Noroeste Paulista – Votuporanga. ENTREVISTA COM O CANDIDATO DR. PIRANI DO PT…

ENTREVISTA COM O CANDIDATO DOUTOR PIRANI DO PT…

Blog do Lamparina: pergunta feita pelo leitor Antonio Duarte (via e-mail).

 

Gostaria de começar essa entrevista com um tema bastante delicado para o seu partido, o PT, e conseqüentemente perguntar até onde isso afetaria, indiretamente, sua jornada eleitoral.

 

1-     Como o Senhor vê toda essa execração da mídia sobre o que se propagou publicamente como sendo o escândalo do mensalão, e como isso reflete aqui na imagem do partido e dos aspirantes aos cargos em disputa?

 

Candidato Dr. Pirani:

 

Primeiramente, não vejo este assunto como delicado para o PT, vejo isso com a mais absoluta tranqüilidade, já que é um avanço no sentido de solidificarmos a nossa jovem democracia. Que bom seria se esta acusação não fosse a primeira a ser julgada pela nossa mais alta corte. Veja bem, tivemos também num passado recente acusações de corrupção, e vejamos alguns casos: No governo do Fernando Henrique foi gravado ele dizendo que podia usar seu nome em uma licitação; No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, foi aprovada uma emenda constitucional que permitiu a reeleição para os cargos executivos em todos os níveis, tendo sido possível que FHC tenha se tornado o primeiro presidente brasileiro a ser reeleito posteriormente. Gravações colocaram sob forte suspeita a emenda que permitiu a reeleição do FHC. Dois deputados do PFL admitiram terem embolsado dinheiro junto a Sérgio Motta (Ministro das comunicações) para votar a favor da emenda. Os deputados acusados, após serem investigados pela Comissão de Constituição e Justiça, se viram obrigados a renunciar para evitar a cassação de seus mandatos. Em maio de 1997 grampos telefônicos publicados pela Folha de São Paulo revelaram conversas entre o então deputado Ronivon Santiago e outra voz identificada no jornal como Senhor X. Nas conversas, Ronivon Santiago afirma que ele e mais quatro deputados receberam 200 mil reais para votar a favor da reeleição, pagos pelo então governador do Acre. O episódio foi investigado na época pela Comissão de Constituição e Justiça – numa investigação rápida que durou poucas horas. Em ambas as circunstâncias, não se conseguiu comprovar a efetiva compra de votos diretamente por FHC. Após a investigação da CCJ os deputados Ronivon Santiago e João Maia renunciaram aos seus mandatos, para evitar a cassação. Agora, veja bem, foi capitada uma voz identificada com Senhor X, pois bem, existem meios para identificar a voz, mas nada fizeram. Ainda temos o suposto mensalão dos tucanos de Minas Gerais para a campanha de reeleição do Azeredo, e tantos outros casos escandalosos que repousam debaixo da nossa história recente de corrupção na política brasileira, sem que haja nenhum interesse da mídia para esclarecê-los. Portanto, não estou preocupado com o julgamento do mensalão do PT, estou sim satisfeito porque o PT não jogou para debaixo do tapete estas denúncias que devem ser esclarecidas, como já disse o LULA, “doa a quem doer”.

 

Sobre os efeitos deste julgamento, creio piamente que a população Votuporanguense vai saber avaliar os fatos e concluir que o PT é a grande bandeira democrática do Brasil. A oposição pode dizer o que quiser a respeito do mensalão, mas só não se pode renegar fatos, tais como: no governo do PT 30 milhões de pessoas foram trazidas das classes D e E para as classes B e C. Basta isso para consagrar o PT como o partido que governou o Brasil priorizando o social. Foi, portanto, a primeira vez que começaram a ser reduzidas as desigualdades sociais, que a Constituição desde 1988 já determinava. Ainda, distribuiu de maneira democrática os recursos federais, possibilitando assim que Votuporanga, mesmo sendo governada pelo PSDB (oposição ao Governo Federal), recebesse algo em torno de 70% dos recursos que tocaram as obras de Votuporanga nos últimos anos. Então, o julgamento do mensalão fica sem efeito até mesmo diante da exuberante canalização das verbas públicas para a nossa cidade.

 

Blog do Lamparina: pergunta feita pelo leitor Carlos José Rodrigues (via comentários no Blog).

 

2-    O atual prefeito e candidato à reeleição Nasser Marão Filho polemizou em uma sabatina na imprensa local sobre a criação da Atividade Delegada, que permitirá ao corpo policial militar ser contratado pela prefeitura para prestar serviço na segurança, patrulhamento das vias públicas e do patrimônio público, quando os integrantes estiverem fora da escala de trabalho do patrão estadual. A população se manifesta pelos dois lados. Uns dizem que é falta de coerência, pois essas vagas poderiam estar criando novos postos de trabalho e ocupando trabalhadores que estão à espera desses postos. Outros dizem que seria providencial, pois os policiais militares já têm o preparo para esta ação e não necessitariam de preparação alguma. É um assunto polêmico com várias nuances e efeitos. Qual é sua posição a respeito?

