “omissão diante de indícios de fraudes” na licitação para a obra.

Suspeita nas obras do Metrô leva justiça a pedir afastamento do presidente da empresa. Foto: TJ-SP

O descumprimento da determinação, em cada um dos casos, acarretará em multa diária de 100 mil reais. Trata-se de um dos mais duros golpes contra a gestão tucana em São Paulo, Estado administrado pelo PSDB desde 1995.

A ação da Promotoria foi proposta devido à suspeita de fraude e formação de cartel na licitação das obras, de custo estipulado de 4 bilhões de reais. O pedido foi baseado em reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, há mais de um ano, que revelou o nome dos vencedores do contrato antes mesmo do anúncio oficial.

Apesar do pedido do Ministério Público para que a execução dos contratos não tivesse sequência, as assinaturas foram feitas normalmente com base em um parecer da Gerência Jurídica do Metrô. A revelação foi feita meses após o ex-governador paulista, José Serra, deixar o cargo para concorrer à Presidência.

A Promotoria aponta que o processo, como foi feito, causou prejuízo de 327 milhões de reais aos cofres públicos e pede a responsabilização das empreiteiras Galvão Engenharia, Serveng-Civilizan, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Heleno&Fonseca, Triunfo Iesa, Carioca Christiani-Nielsen, Cetenco Engenharia, Queiróz Galvão, Construtora OAS, CR Almeida e Consbem.

“A notícia da antecipação do resultado da licitação para os lotes 2 a 8 demonstra, sem sombra de dúvidas, acerto prévio entre os consórcios vencedores, em nítido prejuízo à Administração Pública, com a omissão do réu, Sérgio Avelleda que deveria ter determinado a invalidação do certame”, escreveu a juíza em seu despacho. Segundo ela, Avelleda cometeu “omissões dolosas” ao validar as assinaturas dos contratos.

“Além disso, os contratos já estão em andamento, bem como as obras, e a continuação implicará em mais prejuízos aos interesses públicos, porque é inaceitável que uma obra pública seja objeto de ‘partilha’ entre empresas de engenharia e consórcios, que sem escrúpulos, manobraram o resultado do certame em seu favor”, afirmou.

A magistrada ainda ressaltou a necessidade da observância dos princípios legais em um processo de licitação: “a suspensão de todos os contratos e aditamentos oriundos da concorrência 41428212 é medida que se impõe, como forma de resguardar o patrimônio público e fazer valer os princípios da legalidade, moralidade e isonomia.

Eventual atraso na conclusão de tal linha do Metrô não será tão desastroso do que a continuidade de uma fraude, ou melhor, a chancela de um conluio entre particulares em benefício próprio (objetivando mais lucros e menos gastos com a obra pública)”.

A ampliação das linhas do metrô é a menina dos olhos na administração tucana, embora o ritmo da expansão das obras sejam insuficientes se comparado a outras metrópoles.

Em nota, a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos disse que ainda não foi intimada da decisão, mas adiantou que irá recorrer da liminar, “por uma questão de Justiça”. De acordo com o órgão, a decisão de prosseguir com a assinatura dos contratos foi tomada “após amplo processo administrativo” que não apontou indício de nenhuma irregularidade.

O comunicado destacou que a suspensão do processo “sem provas materiais” deixaria o Estado exposto a contestações judiciais. “A população seria prejudicada duas vezes: na paralisação das obras e no risco de pagamento, com dinheiro público, de indenizações a empresas privadas”.

Também é refutado o argumento do Ministério Público de que a licitação, da forma como foi feita, deu prejuízo de 327 milhões de reais aos cofres públicos. “Este cálculo, equivocado e rudimentar, parte de pressupostos errados que nunca fizeram parte deste edital”.

*Com informações da Agência Brasil

Dirce Reis é a cidade do Noroeste Paulista com maior índice de pessoas que não sabem ler e escrever

Analfabestismo na região: superior à média estadual

A taxa de analfabetismo em cem das 104 cidades da região pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é mais alta do que a média do Estado de São Paulo. Somente Rio Preto, Bady Bassitt, Barretos e Ilha Solteira ficaram com índices abaixo ou iguais ao da média do Estado.

Segundo o levantamento de 2010, a média estadual é de 4,3% de analfabetos. Porém, em Dirce Reis a porcentagem de habitantes que declarou não saber ler nem escrever é de 13,9%. Em Mesópolis e Guzolândia, a porcentagem é de 13,6% cada.

O diretor do departamento de Educação de Guzolândia, Edson Ferrari, atribui o alto índice da cidade ao corte da cana-de-açúcar. “Muita gente de outros lugares vem trabalhar, principalmente na época da safra, e é analfabeto. Isso aumenta nosso índice. A gente vai atrás, coloca anúncio no rádio, carro de som, mas eles não têm vontade de estudar”, afirma Ferrari. “As aulas da Educação de Jovens e Adultos são ministradas à noite, e essas pessoas acordam muito cedo para trabalhar. Isso dificulta e a gente fica sem ter o que fazer”, diz o diretor.

O professor universitário e especialista em indicadores educacionais José Francisco Soares considera inaceitáveis índices tão altos no Estado de São Paulo. “As cidades, por menores que sejam, devem ir em busca dessas pessoas e e tentar convencê-las a se alfabetizarem. Essas pessoas são, cada vez mais, excluídas do mercado de trabalho”, afirma.

Dirce Reis é a cidade da região com maior índice de pessoas que não sabem ler e escrever: 13,9%. Mas, para o secretário Municipal de Educação, Fábio Rogério Pagani, o resultado é consequência da baixa população da cidade. “Temos apenas 1.687 habitantes. Ficamos em desvantagem quando a análise é em proporção.” “Temos investido muito em educação, com programas de bolsa de estudos e projetos do governo estadual, como o EJA. Agora também estamos aderindo ao Analfabetismo Zero, do Governo Federal. Estamos batalhando para diminuir esse índice”, diz Pagani.

Taxa de Analfabetismo na região a partir dos 15 anos

Município 2000 – 2010

Rio Preto 5,4 – 3,2

BadyBassit 6,43 – 3,9

Barretos 6,2 – 4,2

Ilha Solteira 5,2 – 4,3

Jales 9,1 – 5,7

Votuporanga 8,2 – 5,2

Fernandópolis 9,2 – 6,0

Santa Salete 13,5 – 6,4

Santa Fé do Sul 10,4 – 6,4

Rubinéia 11,9 – 7,1

Estado em 2000 – 6,6

Estado em 2010 – 4,3
Fonte: Diário Web

Publicado originalmente em Blog do Grigolin

Congresso Estadual de Fundação da Nova Tendência da Esquerda Petista – MG

PT defende alterações em relatório do Senado sobre royalties do petróleo

Veja reportagem da TV Câmara sobre o assunto.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), defendeu nesta quinta-feira alterações na proposta aprovada pelo Senado sobre os royalties do petróleo. “Precisamos de ajustes que garantam o fim de disputas federativas, para que a vitória seja de todas as unidades da Federação, não de uma individualmente”, disse ele, após café da manhã da bancada com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

O texto enviado à Câmara foi o substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) ao PL 2565/11, do senador Wellington Dias (PT-PI), e será analisado por uma comissão especial a ser instalada na semana que vem.

“O embate federativo não pode prevalecer sobre o desenvolvimento nacional”, disse o líder, antecipando que a relatoria da comissão especial caberá ao PT.

Durante o café da manhã, segundo Paulo Teixeira, os parlamentares petistas destacaram a importância dos royalties para o financiamento do desenvolvimento brasileiro, em áreas diferentes como meio ambiente, educação e ciência e tecnologia, de modo a assegurar uma nova inserção do Brasil no cenário mundial.

Complexidade
Na opinião de Paulo Teixeira, a votação da matéria deve ficar para o próximo semestre, em razão da sua complexidade e da proximidade do recesso parlamentar.