 

Candidato Dr. Pirani:

 

Importante esclarecer que a segurança pública é da competência do Governo do Estado. Desta forma, sou absolutamente contrário à criação desta Atividade Delegada, que em outras palavras, joga ao município a responsabilidade da segurança pública, ou seja, vai municipalizar a segurança pública e oficializar o chamado “bico” que hoje é quase uma obrigação para aqueles policiais que não conseguem dar às suas famílias uma vida digna em função dos baixos salários que recebem, obrigando-os a trabalharem como segurança e outros, no justo e sagrado momento de descanso, quando poderiam estar junto de suas famílias.

 

Ainda, qual seria a forma de participação dos PMs neste projeto. Seria compulsória ou facultativa? Porquanto, é inaceitável que seja compulsória, ou seja, obrigando a participação dos policiais. De outra banda, e se for facultativa? Como vamos garantir à sociedade que haverá adesão suficiente para este projeto ser posto em prática?

 

Importante destacar que o problema da segurança em nosso município é o mesmo problema da segurança em todo o Estado de São Paulo, governado pelo PSDB há mais de vinte anos, desgoverno este que está sucateando a segurança pública ao ponto de o Ministério Público Federal, pedir o afastamento do comandante da PM.

 

Repito, a política implantada pelo PSDB no Estado de São Paulo está sucateando a segurança pública, porque, não obstante ser um dos estados mais rico da federação, o Estado de São Paulo paga um dos piores salários do Brasil aos policiais, delegados, investigadores, etc., pior, não realiza concursos suficientes para preencher sequer as vagas dos que aposentam. Agora, para “tampar o sol com a peneira”, estão fechando os DPs e os unificando para aglutinar o que ainda resta da nossa polícia. Nos últimos dez anos aposentaram pelo menos cinco delegados em nossa cidade, todavia, não foi preenchida nenhuma vaga, isso sem contar os investigadores que estão realizando serviços burocráticos por falta de serventuários. O resultado disso tudo é que o Estado de São Paulo teve 675 roubos por dia no 1º semestre deste ano, além dos homicídios, o número de roubos também subiu no primeiro semestre no Estado de São Paulo. De janeiro a junho, foram 122.811 casos, 6% a mais do que no mesmo período do ano passado. Apenas para ilustrar, um levantamento do MPE mostrou que, de cada 100 crimes cometidos na Comarca de São Carlos, 88 não são esclarecidos. A promotoria afirma que uma das razões é a falta de policiais civis na cidade.

 

Nosso Projeto para Votuporanga é a criação da Guarda Municipal (Polícia Comunitária), primeiro porque tem caráter preventivo e não repressivo, depois, vai somar e não dividir com a responsabilidade do Estado, ainda, entendemos que a partir do município, nós podemos desenvolver um conceito de segurança pública diferente daquele que hoje temos, que é o conceito a partir de polícia e não de políticas sociais, que é como deve começar a segurança pública.

 

Blog do Lamparina:  signatário do Blog, Roberto Martins

 

3-    A saúde pública passa por problemas complexos de gestão, com repasses insuficientes para a cobertura dos procedimentos por parte do SUS. Aqui em nossa cidade viveu-se uma situação de euforia com a propagada eficiência na gestão da Santa Casa, mas agora os gestores nos apresentaram uma conta deficitária astronômica de mais de 25 milhões, e o delírio acabou. Sabendo-se que a administração municipal é dependente do bom atendimento de saúde pública da Santa Casa para a manutenção das políticas públicas municipais de saúde; qual será sua atuação para coordenar esta situação deficitária na Santa Casa e não permitir que esta crise administrativa na entidade prejudique o atendimento de saúde pública no nosso município?

 

Candidato Dr. Pirani:

 

Quero dizer que hoje a Santa Casa de Votuporanga precisa ser diagnosticada com urgência, pra não dizer da necessidade de uma auditoria, primeiro porque, há quatro anos sua gestão era propalada como sendo exemplar; passados estes quatro anos, recentemente, a população Votuporanguense ficou estarrecida com a notícia veiculada na imprensa local dando conta da existência de uma dívida de R$ 4 milhões, que em menos de um mês saltou para R$ 25 milhões. Portanto, o caso exige seriedade porque estamos falando de saúde e de dinheiro público.

 

Imperioso destacar que a Lei Federal nº. 8080 de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre a Responsabilidade pela Gestão do SUS (Sistema Único de Saúde), atribuindo aos Governos Municipais e do Distrito Federal, a responsabilidade de gerenciar e executar os serviços públicos de saúde; ainda, diz que é obrigação do GOVERNO FEDERAL prestar cooperação técnica e financeira aos estados, municípios e Distrito Federal, mas, garante ao Governo Federal a prerrogativa de AUDITAR, acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, sempre, respeitando as competências estaduais e municipais. Portanto, em tese, para esclarecer a real situação da nossa querida Santa Casa, é necessária uma intervenção federal.

 

Tenho por mim que o maior problema da administração pública seja a má gestão do dinheiro público. É preciso observar que a gestão de recursos públicos está se tornando uma atividade cada vez mais complexa, a um, em função do grande nível de corrupção que reina em nosso país, ainda, a dois, a exigir pessoal especializado para cumprir esta que é atividade-meio, e não fim. E a tendência natural é que cada poder, órgão ou entidade que preste serviço público seja composto por servidores voltados a sua atividade-fim, para cumprir a função que deles se espera. Assim é que em hospitais públicos espera-se encontrarem médicos; em escolas públicas, professores; na segurança pública, policiais; no Judiciário, juízes; e em todos eles, além destes, os demais profissionais preparados para cumprirem a finalidade para a qual os órgãos foram criados. Caso contrário, teremos uma lastimável perda de dinheiro que decorre pura e simplesmente de um fator: má administração. É hora de aprimorar a qualidade do gasto público em todos os seus aspectos, é hora de se concentrar na despesa e não somente na receita, fazendo mais com menos.

 

Por fim, a saúde é um direito constitucional do brasileiro. O SUS foi criado em 1998, e qualquer gestor público tem que fazer o Sistema Único de Saúde funcionar, porque através do SUS é que aquela população carente, que não tem condições de pagar convênio médico, vai conseguir atendimento. Saúde é o segundo bem nosso. O primeiro é a vida. Para nós fazermos com que o SUS funcione, precisamos implantar uma forma de atendimento exclusivo através do cartão SUS, para isso temos que fazer a informatização total da saúde em Votuporanga, visando utilização plena do CARTÃO SUS e o PRONTUÁRIO ELETRÔNICO, possibilitando assim atendimento eficaz, com diminuição do tempo de espera para ser atendido (filas), transparência e mais financiamento para a saúde. Assim sendo, vamos continuar buscando todos aos serviços de saúde prestados pelo Governo Federal, garantindo então pleno atendimento na Santa Casa; construir novas UBS (Unidades Básicas de Saúde); Garantir o pleno funcionamento da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) e do SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) e etc.

 

Blog do Lamparina: pergunta feita pelo leitor Manuel Henrique de Souza (via comentários no Blog).

 

4-    O serviço municipal de saúde teve muitos investimentos na sua estrutura física nos últimos anos, com construções, reformas e adequações de prédios. Mas, a população reclama e muito da falta de humanização no atendimento do sistema, com médicos e funcionários despreparados para atendimento ao público, colocando em risco a própria integridade física desses profissionais. O que o Senhor fará para solucionar esta questão?

 

Candidato Dr. Pirani:

 

Entendo que discorri parte deste tema no item anterior. Todavia, quero complementar dizendo que foram tantos os prédios construídos ao redor da nossa querida Santa Casa que hoje temos dificuldades para identificar “quem é quem”. Outrossim, não acredito que os médicos e demais funcionários da saúde sejam culpados pelos reclamos da população sobre o mal atendimento. Estou certo que esta responsabilidade deve ser atribuída à má gestão da Santa Casa, até mesmo porque, os funcionários reclamam dos baixos salários, excesso de horas trabalhadas e, pior, falta de humanização e transparência na relação com a direção, ou seja, a gestão da Santa Casa trata os funcionários como empregados, não como colaboradores que é um conceito moderno na relação de trabalho entre empregado e empregador, assertiva esta estampada hoje nos jornais locais dando conta da resignação vivida pelo Diretor Clínico da Santa Casa de Misericórdia de Votuporanga, Doutor Marco Aurélio Nascimbeni.

 

Em nossa gestão faremos a humanização total dos serviços de saúde de forma com que o índice de satisfação medido, seja progressivo sempre.

 

Blog do Lamparina: pergunta feita pelo leitor José Antonio Bispo dos Passos (via comentários no Blog).

 

5-    As últimas administrações municipais não se empenharam na construção de moradias populares, o que contribuiu muito para o aumento do déficit habitacional na cidade. A atual administração agilizou um pouco essa deficiência e construiu 664 unidades até agora, podendo esse número ser aumentado até o final do mandato em andamento. Mas, é muito pouco e não chega a amenizar 10% do déficit verificado pelo levantamento da própria atual administração. Sabemos que o salário do trabalhador aqui na nossa cidade é muito abaixo da média regional e que disponibilizar moradias para essa população de baixa-renda sair do aluguel é uma forma de bem investir dinheiro público e injetar dinheiro na economia local, pois o dinheiro do aluguel fica com o trabalhador e aumenta seu poder de consumo. O que o Senhor fará para resolver ou reduzir a níveis aceitáveis esse déficit habitacional?