Para o líder, a Câmara terá condições de garantir um modelo que permita ao Brasil dar um salto em seu desenvolvimento a partir dos recursos do petróleo. “O desafio é o aperfeiçoamento que possibilite a diminuição das tensões federativas entre os estados. Precisamos de um conceito que unifique e assegure ganhos coletivos”, frisou.

Projeto
O projeto aprovado pelo Senado determina a redução de 50% para 42% da parcela da União na chamada participação especial, tributo pago pelas empresas pela exploração de grandes campos de petróleo, principalmente os recém-descobertos na camada pré-sal. A participação especial não inclui os royalties –  valores que a União, estados e municípios recebem das empresas pela exploração do petróleo.

Os repasses variam de acordo com a quantidade explorada. Em relação aos royalties, o relatório traz uma redução de 30% para 20% na fatia destinada ao governo. Para compensar o governo, o relator propôs que, a partir de 2013, a União receba uma compensação na participação especial de 1% por ano, até chegar a 46% em 2016.

Estados produtores
O relatório também traz perdas para os estados produtores, que terão a sua parcela de royalties reduzida de 26,25% para 20%. A participação especial destinada aos estados produtores, segundo o relatório, cai de 40% para 20%. As bancadas dos estados produtores tentaram impedir a aprovação do projeto no Senado, mas foram derrotadas.

Da Redação/ WS
Com informações da Liderança do PT

‘Governo poderia ser um pouco mais ousado na crise’, diz Pochmann

Em entrevista à Carta Maior, presidente do Ipea, Marcio Pochmann, defende que país use fundo soberano para comprar ações de multinacionais e que, para salvar PIB, Banco Central acelere corte do juro. Para ele, economias ricas tornaram-se ‘ocas’ e, com piora da situação global, arrocho fiscal ficou exagerado e deveria diminuir. Juro real no Brasil deveria ser de 2%, afirma.

André Barrocal

BRASÍLIA – Marcio Pochmann tem a voz mansa, baixa e o costume de abotoar a camisa social no pescoço sem usar gravata que fazem pensar que se está diante de um padre. Há quatro de seus 49 anos à frente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o gaúcho é uma hipótese na cabeça do autor de sua nomeação, o ex-presidente Lula, para disputar a prefeitura de Campinas, onde se doutorou em Ciência Econômica em 1993.

Em 18 anos de doutor, Pochmann viu o apogeu do neoliberalismo liderado pelo sistema financeiro e, hoje, assiste à (palavra dele) decadência do mundo rico. Pela primeira vez desde a crise de 1929, quem puxa a economia global são os países em desenvolvimento. O Brasil está na nova locomotiva. Mas, diz Pochmann, deveria ser mais ousado, para encurtar mais a mais depressa a diferença que separa o país do velho “primeiro mundo”.

Por que não aproveita que algumas ações em bolsas mundo afora custam pouco e vira acionista de multinacionais? Participar da tomada de decisões que repercurtem no país é sempre benéfico. Por que não acelera o corte da taxa de juro do Banco Central e reduz o pagamento de juros da dívida pública? Se protegeria melhor dos efeitos de um cenário externo para lá de desalentador.

Nesta entrevista à Carta Maior, além de defender ousadia, Pochmann diz que há uma disputa no governo sobre o tipo de crescimento do país (primário exportador versus tecnológico-industrial), analisa a mudança geográfica no dinamismo econômico global, defende juro real de 2%, faz um balanço do primeiro ano de Dilma Rousseff e aponta os principais desafios do país para 2012. A seguir, a íntegra da entrevista.

Um estudo recente do Ipea diz que desde a crise de 2008 os países em desenvolvimento contribuem mais para o crescimento mundial do que os ricos. Essa é uma situação que veio para ficar ou tem prazo de validade?

Marcio Pochmann: A economia europeia, os Estados Unidos e mesmo o Japão estão se transformando cada vez mais em economias ocas, devido ao deslocamento do seu setor produtivo para outras áreas geográficas do mundo, especialmente a Ásia. É a primeira vez, desde a crise de 1929, que o dinamismo econômico vem sendo protagonizado por países não desenvolvidos. As medidas tomadas pelos países ricos em 2008 foram muito importantes para evitar uma depressão e resolveram, de certa forma, a solvabilidade do setor financeiro. Mas não foram suficientes para dinamizar a economia porque o setor produtivo estava muito comprometido. O que não se verificou nos BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]. Brasil, China e a Índia tomaram medidas que fortaleceram o mercado interno e saíram muito mais fortes. E não tenho dúvida de que continuarão se fortalecendo. A não ser que tenhamos um conflito. Historicamente, o deslocamento do centro dinâmico sempre foi acompanhado ou sucedido de conflitos armados. Até quando Estados Unidos e Europa aceitarão tranquilamente seu esvaziamento econômico, o crescimento do desemprego, a desigualdade de renda?

O senhor acredita em hipótese real de o mundo passar por uma guerra?

Pochmann: Espero que não. Os países desenvolvidos estão diante da seguinte escolha: a decadência ou o declínio. Decadência é a desorganização, a ruptura política. Um dos sinais de decadência é o que ocorreu recentemente nos Estados Unidos na disputa política dos pela ampliação do limite de endividamento. O governo Obama tinha sido autorizado três vezes e de repente não foi. Isso é um constrangimento inimaginável. Decadência é a incapacidade de construir maiorias políticas. É o que estamos vendo na Europa. Crise política aberta, quase uma volta ao colonialismo, a impossibilidade de ter decisões nacionais. A Grécia foi fortemente afetada pelos países da União Europeia porque quis se submeter ao vaticínio popular. Declínio seria aceitar que o padrão de vida do país não vai mais crescer como vinha crescendo. E essa acomodação pode ser feita em termos civilizados. Claro que a decadência dos países ricos contamina os BRICS também, mas o cenário que está aberto para nós não é de decadência nem de declínio, é de crescimento. Não sabemos, no caso brasileiro, para aonde vai esse crescimento. Eu costumo lembrar que o crescimento é possível no vaco ou na fama [dois acrônimos que o entrevistado explicará]. Fama é muita fazenda, muita mineração, muita maquiladora, quer dizer, o Brasil vai crescer como cresceu nos quatro séculos passados, como produtor e exportador de produtos primários.

O senhor acha que o Brasil hoje sofre esse problema? Há uma qualidade insuficiente do crescimento? Cresce errado?

Pochmann: Já te respondo. A outra alternativa é o Brasil do vaco, do valor agregado e do conhecimento. Acredito que a novidade do Brasil nessa primeira década do século XXI é a construção de maioria política que tem clareza que o país não pode mais continuar com voo de galinha. O voo de galinha nos fez mal nos anos 80 e 90 e levou a uma regressão econômica e social. Em 1980, o Brasil era a oitava economia do mundo, no ano 2000 era a 13ª, até o México nos superou. No meu modo de ver, há uma maioria em torno de que o Brasil não pode mais repetir os anos 80 e 90. Isso nos deu a possibilidade de construir políticas de compromisso com o crescimento. O que não está claro, é objeto de disputa dentro do governo, é um governo muito amplo, é: qual crescimento? Quando olhamos a taxa de juros e a taxa de câmbio, isso aí é aplauso para o país da fama. Agora, quando você olha o Brasil Maior, uma tentativa de organizar uma política industrial, o Brasil Sem Miséria, a ênfase na educação, a elevação dos gastos na educação, a expansão das bolsas para o exterior, a constituição da Embrapi [Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial], essas ações são para o Brasil do vaco.

E quem está ganhado essa disputa dentro do governo, na sua avaliação?

Pochmann: Não temos um balanço, porque o que aconteceu nesse período de expansão não se deu apenas por determinações endógenas, nacionais. Claro que são elas as mais importantes, no entanto, o Brasil se reposiciona no mundo frente a uma perda de influência dos Estados Unidos e um crescimento da China. Em 2000, as exportações brasileiras para a China representavam 2% das nossas. Hoje, se aproximam dos 20%. Os Estados Unidos eram 25%, agora são menos de 15%. Essa inversão, da forma com que foi feita, trouxe impactos do ponto de vista produtivo. Com os Estados Unidos, nossa pauta de exportação era mais rica do que é com a China. Hoje, 50% das exportações são produtos primários para a China. Não é porque a China impõe, foi a maneira que o Brasil encontrou, dentro dos seus constrangimentos, de exportar mais. Nós podemos alterar isso, não dependemos da China.

Aproveitando que senhor falou em balanço. Estamos terminando o primeiro ano do governo Dilma. Do ponto de vista macroeconômico, o que se destaca na sua opinião? Qual é o balanço?

Pochmann: Em primeiro lugar, a busca de uma convergência na condução da política macroeconômica. É uma avaliação da presidenta em relação ao conflito entre a política monetária e fiscal que ocorreu nos dois governos do presidente Lula. Eu percebo uma convergência. Não houve um vencedor, as duas partes reconsideraram, digamos assim. Vejo um ano vitorioso nessa condução, que não contou com o apoio do mercado financeiro, especialmente no período mais recente, em que se alterou a trajetória da taxa de juros. Um segundo aspecto é uma busca de maior racionalidade na gestão do governo. Isso se iniciou com um corte orçamentário, buscando ampliar a eficiência a partir de um orçamento menor e maior interlocução entre os ministérios. Isso não é ainda perceptível e generalizado, mas é possível observar em algumas ações. A principal delas é a integração do governo para reduzir a miséria.

Não houve nenhum ponto negativo?

Pochmann: Numa avaliação ex-post, isso é mais fácil fazer, as medidas tomadas no início do ano se mostraram muito fortes, diante do aprofundamento da crise internacional. No início do ano, era quase um consenso que o Brasil não poderia continuar crescendo ao ritmo de 7,5%, tendo em vista deficiências de investimento. Precisava desacelerar. No entanto, essa medida tomada internamente se associou a um quadro internacional de agravamento e por isso levou a uma mudança nas expecativas de investimentos internos. E isso acelerou a queda da atividade. As medidas do início do ano eram para fazer com que saíssemos de 7,5% para 4,5%, 5% de crescimento. Só que, com a combinação de resultados negativos da crise, a desaceleração foi mais rápida. Se não houvesse alteração no comportamento do juro, se o governo não toma medidas necessárias, acho inclusive que poderia avança algumas mais, nós poderíamos correr o risco de ter um PIB crescendo 2%, 3% este ano e talvez uma estagnação no ano que vem.

O que seria avançar mais?

Pochmann: Do ponto de vista da política fiscal.

Como?

Pochmann: Uma revisão do superávit fiscal para baixo. E na política monetária, poderíamos ter uma desaceleração mais acentuada da taxa de juros.

Até quando o Brasil terá de conviver com superávit primário? Qual seria um patamar razoável de estabilização da dívida a partir do qual o Brasil não precisaria mais fazer superávit primário?

Pochmann: O tamanho da nossa dívida relativamente ao PIB não é um problema, especialmente quando olhamos países ricos muito mais fragilizados. Uma das nossas dificuldades é o perfil da dívida. Um esforço de alongamento dos títulos certamente nos ajudaria muito mais do que o tamanho da dívida. Eu acredito que o superávit fiscal passa a perder importância na medida em que o país tenha um crescimento acima de 5%.

O senhor defendeu reduzir o superávit mas no plano do governo para trazer a taxa de juros para baixo, o superávit tem de ser robusto. Seria então um cálculo exagerado?

Pochmann: Isso é do ponto de vista do discurso, da retórica. Nós fizemos um corte de R$ 50 bilhões no orçamento no inicio do ano, enquanto que a elevação da taxa de juros nos levou a um aumento do gasto financeiro de R$ 35 bi. Cortou-se o gasto operacional de um lado, e de outro se elevou o gasto financeiro com a taxa de juros.

Esses R$ 35 bi são um gasto adicional considerando que recorte de tempo?

Pochmann: Era para o ano todo, se continuasse a trajetória de alta da taxa de juros. Mas vai ser menor, porque o juro está em queda.

Qual seria o nível adequado do juro real no Brasil? Essa é uma discussão que já se impõe, não?

Pochmann: É difícil justificar num país de estabilidade monetária, de contas fiscais relativamente equilibradas, uma taxa de juros real acima de 2% ao ano.

Por que 2% e não 1% ou 3%?

Pochmann: É algo arbitrário, evidentemente. Mas se olharmos um pouco o comportamento da taxa de lucro do setor produtivo brasileiro, as empresas que conseguem ter acima de 2% de lucro real… Na verdade, é um parâmetro. Para que todo setor produtivo possa ter uma rentabilidade superior ao que seria oferecido pela taxa de juros, 2% é um parâmetro razoável. Taxa de lucro acima disso já é muito bem satisfatório.

É um patamar que não desestimula a produção…

Pochmann: É claro que as grandes empresas têm taxas de lucros maiores, mas se você olhar os pequenos…

Esse é um debate que não existe hoje. No último relatório de inflação divulgado pelo Banco Central, o diretor discretamente colocou a questão. Acredita que não há debate porque o ‘mercado’ não quer? Ou falta o próprio governo colocá-lo?

Pochmann: Evidente que um segmento que convive um longo período com taxas de juros muito altas não tem interesse em uma rentabilidade menor, embora o setor financeiro tenha feito esforços de ampliação de suas taxas de lucros com atividades operacionais, está investindo em tecnologia, já tem clareza também que essse cenário de voo de galinha não pode ser reproduzido. Eu acredito que eles trabalham do ponto de vista interno, mas publicamente não é interessante dizer: “nós aceitamos taxas de juros de tanto”. Porque a taxa de juros não é o resultado de uma decisão técnica-econômica. Evidentemente que os setores que ganham com a taxa de juros pressionam de várias modalidades, assim como o setor produtivo também pressiona.

É uma decisão política…

Pochmann: Existe também uma correlação de forças, de interesse. Alguns criticam que o governo do presidente Lula e mesmo a Dilma poderiam ter reduzido a taxa de juros mais rapidamente… Se você tivesse uma redução dramática, quando o Brasil não podia crescer suficientemente depois de duas décadas de semiestagnação, o que poderia ocorrer? Aquele montão de dinheiro do sistema financeiro vai para onde? Comprar ativos? Aumentariam os preços, teria inflação. Outra alternativa seria esses recursos saírem do Brasil. A escolha do presidente Lula, continuada pela Dilma, foi fazer um movimento coordenado. Você reduz a taxa de juros para limitar os ganhos financeiros e, simultaneamente, cria condições para a transição da liquidez financeira para o setor produtivo. No segundo governo Lula, o governo assumiu o compromisso político com o setor produtivo de fazer o país crescer 5% ao ano. E, com o PAC, disse ao empresário que ele ia ter os elementos necessários para a produção ocorrer, energia, estradas. Esse foi um movimento coordenado.

O que o Brasil terá como grande desafio em 2012?

Pochmann: Antes de falar de desafios. O governo poderia ser um pouco mais ousado. Utilizar a crise como uma grande oportunidade para aquisição de empresas cujos preços estão muito baratos, dada a queda nas bolsas de valores. A Noruega, a China e a Índia já se aproveitaram em 2008, da própria crise, da queda nas bolsas, para adquirir empresas. O Brasil tem um fundo soberano que poderia ser utilizado ao menos uma parte para aquisição de empresas.

Qual por exemplo? Dar o nome acho complicado, mas vamos falar de setor.

Pochmann: Em primeiro lugar, ao contrário da China, da Índia, o setor produtivo brasileiro é muito internacionalizado, você tem quase todas as grandes empresas em operação no Brasil. Alguns dos setores em que somos deficitários poderiam perfeitamente ter uma política mais agressiva de compra de ações. Empresas de transporte, por exemplo. O Brasil é o quinto maior mercado de consumo automobilístico e não tem uma empresa nacional. Nem sei se é o caso de ter. A General Motors estava de joelhos… Os chineses compram empresas, por que você não pode comprar?