 

Candidato Dr. Pirani:

 

Quero dizer que o cidadão tem direito à moradia, ainda, através do último sorteio realizado em Votuporanga para sortear casas, podemos fazer uma estimativa que o déficit de moradia em nossa cidade é de aproximadamente 7.000 residências, desta forma, vamos amenizar este sofrimento investindo em um Plano Municipal de Habitação; vamos urbanizar bairros e favelas; vamos Intensificar a regularização fundiária de favelas e loteamentos públicos; vamos otimizar a ampliação do Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal, com incremento da construção de moradias para famílias com renda de até três salários mínimos. Nossa meta é construir durante os quatro anos de governo ao menos 3.000 moradias para a população com esta faixa de renda.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 

Agradeço ao Blog do Lamparina pela iniciativa de oferecer oportunidade  democrática de sabatinar  todos os candidatos majoritários nestas eleições de Votuporanga, e dizer que estarei sempre a disposição de qualquer meio de comunicação  interessado em contribuir com o debate democrático que envolverá as propostas colocadas para o eleitor. Penso que este Blog está exercendo um papel fundamental que é levar aos cidadãos informações para que ele, no dia 07 de outubro, possa escolher em quem votar de maneira consciente e convicto de estar votando no melhor caminho para Votuporanga. Este é o papel precípuo da imprensa, ou seja, informar a população. Aproveito o ensejo para desejar boa sorte ao candidato Junior Marão e estendo o mesmo à candidata Eva Maria.

 

Quero dizer ainda que o maior problema da política brasileira hoje é a má gestão dos recursos públicos. Raramente se tem notícia de que uma grande empresa privada abriu falência por má gestão. No entanto, quanto à gestão pública, a falência ou deficiência é uma regra. Somos diariamente informados pela imprensa sobre dívidas daqui e dali, os atuais gestores vão para a imprensa informar o rombo da saúde; dizer que a criminalidade aumentou etc. Tudo isso creditado na famigerada conta da ausência de recursos. Isso não é verdade.

 

No mês de julho a Folha de São Paulo veiculou uma matéria informando que o governo brasileiro tinha R$ 59 bilhões pra gastar e não tinha onde gastar. Ou seja, falta projeto, falta gestão. Um governo sério não pode liberar verba a “torto e à direita”. Se não tem boa gestão, não tem projeto e não tem verba. Se não tem verba, o cidadão passa por necessidade na saúde, moradia, educação, segurança e etc., portanto, nós precisamos é de bons gestores no Brasil.

 

Em Votuporanga, o PT tem razões de sobra para pleitear a administração do município, até mesmo porque durante dois mandatos do governo Lula e agora no governo Dilma, nós estamos participando dos projetos da administração de maneira coadjuvante. Votuporanga nunca recebeu tanto recurso do governo federal como neste período. Isso com uma contribuição fantástica do PT local. Se nós tivemos capacidade para, de maneira coadjuvante, ajudar Votuporanga a crescer; tenho certeza que, como ator principal, nós vamos realizar projetos ainda melhores. Administraremos Votuporanga para que ela tenha um crescimento sustentável, nossa administração vai ser de forma participativa e transparente, com a população participando da elaboração dos nossos projetos. Hoje, lamentavelmente, ela só é chamada para tomar conhecimento dos rombos.

 

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Votuporanga – Noroeste Paulista. CONTRASTES E CONTRADIÇÕES (via blog do lamparina)

Na sabatina de ontem na Clube FM, o atual prefeito e candidato à reeleição Marão Filho, ao se referir aos seus novos projetos de governo na área da segurança pública, fala da sua intenção de colocar em prática a Atividade Delegada. O nome é bonito, mas nada mais é do que a institucionalização do famoso “bico”, que a corporação sempre fez para complementar o salário insuficiente que recebe do patrão estatal estadual. O efetivo seria contratado então pela prefeitura para trabalhar nas 48 horas de folga, assim como já acontece com o efetivo do corpo de bombeiros, que já está a cargo do volante das ambulâncias do SAMU, apesar das muitas críticas da população por esta medida. Não quanto a qualidade do trabalho dos bombeiros, mas quanto à ocupação de novos postos de trabalho por trabalhadores em dupla jornada. Ou seja, enquanto pessoas não conseguem um único emprego, vagas estão sendo ocupadas por quem tem dois.

Gostaria de falar hoje disso, porque também recebi muitas críticas dessa institucionalização do bico no corpo de bombeiros, e certamente receberei mais ainda agora com essa demonstração de intenções do candidato Marão Filho em institucionalizar o bico também no efetivo da PM.

Não resta a menor dúvida de que seria uma solução para o problema da falta de segurança vigente na cidade, pois o efetivo da PM tem preparo para ação ostensiva e já está pronto, não necessitando de treinamento algum. São as outras conseqüências dessa ação que me chamam à atenção.

Para o governo do Estado seria ótima essa contratação da Atividade Delegada, pois assim ele poderá se tranqüilizar mais com os aumentos salariais que ele constantemente nega aos policiais militares, assim também como para outras categorias de servidores estaduais. Seria então uma complementação salarial institucionalizada e bem providencial.

Para a população seria uma perda de alguns preciosos postos de trabalho, que poderiam ser criados com a Guarda Municipal e, é este o ponto que a população reclama e se revolta.

Vivemos numa evolução constante na criação de postos de trabalho, mas ainda muito longe de uma realidade que atenda às necessidades da nossa população. Desprezar a criação de novos postos de trabalho para a população, em favor de “quebrar um galhinho” para o governador amigo que sonega aumentos constantes aos policiais, não parece ser o tiro mais acertado.