Acho que diriam que a China não é um sistema político como é o brasileiro…

Pochmann: Mas a Noruega não tem problema? A Índia não tem problema? Utilizaram os fundos soberanos…

Se tornaram controladores ou acionistas minoritários?

Pochmann: Você tem várias modalidades, acionistas, controladores. Veja uma dificuldade nossa. Quando o governo adota uma política de aumentar as exportações, com subsídios, não necessariamente as empresas transnacionais vão aumentar. A decisão de exportar não é tomada internamente, é na matriz. Você precisa ter empresa nacional.

Sim, e os desafios?

Pochmann: O que nós temos de desafio pela frente é preparar o governo para a transição demográfica que estamos vivendo. Transição de redução muito rápida do número de crianças por mulher, a taxa de fecundidade vem caindo muito drasticamente no Brasil, estamos num processo de envelhecimento, isso tem um impacto muito grande na condução da política pública na área social.

O senhor vai chegar até à reforma da Previdência?

Pochmann: O envelhecimento tem a ver, por exemplo, com a postura da saúde. Uma coisa é o gasto quando um país tem muitas crianças e adolescentes, outra coisa são os gastos com pessoas com mais idade, são mais caros, são mais pesquisas que você tem que ter. Daqui a 10 anos, 15 anos, começarão a sobrar escolas. Mas, ao mesmo tempo, temos uma exigência, tendo em vista a transição para a sociedade do conhecimento, de montarmos escolas para a vida toda. As grandes empresas já gastam 1% do PIB com universidades corporativas, para formação e capacitação dos seus trabalhadores ao longo do tempo. Um desafio aqui é montar uma universidade corporativa no setor público. Nós temos que qualificar melhor os servidores públicos, precisamos de um Estado mais eficiente, isso passa pela qualificação do quadro. A Previdência é um dos aspectos da demografia. Um outro desafio é montar uma indústria de defesa.

Por causa da inserção internacional cada vez maior e do pré-sal?

Pochmann: E das nossas fronteiras. O Brasil é segundo país do mundo com maior quantidade de fronteiras. São 15 mil km de fronteiras secas e 5,5 mil km de fronteira marítima. Não temos um sistema de defesa para isso. A nossa dificuldade está mesmo em setores em que nós somos relativamente avançados, como a indústria da aviação. Somos dependentes de tecnologia. Compramos equipamentos dos Estados Unidos que nos impedem de vender para países que eles não têm interesse que a gente venda.

O governo acabou de lançar um plano sobre isso.

Pochmann: Sim, mas isso é um desafio.

Botar de pé e ampliar.

Pochmann: Sim. Nós já fomos melhor nos anos 70 na indústria de defesa. Outro aspecto, e isso não depende só do Brasil, é construir uma moeda regional. O Brasil é muito pequeno para resistir às forças do dinamismo chinês. Se nós quisermos resistir em melhores condições, precisamos fazer aqui um grande arco com os países do sul do continente. Mais um desafio é elaborar um complexo de difusão tecnológica. O Brasil tem só 14% dos jovens entre 18 e 24 anos no ensino superior. Houve um esforço enorme, dobrou o número de alunos matriculados nos últimos dez anos, parabéns, mas isso é muito pouco. O Brasil tinha que chegar a 70% dos seus jovens matriculados no ensino superior. Isso é um esforço gigantesco.

Como se faz isso?

Pochmann: É um projeto, é alocação de recursos. O pré-sal vai colocar recursos, estamos discutindo se é mais para um estado ou para outro, e não estamos discutindo o que fazer com esses recursos. Nós fizemos um estudo que mostrou que municípios e estados que recebem royalties de petróleo não são os que mais avançam socialmente. Essa discussão que está sendo feita agora tem seu interesse evidentemente, é uma disputa de receitas, mas ela é pobre porque não está possibilitando que nós tenhamos, com o uso desse recurso, um país superior. A China quer ter as 50 maiores universidades do mundo, nós queremos ter quantas? O futuro está no conhecimento, é o principal ativo de um país.

Quando o senhor assumiu, houve uma leitura de que o Ipea estava sendo aparelhado e deixaria de ser uma instituição pública para ser estatal. Acha que essa situação foi superada ou ainda há desconfianças?

Pochmann: O Ipea deixou de ser órgão de assessoria do Poder Executivo. Fez acordos de cooperação com a Câmara e o Senado, com o Poder Judiciário, ampliou seu raio de ação. Uma instituição manipulada não teria essa capacidade. O Ipea se transformou também numa instituição de assessoria da sociedade civil. Temos uma quantidade imensa de acordos de cooperação com universidades, instituições de pesquisa, entidades patronais, entidades de trabalhadores, organismos não governamentais, instituições internacionais. O Ipea se transformou no principal think tank brasileiro. E nunca foi tão produtivo. Tenho viajado muito o Brasil, e é impressionante como a produção do Ipea se tornou recorrente nas universidades, nos sindicatos, nas empresas.

O senhor vai ser candidato a prefeito de Campinas no ano que vem?

Pochmann: Acho que esse é um assunto para se resolver para o próximo ano. Fui surpreendido pela sugestão do presidente Lula, tem muita água para rolar ainda, estou bem aqui no Ipea, mas não deixa de ser uma oportunidade.

Campinas – SP – Encerrado depoimento do Prefeito Demétrio Vilagra à Câmara Municipal

 

Demétrio disse que Roseli era uma pessoa de difícil relação; prefeito diz que recebe 40 mil por mês

(Fotos: Câmara Municipal de Campinas)

O depoimento do prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), aos integrantes da Comissão Processante (CP) instalada na Câmara para investigar sua suposta ligação com irregularidades em contratos públicos da Sanasa começou às 9h desta sexta (18). Durante o depoimento, Demétrio disse que recebe R$ 40 mil por mês. Este dinheiro é a soma de seu salário de prefeito, do salário de anistiado (que totaliza 1 milhão de reais e dividido sai em 15 mil por mês) e salário de presidente do Ceasa.

Demétrio disse que falou poucas vezes com Roseli Nassin Santos, ‘aliás ela era uma pessoa de difícil acesso’, afirmou o prefeito que também afirmou que ela não gostava de seu partido, o PT.

O vereador Valdir Terrazan (PSDB) leu um trecho de uma gravação em que Luís Castrillon de Aquino (ex-presidente da Sanasa) e pede para que o prefeito esclareça: ‘Eu estava com medo de você falar de nosso amigo ‘Demétrius’, pois aí este negócio pode pegar mal’. Demétrio então diz que Aquino fala de ‘Demétrius’ e não ‘Demétrio’ e que então pode não se tratar dele… Terrazan volta a perguntar sobre a gravação de Aquino. Em um trecho há a afirmação: ‘Vilagra não abre, se não ele dança!’ E pede explicações ao prefeito. ‘Não posso falar sobre o que estava na cabeça deles’, disse Demétrio. Terrazan lembra outro trecho da conversa: ‘Vamos rezar ao nosso amigo Demétrio não abrir o bico’, e pede para Demétrio dizer o que entende sobre isso.

Confira os principais momentos dos depoimentos a CP:

12h38 – Zimbaldi encerra o depoimento de Demétrio aos integrantes da CP.

12h34 – Rafa Zimbaldi diz que as audiências das testemunhas que faltaram serão do próximo dia 22, terça-feira, a partir das 9h, na Câmara Municipla. O advogado de Demétrio disse que na ocasião, as testemunhas que estão presentes hoje também voltarão. Zimbaldi disse que Demétrio também deve voltar neste dia.

11h30 – Terrazan disse que fica evidente que, o vice prefeitosabia dos esquemas de corrupção e não tomou atitude nas ocasiões em que assumiu o cargo de prefeito interino.

11h27 – Terrazam perguntou a Demétrio se quando ele assumia interinamente, (que aconteceu por seis períodos) quais foram as providências sobre os casos de corrupção que estavam ocorrendo. Demétrio disse que já respondeu e o vereador disse então que a pergunta ficou sem resposta.

11h26 – Segundo Demétrio, o conteúdo das gravações da conversa de Aquino não passam de boatos

12h26 – Depoimento de Demétrio à CP recomeça.

11h58 – Depoimento tem 15 minutos de intervalo.

11h57 – Terrazan pergunta se o prefeito mantém algum contato com as pessoas envolvidas nos escândalos e Demétrio responde que não.

11h53 – O vereador Zé do Gelo (PV) questionou sobre o concurso realizado pela Sanasa com a Lotus. Demétrio disse que funcionário que passar no concurso será contratado.

11h52 – Demétrio disse que a empresa Lotus será extinta assim que vença o contrato.

11h52 – Questionado, Demétrio disse que nunca recebeu nenhum tipo de ameaça.

11h50 – Terrazan pergunta se, na busca e apreensão do Ministério Público, houve algum objeto apreendido, se Demétrio não sentiu falta de alguma anotação ou agenda levada pelo MP. Demétrio disse que não.

11h48 – Terrazan questiona a aproximação de Demétrio com Aquino.

11h47 – Demétrio disse que jamais sucedeu Aquino em esquemas de corrupção.

11h47 – Terrazan perguntou como se deu a sucessão de Demétrio por Aquino.

11h46 – Demétrio: ‘É uma questão de hábito, sempre guardei dinheiro em casa’.

11h44 – Terrazan questiona sobre o ato de Demétrio de guardar dinheiro em casa. O que leva o sr. a guardar dinheiro em casa, ainda mais uma quantia como 60 mil reais.

11h42 – Zimbaldi lembra de visita de Demétrio à Sanasa e Demétrio, enquanto prefeito interino, disse que foi interceder por uma pessoa que havia sido demitida.

11h37 – Zimbaldi questiona se Demétrio acompanhava contratos da Sanasa.

11h33 – Zimbaldi pergunta se Demétrio acha que tem responsabilidade sobre os assuntos relacionados a Sanasa. Demétrio responde que sim.

11h31 – Demétrio diz que não conhece Cepera, após pergunta de Zimbaldi. Disse também que não sabe sobre empresa Lotus e asuntos relacionados a Cepera.

11h30 – Demétrio diz que esta é uma questão do Aquino.

11h29 – Terrazan lembra outro trecho da gravação de conversa de Aquino e Alfredo: ‘Vamos rezar ao nosso amigo Demétrio não abrir o bico’, e pede para Demétrio dizer o que entende sobre isso.

11h28 – ‘Não posso falar sobre o que estava na cabeça deles’, disse Demétrio.

11h26 – Terrazan volta a perguntar sobre a gravação de Aquino e Alfredo. Em um trecho há a afirmação: ‘Vilagra não abre, se não ele dança!’ E pede explicações ao prefeito.

11h23 – Zimbaldi quer saber sobre as discussões pautadas por ele quando Hélio viajava. Demétrio disse que acompanhava o andamento de obras do PAC 2 duas vezes por semana.

11h21 – Demétrio diz que Aquino fala de ‘Demétrius’ e não ‘Demétrio’ e que então pode não se tratar dele…

11h20 – Terrazan lê trecho de gravação com uma fala de Aquino e pede que o prefeito esclareça: ‘Eu estava com medo de você falar de nosso amigo ‘Demétrius’, pois aí este negócio pode pegar mal’.

11h17 – Demétrio diz que faz parte da rotina de prefeito interino assinar contratos.

11h14 – Terrazan lembra que a cidade conviveu com sete anos de desvios de dinheiro público. Lembra também que Demétrio assumiu como prefeito interino diversas vezes. Fala de um contrato de mais de 1 milhão de reais assinado por ele. Por que as providências sobre o caso Sanasa não foram tomadas.

11h10 Demétrio: ‘A Sanasa não me consultava para pedir aprovação em contratos enquanto estava no cargo temporário de prefeito’.

11h09 – Sebá Torres (PSB) pergunta se não caberia ao senhor quando estava no cargo de prefeito durante as ausências de Hélio, demitir pessoas envolvidas em corrupção. Demétrio diz que pela lei ele poderia fazê-lo, porém ele ficou por períodos curtos e não tomou tais medidas.

11h06 – Demétrio disse que proibiu novos contratos com empresas suspeitas relacionadas na Sanasa. ‘Pedi ao Pupo (Fernando Pupo, atual presidente da Sanasa) que me passe todos os novos contratos com a Sanasa’, explicou.

11h05 – Demétrio: ‘Eu sei de meu passado e vou provar que sou inocente’.

11h04 – Zimbaldi: ‘O sr. acredita que há mais envolvidos no processo de corrupção na Sanasa?’

11h03 – Demétrio: ‘Não’.

11h03 – Zimbaldi: ‘Em algum momento Roseli pediu para que o sr. tomasse o lugar de Aquino?’

11h02 – Demétrio disse que não sabe qual foi a justificativa da demissão de Aquino.

11h – Demétrio disse que só ficou sabendo sobre os esquemas corrupção na Sanasa através da imprensa.

10h58 – Aquino tinha uma amizade profunda com Hélio e pediu que Demétrio ajudasse que esta conversa acontecesse.

10h56 – Segundo Demétrio, Aquino disse ter sido um amigo fiel de Hélio, ajudou nas três campanhas e que estava chateado por estar afastado do governo. Aquino pediu para que Demétrio fizesse uma intervenção para poder se encontrar com Hélio.

10h54 – Hélio estava bravo com Aquino porque algumas pessoas estavam envolvidas na prefeitura.

10h54 – Porque ele disse que pedia isso para algumas pessoas não faziam isso e ele pediu a mim’, disse Demétrio.

10h52 – Zimbaldi pergunta se o Demétrio teve pouco contato com Aquino, porque ele pediu que o Demétrio intermediasse uma conversa com Hélio na academia de Aquino?

10h50 – Demétrio: ‘Não tenho este número. Meu imposto de renda está sendo refeito.’

10h49 – Terrazan: ‘Qual é o montande de multas que Demétrio deve?’

10h47 – Terrazan lembra que após o fato desta fita, os vereadores tomavam as providências que culminaram na cassação de Hélio.

10h46 – Demétrio: ‘Fiquei sabendo em uma reunião, foi um boato que não dei crédito’.

10h45 – Zimbaldi pergunta como Demétrio teve conhecimento desta informação.

10h44 – ‘Esta fita era um boato de campanha’.

10h43 – Terrazan pergunta se Demétrio sabia da existência de uma fita com gravações de conversas de empresários e Aquino, que circulou na prefeitura e tratava de pagamento de propinas na Sanasa.

10h42 – Demétrio afirmou que não conhecia Manduca (outro envolvido no Caso Sanasa).

10h41 – Demétrio disse que Roseli jamais fez qualquer proposta sobre ilegalidades a ele.

10h41 – Demétrio: ‘Poucas vezes falei com ela. Aliás ela era uma pessoa de difícil acesso’.

10h40 – Zimbaldi: ‘Em que momentos acontecia os encontros com a chefe de gabinete, Roseli Nassim Santos?’

10h38 – Demétrio disse que Roseli era uma pessoa de difícil relação, encontrou com ela poucas vezes; ela não gostava do PT.

10h36 – Demétrio: ‘Conheci Aquino na escola e tinha uma relação distante com ele. Com Aurélio tinha uma relação administrativa’.

10h34 – Zimbaldi pergunta quando que Demétrio conheceu Aquino e qual a relação com ex-diretor Aurélio Cance Júnior.

10h33 – Demétrio afirma que as questões de corrupção na Sanasa só foram conhecidas por ele com a delação premiada de Aquino. ‘Quando meu nome foi envolvido, pedi que Hélio me afastasse’, disse.