O Brasil é o país dos contrastes e das contradições. Estamos assistindo aí diariamente pelos telejornais as notícias da paralisação da classe dos caminhoneiros, que foram submetidos ao controle da jornada de trabalho por uma legislação que sequer consultou as necessidades e as conseqüências dessa intervenção junto à classe (mas, sobre essa insanidade falarei mais adiante).

Sabemos que a rotina policial é exaustiva e estressante, mas parece que o poder público está tentando fazer com a Polícia Militar exatamente o contrário do que fez com os caminhoneiros.

Os caminhoneiros, eu conheço bem os problemas da jornada excessiva e da falta de valorização, pois sou veterano da área. Recuso-me a acreditar que policiais militares aceitem de livre vontade este acúmulo de função em troca da equiparação salarial justa.

As categorias precisam lutar pela sua valorização. O que se propõe com essa Atividade Delegada é exatamente o contrário. Estão desvalorizando o profissional militar e nos colocando em risco nessa ação, pois o policial depende – como qualquer trabalhador -, do restabelecimento das suas forças e da sua capacidade de trabalho, através do justo e merecido descanso; para poder desempenhar bem suas funções. Policial tem família, vai ao banco, joga uma peladinha, vai ao médico, brinca com os filhos, passeia e faz tudo como os demais trabalhadores. Se a jornada de trabalho dos policiais militares poderia ser mais extensa, acredito que essa medida deveria ser institucionalizada pelo patrão estatal atual, o governo do Estado de São Paulo, acompanhado da devida valorização da classe. Não tem o menor cabimento essa medida que está sendo proposta.

Essa é a minha opinião. Qual é a sua???

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Noroeste Paulista – Votuporanga. Mais um rombo das “Santas” Casas.

Escrito por LAMPARINA

Leia também: >>> Saúde direito de todos, dever do Estado.

Noroeste Paulista – Votuporanga. Canalhocratas em ação !

O ESTEPE (via blog do lamparina)

 

Nas rodas de política e politiqueiros da cidade o grito é um só – A canalhice que aprontaram ao pré-candidato Osvaldo Carvalho. O ato foi assinado pelo deputado Carlão Pignatari (com requintes de crueldade devidamente assinalados), mas muitos militantes do PMDB também atribuem aos seus confrades Itamar Borges e Edinho Araújo. O nosso canalhocrata já era amplamente conhecido seu potencial, mas somam-se a ele, os outros dois da região.

Consta que o PMDB local tenha mais de 1200 filiados e diante destes dados segue o cronograma da canalhocratice. A comissão provisória do partido instituída ao Walter Trindade foi passada para o empresário Matheus Rodero (assessor do deputado Itamar Borges) que no prazo final para as filiações filiou o empresário Valdecir Bortolotti (seu padrinho) em surdina pela legenda e destituiu todos os membros da comissão, formando uma nova provisória com membros biônicos de sua própria família (total falta de decoro). Quando veio a negociação para a indicação do vice, que se deu na esfera estadual – sem passar aqui pela base -, e diante da negativa ao nome do Osvaldo Carvalho para compor na chapa Marão Filho, o cacique tucano, já devidamente articulado o plano junto aos demais canalhocratas do PMDB, ofereceu o nome do empresário Valdecir Bortolotti como saída para o impasse, tendo sido imediatamente fechado o negócio. Acontece que toda esta negociação foi sem o conhecimento de nenhum dos mais de 1200 filiados da sigla na cidade, somente permanecendo sob o sigilo dos interessados.

Esta medida fere o estatuto do PMDB que estabelece claramente:

Art. 42. No Município onde não houver Diretório e Comissão Executiva organizados ou tiver ocorrido dissolução, a Comissão Executiva Estadual designará uma Comissão Provisória de 5 (cinco) membros, eleitores do município, sendo um deles o Presidente, renovável, no máximo, duas vezes, a qual incumbirá organizar e dirigir a Convenção, que se realizará dentro de 90 (noventa) dias, contados da designação, exercendo ela as atribuições de Comissão Executiva e Diretório Municipal, competindo-lhe, também, a escolha dos candidatos a cargos eletivos, se for o caso.

§ 1º. No caso de escolha de candidatos deliberará em conjunto com os parlamentares filiados na circunscrição. Ou seja, não consultaram ninguém (além dos caciques da canalhocracia bipartidária envolvidos no episódio) e muito menos o próprio vereador Osvaldo Carvalho, que no caso é o parlamentar filiado na circunscrição, pois o PMDB não tem nenhum outro parlamentar no exercício do mandato (sob pena de que possa haver qualquer deliberação sobre o mandato do vereador).

Fica claro então que foi um golpe engendrado contra a pré-candidatura do Osvaldo Carvalho e contra toda a militância peemedebista que o Osvaldo conseguiu mobilizar para esta ação.

Muito além do golpe político observa-se o alinhamento dos grandes interesses empreiteiros dos empreendedores de paredes envolvidos na questão, envolvendo uma aliança de interesses que coloca dentro do mesmo barco aquela grande empreiteira gestada nos intestinos das nossas últimas administrações municipais e os interesses empreiteiros do envolvido diretamente no episódio, responsável pela filiação em surdina do empresário estepe.