10h27 – Zimbaldi diz que o imposto de renda do prefeito também terá análise sigilosa da CP.

10h26 – Terrazan solicita que a CP solicite o recibo do Honda Civic.

10h26 – Demétrio afirmou que quem tem cargo político ou disputou eleição sempre tem uma ‘multinha’ para pagar.

10h24 – Demétrio disse que parte dos 60 mil encontrados em sua casa foi para pagar as multas eleitorais.

10h24 – Demétrio diz que paga uma multa eleitoral de 12 mil reais por mês.

10h23 – Demétrio: ‘Tenho custume de gardar dinehiro em casa desde o regime militar que nós não depositavamos em banco. Pago mulats eleitorais para pagar todo mês. Parte deste dinheiro é de uma venda de automóvel modelo Honda Civic, ano 2008. Pago as multas ou em dinheiro ou em cheque, que pode ser conferido em meu imposto de renda’.

10h22 – Zimbaldi:’ ‘Como o sr. os adquiriu?’

10h20 – Demétrio: ‘Os 60 mil reais são meus e tenho receita para justificá-los’.

10h19 – Zimbaldi: ‘O sr. pode esclarecer sobre os 60 mil reais encontrados em sua casa na época dos escândalos da Sanasa estourarem?’

10h15 – Demétrio: ‘Recebi um salário de anistiado de 1 milhão e 300 de reais, dividido mensalmente em 15 mil reais, mas o salário de presidente da Ceasa e o salário de prefeito totaliza em um salário de 40 mil reais por mês. Poderia ganhar muito mais mas abri mão’.

10h14 – Demétrio afirma que recebia somente o salário da Ceasa inclusive nas ocasiões em que assumiu como prefeito (na ausência de Hélio).

10h14 – Terrazan: ‘O sr. recebia salário de vice prefeito e de presidente da Ceasa?’

10h12 – Demétrio: ‘Eu chegava às 7h e quando havia tempo ia até a prefeitura, na parte da tarde’.

10h11 – Terrazan pergunta sobre a rotina diária de Demétrio como presidente da Ceasa.

10h09 – Terrazan disse que os contratos da Global são de antes de 2008, portanto é pertinente este tipo de questionamento.

10h07 – Advogado de Demétrio intervém: ‘estamos aqui a tratar de fatos sobre os contratos da Sanasa. As perguntas estão sendo feitas por Terrazan são de 2008, quando Demétrio nem era vice-prefeito ainda’.

10h06 – Demétrio: ‘Não tenho informação da quantidade de recursos pois era o vice-prefeito’

10h05 – Terrazan: ‘Qual a forma de doação que os empresários fizeram a campanha eleitoral?’

10h04 – Demétrio: ‘Eu não sabia’.

10h04 – Zimbaldi: ‘O sr. tem conhecimento de que a empresa Global tinha contrato coma prefeitura?’

10h03 – Demétrio: ‘Numa campanha política, não somos nós que fazemos as agendas. Fui até lá para buscar votos.’

10h02 – Zimbaldi: ‘Como o sr. conheceu estes empresários, como foi seu primeiro contato com eles?’

10h01 – Demétrio: ‘Eu era assessor do banco de alimentos do Ceasa’.

10h – Terrazan: ‘Qual era a participação do sr. no primeiro mandato do prefeito Hélio’.

9h59 – Demétrio reafirma que conheceu Alfredo Nunes em 2008, durante a campanha eleitoral.

9h58 – Terrazan fala de matéria publicada pela imprensa de que só conheceu Alfredo em 2009, e pergunta qual a data correta, 2008 ou 2009?

9h57 – Demétrio disse: ‘Depois começaram a dar bombons a minha secretaria (Elizabete), me convidaram para passear de scuna. Segundo Demétrio, quando começou esta relação mais ‘pegajosa’, ele se afastou. ‘O relacionamento foi pequeno’.

9h54 – Demétrio: ‘Conhecei Nunes em 2008, durante a eleição. Ele é cliente do Ceasa’.

9h53 – Terrazan: ‘ Percebam a intranquilidade após uma simples perugunta. O sr. conhece Alfredo Nunes?

9h52 – Demétrio: ‘Eu mesmo pedi meu afastamento da direção da Ceasa’.

9h51 – Demétrio disse que sugeriu a investigação ao então prefeito, Hélio de Oliveira Santos.

9h49 – Terrazan pergunta porque não determinou investigação sobre o envolvimento de pessoas do alto escalão da prefeitura no caso Sanasa, assim que o escândalo ‘estourou’.

9h47 – Demétrio: ‘É um cargo de espectativas’

9h46 – Rafa Zimbaldi pergunta qual a função de um vice-prefeito.

9h44 – Demétrio: ‘Moro em apartamento e recebo amigos lá’

9h44 – Terrazan pergunta: ‘O sr, mora em casa ou apartamento? E o sr. realizava reuniões lá?’

9h43 – Demétrio disse que assim que saiu da prisão foi ao encontro da mãe, que é idosa, para esclarecer o que estava acontecendo.

9h42 – Demétrio disse que ficou sabendo pela imprensa.

9h42 – ‘Por quem o sr. foi avisado sobre a operação que culminou em seu mandato de prisão enquanto estava em viagem à Espanha?’, perguntou Terrazan.

9h40 – Demétrio lembra que não estava foragido e sim fora de Campinas.

9h39 – ‘Em nenhum momento o prefeito tentou obstruir os trabalhos’, afirmou Demétrio.

9h35 – Terrazan pergunta se Demétrio tem medo de que algum fato possa contrariá-lo. Qual o receio de impedir o trabalho da Comissão Processante? – perguntou o vereador ao prefeito. Segundo o vereador, o prefeito tem tentado embargar o trabalho da Comissão Processante.

9h34 – Demétrio diz que na CPI nenhum momento citou seu nome. Apenas quando Aquino fez a delação premiada é que surge o nome de Demétrio no escândalo.

9h31 – O vereador Valdir Terrazan (PSDB) começa a falar. Ele mostra uma lista com Roseli Nassin, Aquino, Carlos Henrique Pinto, e outras pessoas que interagiam com a Sanasa. Todos denunciados como crime de formação de quadrilha ou bando. Terrazan pede ao prefeito para que fale da inclusão de seu nome da lista.

9h29 – Ele disse que tinha acesso ao gabinete, ams não tinha acesso às decisões do prefeito cassado, Hélio de Oliveira Santos. Por seis vezes Hélio saiu do País. Segundo ele, Hélio não deixou nenhuma atividade importante para ser assinada, apenas listas com demandas para ser cumpridas

9h27 – Demétrio disse que o prefeito Toninho (assassinado em 2001), o chamou para fazer parte da Central de Abastecimento de Campinas (Ceasa).

9h23 – Demétrio disse que é de família humilde de Corumbá, MS. Veio a Campinas há 44 anos. Foi nesta cidade que constituiu família. Falou de seu envolvimento no Sindicato dos Petroleiros. Lembra que faz parte do protesto contra a privatização de empresas de petróleo.

9h20 – Demétrio inicia seu depoimento dizendo que sempre estará a disposição da Justiça. Ele lembra que quando estava de férias na Espanha, foi considerado foragido, mas continua a disposição da Justiça.

9h18 – Zimbaldi anuncia novas datas para as testemunhas que faltaram à sessão

9h14 – Rafa Zimbaldi inicia a sessão lendo esclarecimentos enviados pelas testemunhas de defesa de Demétrio justificando suas ausências na audiência.

9h08 – O presidente da CP, Rafa Zimbaldi (PP), começa a mediar a sessão.

9h05 – Demétrio acaba de se sentar na sala onde será realizado o depoimento, seu depoimento deve começar em alguns instantes e o prefeito deve ser o primeiro a falar.

8h57 – Demétrio chegou a Câmara, entrou pela porta da frente acompanhado de todo seu secretariado e falou rapidamente com a imprensa. Ele disse que ‘não tem nada a temer, que está confiante’.

8h50 – Demétrio deixou o Palácio dos Jequitibás por volta das 8h40, rumo a Câmara Municipal de Campinas, para prestar depoimento aos integrantes da CP a partir das 9h.

 

Publicado originalmente no rac.com.br

Merenda Escolar. Justiça bloqueia bens do cunhado de Alckmin e do Prefeito

A medida que torna indisponíveis seus bens foi tomada pela juíza Carla Cristina Fonseca Jório, da 1.ª Vara Federal de Taubaté (SP)

A Justiça Federal decretou o “imediato bloqueio” de bens do empresário Paulo César Ribeiro, o Paulão, por suposto envolvimento em cartel para fraudes no fornecimento de merenda escolar e financiamento ilícito de campanha eleitoral no município de Pindamonhangaba (SP).

Paulão é cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A medida que torna indisponíveis seus bens foi tomada pela juíza Carla Cristina Fonseca Jório, da 1.ª Vara Federal de Taubaté (SP).

“O requerido (Paulo Ribeiro), segundo as provas existentes, foi lobista e intermediou a doação do Grupo SP Alimentação a campanha do prefeito João Antônio Salgado Ribeiro”, assinalou a juíza, em despacho de 16 páginas. “Consta, também, que ele recebia propina da empresa Verdurama.”

A Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos recebeu R$ 29,34 milhões da gestão João Ribeiro (PPS) no período entre 2006 e 2010. Investigação do Ministério Público Estadual constatou que o contrato foi aditado quatro vezes, expediente que permitiu a prorrogação sucessiva do negócio, com elevação dos preços do cardápio servido a 22.119 alunos. O Ministério Público aponta “diversas irregularidades e ilegalidades”.

Prefeito.

A juíza também ordenou o embargo de bens do prefeito. “Verifico que ele deixou de tomar medidas concretas para punir os supostos envolvidos nas denúncias que chegaram ao seu conhecimento antes das eleições de 2008”, observou Carla Jório. A decisão alcança Silvio Serrano, ex-secretário municipal de Finanças que teria sido nomeado por indicação de Paulão. Um ex-sócio da Verdurama, Genivaldo Marques dos Santos, delatou o esquema. Ele disse que Paulão era o elo da SP Alimentação com a administração João Ribeiro.

“A petição inicial relata fatos gravíssimos de fraude em licitação, de desvio de verbas públicas, de enriquecimento e apropriação de verbas públicas”, assevera a juíza. “Depois de detida análise dos argumentos apresentados e dos documentos juntados pelo Ministério Público Estadual, observo que as narrativas iniciais estão apoiadas nas provas produzidas, interceptação telefônica judicialmente autorizada e busca e apreensões concretizadas.”

Carla Jório assinala que “há fortes indícios de que a concorrência pública teve como participantes empresas que agiram em conluio, tendo algumas delas possivelmente influenciado na estimativa de preços e na elaboração do edital da licitação”.

A investigação foi conduzida pelo promotor de Justiça Leonardo Rezek Pereira, da Pindamonhangaba. Ele acusa 18 pessoas físicas e jurídicas em ação civil por improbidade administrativa. Rezek aponta as artimanhas de um cartel “para frustrar a competitividade de procedimentos licitatórios realizados pelas diversas prefeituras do País”.

A Justiça estadual em Pindamonhangaba entendeu que a competência para o caso é da Justiça Federal porque R$ 5,87 milhões foram repassados pela União à prefeitura. O Ministério Público Federal endossou integralmente o trabalho da promotoria estadual.

O relato mais importante do inquérito civil 34/07 é o de Genivaldo dos Santos. Ele afirmou que a Verdurama faz parte do grupo SP Alimentação. Genivaldo disse que a empresa pagava em Pindamonhangaba propina de 10% sobre os valores recebidos da prefeitura. O inquérito revela prejuízo de R$ 5,04 milhões ao Estado de São Paulo que teve que fornecer mão de obra para feituras das merendas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à crise mundial, agência S&P eleva nota de crédito do Brasil

Em meio à crise econômica mundial, a agência de classificação Standard & Poor’s informou nesta quinta-feira (17) que elevou a nota de risco soberano de longo prazo do Brasil de BBB- para BBB. A nota de classificação de risco de uma empresa ou país, o “rating”, é uma opinião sobre a capacidade desses agentes saldarem seus compromissos financeiros. A elevação da calssificação significa que a agência considera que o país está mais seguro para se investir.

Em nota, a Standard & Poor’s disse que a nota do país foi elevada devido à decisão do governo de segurar os gastos públicos e abrir espaço para a redução dos juros pelo Banco Central a partir de agosto. Segundo a agência, isso vai “moderar o impacto de choques externos [no Brasil] e sustentar boas perspectivas para o crescimento de longo prazo”.

Entenda o que é ‘rating’ ou nota de risco

A agência elogiou a atuação do governo no combate a inflação, citando a alta dos juros nos primeiros meses do ano e outras medidas adotadas desde dezembro para encarecer o crédito no país. A Standard & Poor’s também considerou positivo que o governo tenha optado pela redução dos juros quando o cenário externo se agravou, ao invés de aumentar os gastos públicos.

A agências observa que no pórximo ano estão previstos mais gastos com investimentos e com o forte aumento do salário mínimo de cerca de 14%, mas acredita que ainda assim o governo deve manter as despesas sob controle.

Caso isso não ocorra e a inflação volte a subir, a economia brasileira pode se deteriorar, provocando uma redução da nota de risco do Brasil, ressalta a Standard & Poor’s.

No mês passado, outra agência de classificação de risco, a Fitch, confirmou a nota de risco BBB do Brasil, com perspectiva estável. O rating BBB do Brasil foi obtido em abril, quando a Fitch elevou a nota soberana de crédito do país, que era BBB-.

Em agosto, a agência japonesa R&I Japan também elevou a nota do Brasil. A japonesa não é tida como uma das principais classificadoras de risco, mas a mudança representou o primeiro sinal de que outras agências também poderiam elevar suas notas depois de o país atingir grau de investimento, em 2008.

A agência Moody’s também fez o mesmo movimento em junho passado ao elevar a nota brasileira de “Baa3” para “Baa2”.

ENTENDA

Para publicar uma nota de risco de crédito, os especialistas dessas agências avaliam além da situação financeira de um país, as condições do mercado mundial e a opinião de especialistas da iniciativa privada, fontes oficiais e acadêmicas.

O “rating” é sempre aplicado a títulos de dívida de algum emissor. Se uma empresa quer captar recursos no mercado e oferece papéis que rendem juros a investidores, a agência prepara o “rating” desses títulos para que os potenciais compradores avaliem os riscos.

As agências, portanto, classificam debêntures, “medium-term notes”, títulos de dívida conversível, mas não ações.

As três agências de classificação de risco de maior visibilidade são a Standard & Poor’s, a Moody’s e a Fitch Ratings.

Editoria de Arte/Folhapress

GRAU DE INVESTIMENTO

A nota de países é preparada a partir da iniciativa do emissor ou da empresa de “rating”. As empresas de classificação de risco alegam que, mesmo sob encomenda, o “rating” é uma avaliação independente, porque também há preocupação com a credibilidade da própria agência.

O chamado “rating” global de um país, por exemplo, é sempre a avaliação que uma determinada agência tem sobre o risco dessa nação não pagar os títulos, de longo prazo, que lançou no mercado internacional.

Esses países também são encaixados em categorias. Se a agência considera um país como “bom pagador”, ele é classificado na categoria “grau de investimento”. Se é visto apenas como um pagador de risco razoável, fica na categoria “grau especulativo”, que também inclui nações que declararam moratória de suas dívidas.

As agências monitoram constantemente os países ou empresas. Dessa forma, quando lançam um “rating”, também avisam quais as chances dessa nota ser revisada no curto prazo.