Uma comerá o bolo, a outra se lambuzou completamente na lama para pegar as sobras. Tudo como dantes no quartel d’ Abrantes!!!

Alguns se perguntarão estupefatos: E o Dado, nossa maior autoridade política local, como fica nessa??? A resposta é bem simples. Se espremendo para lamber o resto do sal que sobrar no cocho, como sempre. Afinal, ele já está (ou deveria estar) acostumado ao trabalho de coadjuvante, aqui e lá em cima, onde a seqüência é: primeiro o Paulinho da Força, depois deus (com letra minúscula mesmo, pois o deus da política não merece deferência respeitosa) e aí é que vem o Dado. Aqui a fila é mais longa e ele está perdendo até para o empreiteiro que ficou com o resto do resto. Mas, ele tira mais essa de letra…

Entre golpes e pernadas todos se salvarão e quem perderá de fato seremos nós o povo, privados de termos uma administração clara, com embate de idéias e que daria mais credibilidade para uma administração que até agora se mostrou cinzenta e que não admitiu testar sua aprovação nas urnas tendo um adversário minimamente condicionado para a disputa. Usou de expediente sujo e completamente desnecessário para desarticular o adversário, como quem não está preparado para enfrentá-lo e precisa fugir do embate.

Este é o verdadeiro recado que ficou para a população sobre a esperteza dessas raposas, que, se usam desses métodos apenas para desarticular um adversário inconveniente, imagina o que não fazem com o trâmite do nosso suado dinheiro público pelos intermináveis labirintos da política???

Pena que o ex-vereador Jacaré não mais reside por aqui, pois senão certamente o escolheriam para ser o candidato a disputar contra o atual prefeito Marão Filho, pois ficou claro que estão à procura de um candidato que possam derrotar fácil e barato (quem sabe conseguem a candidatura do Jorge bilheteiro de esparring oficial do rei), sob todos os meios e patranhas possíveis para esta ação. Se for o que querem, certamente é o que terão sob pena maior do prejuízo moral que esta patranha lhes custará. Mas, acho que dividendos morais pra esse pessoal não são de grande valia…

Sempre é bom lembrar que quem está preparado para a luta não escolhe adversários. Outra boa lembrança instrutiva: Como saber se o sal é salgado se não se sabe o doce sabor do açúcar???

 

 

PS: A partir de hoje não mais acredito na teoria do tira bom e do tira mal que a dupla Carlão Pignatari e Marão Filho se valeu até agora. Como diria o Pe. Quevedo: é charlatanismo. Esta ação conjunta dos dois os afundam na mesma lama!!!

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Serra e Kassab estão fazendo o PT de bobo?

Se, e quando, for confirmada a candidatura de José Serra a prefeito de São Paulo, o PT deveria promover um encontro para pedir desculpas à senadora Marta Suplicy. Nos últimos quatro meses, ela foi a principal liderança petista a não se deixar levar pelas partículas de candidatos e alianças que permaneceram em suspensão no horizonte político da cidade. Enquanto o partido mergulhava na nuvem de poluição causada pela inversão térmica eleitoral, Marta registrava sua discordância e sinalizava o risco. Primeiro, pediu para evitar uma escolha antecipada do candidato do PT, mas foi atropelada. Depois, alertou para o feitiço da aliança com o PSD do prefeito Gilberto Kassab — e só não foi totalmente ignorada porque parte da militância petista ainda cobra um mínimo de coerência política.

Kassab na festa do PT: aliança em potencial ou jogo de dissimulação?

Marta terminou sendo posta à margem porque o PT precisava se renovar, enquanto ela nunca escondeu o desejo de tentar o cargo pela quarta oportunidade. Mas, por isso mesmo, o partido deveria tê-la ouvido: após passar quatro anos na prefeitura e perder duas eleições, uma para Serra e outra para Kassab, era Marta quem, no PT, mais tinha condições de interpretá-los. Teria sido, no mínimo, por respeito a uma tradicional regra da política: ninguém conhece melhor você do que o seu inimigo.

Quando perdeu a convenção do PSDB para Aécio Neves, em maio do ano passado, Serra sabia que seu projeto presidencial só seria retomado em duas hipóteses. Na primeira, ele atuaria de coadjuvante, capaz de ser promovido a protagonista por falta de nomes. Assim, a candidatura de 2014 teria de lhe cair no colo, com Aécio voltando para Minas Gerais e Geraldo Alckmin tentando a reeleição paulista. Para que pudesse ter um mínimo de autonomia sobre seu destino, no entanto, a Serra só restava uma candidatura a prefeito de São Paulo (leia, na coluna Análise de 28 de maio do ano passado, os motivos para isso).