Se o panorama é positivo significa que a nota tem maiores chances de ser melhorada. Se é negativo, as maiores chances são de que haja um “downgrade” (seja revisada para baixo, uma nota pior). Se é estável, há poucas chances de que seja mudada nos dois anos seguintes.

Com Valor

Olha só o que a direita pensa da gente… Que orgulho sinto…

 

ATENÇÃO! PROJETO DE PETISTA CRIA O ESTUDANTE PROFISSIONAL, O MILITANTE QUE FICA INFERNIZANDO A VIDA DE QUEM QUER APRENDER

Mal posso acreditar no que leio. Projeto de um deputado do PT da Bahia dá, acreditem!, “estabilidade de vínculo acadêmico” a dirigentes estudantis. Isto mesmo: essa gente que fica infernizando a vida da universidade passaria a ter direitos especiais. Leiam o que informa a Agência Câmara. Volto em seguida.

*
A Câmara analisa o projeto 1814/11, do deputado Valmir Assunção (PT-BA), que proíbe faculdades e universidades de desligarem de seus cursos alunos que atuem como líderes estudantis. A medida beneficia as seguintes entidades: União Nacional dos Estudantes (UNE), uniões estaduais de estudantes, diretórios centrais de estudantes, centros e diretórios acadêmicos. O texto obriga as instituições de ensino a oferecer condições para que os dirigentes dessas entidades conciliem suas obrigações acadêmicas com as atividades das agremiações.

Provas e faltas
Assim, ficará garantida, por exemplo, a possibilidade de provas e avaliações em dias alternativos, quando coincidirem com as datas de assembleias, congressos ou reuniões. O projeto também proíbe a atribuição de faltas em outras atividades escolares nesses casos. A aplicação de outras penalidades que provoquem o desligamento desses alunos da instituição também será proibida se for motivada por atos praticados no exercício regular do mandato.
O objetivo, segundo o autor do projeto, é oferecer garantias legais para que esses estudantes não sejam prejudicados quando assumem cargos de direção em entidades estudantis. O parlamentar lembra a importância do movimento estudantil ao longo da história do País e acredita que a medida vai contribuir para consolidar o papel político das entidades representativas de estudantes.
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Voltei
Valmir Assunção é só um braço do MST na Câmara. Já escrevi sobre esse parlamentar aqui. É aquele que uma vez me esculhambou num discurso e depois me mandou um carta toda cheia de salamaleques tentando “abrir um debate”. Respondi como costumo responder nesses casos. Ele estava bravo porque critiquei aquela farta distribuição de carne para invasores de um prédio na Bahia, lembram-se?

Sigamos. Nenhuma universidade pune dirigentes estudantis. Isso é mentira! O que Santana está querendo é lhes conceder privilégios. Muitos deles, hoje em dia, usam a universidade apenas como aparelho de seus respectivos partidos. Ficam lá anos a fio, sem jamais se formar. Basta lembrar que boa parte dos ex-dirigentes da UNE que Orlando Silva pendurou no ministério do Esporte não concluiu seus respectivos cursos. Santana está querendo dar estabilidade para estudantes aquele invasor da USP que ficou sete anos na universidade, foi jubilado, fez vestibular de novo e voltou para continuar a liderar invasões.

O projeto tramita em “caráter conclusivo”. Isso quer dizer que não precisa ser votado pelo Plenário (apenas pelas comissões designadas para analisá-lo), a menos que seja rejeitado por uma das comissões ou que haja recurso contra esse rito assinado por 51 deputados.

Espero que a oposição esteja atenta para, ao menos, levar a questão para plenário. E que os deputados, mesmo os da base, não se intimidem com a suposta “pressão da UNE”. Essa gente não mobiliza rigorosamente ninguém, além de não representar os estudantes brasileiros… que estudam!

Por Reinaldo Azevedo

Mais valia


Publicado originalmente em Midia Caricata

LULA , OS PELOS E A PELE

Em mais de trinta anos de vida política, Lula foi virado no avesso pelo conservadorismo nativo. A direita e seus ventríloquos  midiáticos , com maior ou menor dose de recato,e em alguns casos sem nenhum ,  submeteram  a sua alma, seu coração e seus pensamentos, ademais de manifestações  explícitas de natureza política, a uma tomografia ininterrupta.  Lula ficou nu. Não escaparam seu passado e o futuro –especulado e várias vezes sepultado precocemente , bem como o presente dos parentes próximos ou distantes, amigos , companheiros e colaboradores mais estreitos.  A sofreguidão  frustrou-se a cada golpe desmascarado, cada fraude  e calúnia esfareladas.  A cada suposto revés  definitivo o vínculo  do líder com a sociedade estreitou-se. De um lado cresceu o mito; de outro, recrudesceu o ódio respingado agora da boca dos mais afoitos no episódio do câncer  que o acometeu. O segredo de sua liderança, como ele próprio sintetizou um dia a seu modo, decorre de ser uma assumida construção coletiva do povo brasileiro com o qual estabeleceu um vínculo feito de lutas, conquistas, erros e acertos.  Ao se depilar  publicamente agora pelas mãos da esposa, antecipando-se a colaterais da quimioterapia,  Lula  reitera a confiança nesse laço que se sobrepõe às aparências e às versões. Ontem, ele  foi vital para vencer o cerco político. Hoje , emanará energia positiva por parte daqueles que sabem enxergar além das aparências: Lula raspou pelos, mas não trocou de pele.

(carta maior, 17/11/2011)

Dilma bate popularidade de Alkmin em São Paulo


São Paulo: pela primeira vez, a presidenta Dilma obtém avaliação positiva superior à do governador no Estado de São Paulo, segundo pesquisa

“A aprovação ao governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) atinge, pela primeira vez em São Paulo, uma taxa de “ótimo/bom” superior à obtida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), segundo pesquisa feita para o Palácio dos Bandeirantes. As informações são do jornal “Folha de S. Paulo”, em sua edição desta segunda-feira.

Segundo a pesquisa, a aprovação da presidenta é de 51%, enquanto a do governador chega a 50%. Enquanto isso, a administração do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), tem percentual de 27% para “ótimo/bom”.

O resultado chama a atenção porque, embora os patamares de ambos sejam semelhantes desde o início do ano, o movimento de Dilma é mais claramente de ascensão.”

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14/11/2011 –

Folha de S.Paulo – 

Painel

RENATA LO PRETE – painel@uol.com.br

Nos calcanhares

Pesquisa feita para o Palácio dos Bandeirantes mostra o governo de Dilma Rousseff, pela primeira vez, com uma taxa de “ótimo/bom” ligeiramente superior à obtida pela administração de Geraldo Alckmin no Estado de São Paulo. Trata-se de apenas um ponto percentual de diferença: ela registra 51%; ele, 50%. Numa outra abordagem, em que os entrevistados dizem somente se “aprovam” ou “desaprovam” a gestão, o tucano aparece à frente da petista (71% de aprovação contra 67%).

 

O resultado chama a atenção porque, embora os patamares de ambos sejam semelhantes desde o início do ano, o movimento da presidenta é mais claramente de ascensão.

 

Lanterna

 

 

O mesmo levantamento confere à administração de Gilberto Kassab (PSD) na capital paulista um percentual de “ótimo/bom” expressivamente inferior aos de Dilma e Alckmin: 27%. Os que “aprovam” são 39%.

 

Luz amarela

 

 

Tudo somado, os “azuis” concluíram que Lula não será o único cabo eleitoral de peso à disposição de Fernando Haddad em 2012. Tal diagnóstico dá argumento aos que consideram imprescindível a aliança entre Estado e prefeitura, já no primeiro turno, para enfrentar a máquina petista.

 

Ironia

 

 

O quadro projetado pela pesquisa tenderá a estimular, entre tucanos locais, a pregação informal do voto “dilmalckmin” em 2014. Se for candidato à Presidência, Aécio Neves poderá provar em São Paulo do mesmo veneno servido a José Serra em Minas em 2002 e 2010.

 

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