Durante nove meses, portanto, Serra pareceu estar morto. No lugar de se apresentar como viúva, Kassab criou o PSD e vestiu-o de noiva, tentando ser vice-governador na eventual reeleição de Geraldo Alckmin ou ocupando, com seus parlamentares, ministérios no governo Dilma Rousseff. No projeto ideal de Serra, sua candidatura a prefeito permaneceria congelada, para despertar apenas no final do semestre – por questões legais, ele é o único nome forte capaz de ser oficializado no último minuto da convenção partidária. Mas a proximidade das prévias internas do PSDB para a escolha do candidato a prefeito, marcada para depois do carnaval, tirou-o da hibernação. Marta Suplicy teria direito igual, mas seu partido já saiu às ruas com a candidatura do ex-ministro Fernando Haddad.

Em outubro, quando a eleição chegar ao final, a história de Serra e Kassab será reescrita com base no resultado e o que até hoje era apresentado como desejo sincero provavelmente será interpretado como um jogo de dissimulação. Houve um momento em que Serra gostaria de não correr o risco da disputa em São Paulo e de ter se mantido à tona como presidente do PSDB. E Kassab preferia uma aproximação com o poder federal do PT.

Ao submergir, Serra recuperou a liderança política. E teria também reduzido a taxa de rejeição porque deixou todos brigando contra todos enquanto assistia tudo à distância. Isso é importante porque, desde a adoção do segundo turno, a maioria em São Paulo é formada em torno do nome do adversário de quem o eleitor não quer eleger – e não em torno do nome favorito. Essa decisão racional, baseada na rejeição a um candidato ou partido, e não na paixão pelo outro, garantiu os mandatos de Pitta, Marta, Serra e Kassab.

O atual prefeito agora dificilmente mudará de destino porque as resistências de Dilma Rousseff e de Geraldo Alckmin em aceitar suas condições para um acordo acabaram por criar um processo simbiótico com Serra. O fracasso de ambos desenhou o caminho que se trilha neste momento na capital paulista. Para que o PSD permaneça como um projeto viável de poder, Kassab depende de Serra na prefeitura. Afinal, se partidos com mais de 20 anos de história, como o PSDB, desidratam por estar na oposição, a sobrevivência de uma legenda recém-criada não acontecerá sem uma máquina com o peso da de São Paulo.

Para Serra, a confirmação da aliança com Kassab e um eventual retorno à prefeitura oferecem o que seu partido lhe recusou no encontro de maio do ano passado – estrutura para retomar o projeto presidencial. E, além de tudo, também serve de bóia partidária caso os tucanos o abandonem no meio da última chance que lhe resta de fazer a travessia para o Planalto.

Foi essa dependência mútua entre Serra e Kassab que Marta Suplicy vislumbrou como um jogo que acabaria por engabelar, além do PT, o governador Alckmin e os quatro pré-candidatos do PSDB. No caso do PT, o pedido de desculpas a Marta se fará necessário não apenas porque o partido precisa de sua experiência na campanha de Haddad, mas sobretudo como autocrítica. Afinal, não foi a nuvem de candidatos e alianças que turvou a visão das lideranças petistas, mas a mistura de poluentes eleitorais ainda mais básicos: arrogância, ambição, precipitação e desejo de vingança.

Noroestes Paulista – Votuporanga lançará um selo incentivando o turismo na cidade. (via @rob_lamparina)

Tivemos acesso a este selo e estamos repassando para todos.

Rompendo Grilhões (via @rob_lamparina)

Escrito por LAMPARINA

Como o meu tempo está muito pouco, eu gostaria de escrever hoje sobre muitos assuntos importantes, assuntos estes que, eu tenha total isenção em discorrer, pois não tenho minha vaca amarrada no pasto de ninguém.

          Começarei então com a eleição interna no PT local, que novamente conduziu o professor Quincas Martins (esclarecendo, que não é meu parente, diga-se de passagem) à presidência. Espero que agora se obtenha a tão sonhada paz interna e, o PT possa liderar de fato uma oposição e se comece a pensar num caminho alternativo para nossa cidade, juntando a experiência militante dos mais velhos, com as novas lideranças que estão surgindo dentro do PT e possíveis aliados. Tá difícil, mas não impossível.

          O caminho principal passa pela conscientização das lideranças de que o PT é o Partido dos Trabalhadores e precisa colocar isto em prática. Precisa chegar onde o trabalhador está e mobilizá-lo, politizá-lo de forma a despertar neste indivíduo uma consciência política e social que o leve a entender os meandros implícitos do universo político que o rodeia. Senão, Votuporanga continuará sendo o único lugar do Brasil, onde operários estão filiados (de carteirinha emplumada e tudo) em partidos elitistas que não representam os interesses dos trabalhadores, servindo assim de instrumento de manobra para defender com unhas e dentes os interesses dos patrões. O resultado nefasto desta relação unilateral de poder são os baixíssimos salários praticados por aqui e a tentativa da elite dominante de repassar as responsabilidades sociais – que deveriam permear suas ações -, para o setor público.

          Um bate-pau desta elite dominante, dia desses, chegou a afirmar num dos seus espasmos intelectuais advindos de um colérico piriri intestinal, na sua coluna do PIG de sábado, que os salários aqui são baixos, mas à culpa é das políticas salariais do governo federal. Ora senhor articulista, mas o teto salarial mínimo é para garantir que ninguém pratique um salário menor do que o mínimo, não estabelece que o teto mínimo tenha que se manter obrigatoriamente dentro do mínimo, tendo o empregador a liberdade de valorizar o seu empregado, pagando-lhe um salário que atenda as suas necessidades básicas.

          Mas, como aqui trabalhador está servindo de escudo para defender interesses do patrão e não os seus próprios, os salários permanecem rigorosamente dentro do teto do mínimo possível, sem nenhuma perspectiva de valorização voluntária.  Os patrões estão organizados em sólidas associações de interesses comuns e usando o dinheiro que deveria remunerar melhor os seus funcionários, para pagar campanha de deputado, que fez campanha a bordo de jatinho particular dos solidários confrades e com estrutura de campanha para governador de estado, gastando milhões para se eleger e defender os interesses daqueles que financiaram sua campanha. Os trabalhadores continuam sendo enganados por falsas lideranças políticas e sindicais, a soldo dos patrões, e por partidos políticos omissos que não exercem verdadeira liderança e mobilização, permitindo assim o domínio fácil dos que operam esta engenhoca, onde a matéria-prima que alimenta esta relação está sendo degomada do suor do trabalhador.

         Na contramão do interesse público, usam e abusam do poder obtido pela alienação da maioria, fabricando lideranças e elegendo mandatários sem nenhuma condição de mando, homens que se travestem de reputação ilibada, mas nas suas ações, não se norteiam pelo ético e moral, só visando perpetuarem-se neste insano ciclo vicioso de poder. A má utilização dos recursos públicos é a marca registrada desta gente. Basta fazer pequenas comparações e chegaremos fácil nesta constatação, pois suas ações não visam impactar diretamente aqueles que mais precisam das políticas públicas, mas sim favorecer, direta e indiretamente os confrades, além da clara tentativa de entronizar seus idealizadores nos anais da história local. É só passar pela Rua Amazonas e teremos esta constatação.

          Eu gostaria também de “passar um pente” no cenário nacional e falar das lambanças da turma do Vardemá (deputado Valdemar da Costa Neto, dono do PR) no DENIT, justo num órgão com tantas necessidades e com tanto ainda por fazer, num país de dimensões continentais e que ainda convive com problemas estruturais inaceitáveis, como à falta de uma ponte que ligue os estados de Rondônia e Acre, ficando esta importante ligação interestadual à mercê de balsas para a travessia do Rio Madeira. Eu estou trabalhando na região e tem dias em que esta travessia se torna uma tortura, podendo passar até um dia inteiro na fila para se fazer esta travessia, o que está causando desabastecimento no estado do Acre.

          E as lambanças se multiplicam com a turma do ministro da agricultura Wagner Rossi na CONAB, onde, em pronunciamento na tribuna do Senado, um dos líderes peemedebista, o senador Valdir Raupp, declarou que se a CONAB fosse extinta ninguém sentiria falta. Fica claro que naquele mato tem coelho e que o ministro deverá mesmo engrossar a fila do desemprego.

          O pobre do Doutor Tancredo, ora habitante de Atlântida e sob os desígnios de Posseidon, nem poderia imaginar no que se transformaria o seu MDB ético e democrático do passado. Uma matilha de cães ferozes e escarnecedores, ávidos por poder e por picaretagem.

          A Presidenta Dilma, alavancada pela comprovação da sua popularidade no exercício do mandato e pelo seu histórico político invejável, precisa implementar de fato uma faxina mais ampla e a população precisa ser mais atuante, cobrando com veemência as responsabilidades dos seus administradores.

          Nossa vizinha São José do Rio Preto está dando mostras do seu amadurecimento político e tenho acompanhado – vibrante -, os desdobramentos do caso da votação pelo legislativo do polêmico projeto de ampliação dos cargos em comissão, sonhando com o dia em que aqui teremos também este engajamento e esta conscientização política, pois o “modus operandi” aqui é aglutinar interesses e fortalecer a elite para massacrar e escravizar o trabalhador, no que esta estratégia tem sido coberta de muito êxito.

          É preciso romper este ciclo alicerçado na canga e no chicote para que tenhamos uma sociedade mais diversificada e plena, que respeite os verdadeiros ideais de sociedade, pois esta conversa fiada de que a união das forças políticas locais nos tem conduzido as grandes vitórias, é uma balela que não convence mais ninguém, pois as vitórias de fato estão sendo empreendidas apenas por aquela meia-dúzia que está no controle da situação, basta observar o progresso que estão tendo a olhos vistos, enquanto patinamos na nossa labuta diária de trabalhador honesto e honrado. Trabalhador não pode passar procuração para que alguém que não saiba segurar a marmita numa das mãos enquanto se deleita com as sobras da noite anterior, possa representá-lo incondicionalmente. É preciso estar sempre mobilizado e sempre na busca pelos nossos direitos.

          “Trabalhadores do mundo, uni-vos, vós não tendes nada a perder a não ser vossos grilhões”. Este grito de protesto do Manifesto Comunista de Karl Marx, apesar de secular, continua tão verdadeiro e justo como no frescor da sua divulgação em 1848.