Tucano chora e recebe bênção em missa do padre Marcelo Rossi

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Um dia depois de perder a dianteira na disputa pela Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB) chorou ao participar de uma missa do padre Marcelo Rossi. O tucano foi convidado pelo sacerdote e acompanhou a cerimônia da primeira fila do altar.

Chamada “missa de cura e libertação”, a celebração tem, tradicionalmente, forte conteúdo simbólico.

Rossi falou a Serra sobre a missa há cerca de 20 dias, durante rápido encontro na Bienal do Livro. Na ocasião, ressaltou que a missa era transmitida pela internet a “cerca de 500 mil pessoas”. Ontem, outras 15 mil acompanharam a cerimônia in loco.

“Serra, você vai ver que missa emocionante é essa”, avisou Rossi, logo no início.

Reinaldo Canato/Folhapress

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, em missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, em missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi

 

 

 

O padre pregou sobre superação de adversidades. Durante a palavra, citou um versículo de Eclesiástico. “Não entregues tua alma à tristeza e não aflijas a ti mesmo com tuas preocupações”, disse, lendo o texto. “No mundo, querem nos derrubar com mentiras e inverdades. Aqui não”, falou em outro trecho.

Serra comungou. “Nada poderá me abalar. Nada poderá me derrotar”, dizia a música que embalou a ceia.

No fim da missa, o tucano falou. Parabenizou o padre e dom Fernando Figueiredo pelo santuário que vão inaugurar. “Eles desconhecem os limites do impossível”, disse.

Depois, chorou ao lembrar que, já no fim da vida, sua mãe recebeu uma bênção de dom Fernando. “Isso me marcou muito”. Serra recebeu água benta e saiu. “A porta está aberta para todos,” disse padre Marcelo. “Mas amigo é amigo” concluiu.

Após adesão de Marta, Haddad anuncia Dilma na campanha

Após adesão de Marta, Haddad anuncia Dilma na campanhaFoto: Edição/247

DEPOIS DE RECEBER O APOIO DA SENADORA E EX-PREFEITA E SUBIR SEIS PONTOS NA PESQUISA DATAFOLHA DE INTENÇÃO DE VOTO, PETISTA GANHARÁ MAIS UM REFORÇO: DILMA VAI ENTRAR NA CAMPANHA EM SETEMBRO, MAS NÃO DEVE PARTICIPAR DE ATOS PÚBLICOS; “ELA TEM O BRASIL PARA GOVERNAR”, JUSTIFICOU O CANDIDATO

 

SP247 – Depois da senadora Marta Suplicy (PT-SP), Fernando Haddad (PT) terá mais um reforço em sua campanha para a Prefeitura de São Paulo. O petista disse nesta quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff irá entrar em sua campanha em setembro, apesar de não garantir a participação da presidente em atos públicos. “Ela tem o Brasil para governar”, disse Haddad em entrevista à TV Estadão.

Sobre Marta Suplicy, que se uniu à campanha nesta semana, Haddad disse que ela é “lembrada com carinho na periferia” e que vai “gastar sola de sapato com ele se for preciso”.

O petista celebrou seu crescimento nas pesquisas de intenção de voto e garantiu que estará no segundo turno. Sobre as críticas que recebeu de seus adversários em relação ao Bilhete Único Mensal, ele disse que elas aconteceram porque “é uma boa proposta”. “Por que funciona em Paris e não pode funcionar aqui?”, questionou.

Haddad prometeu também extinguir a taxa de inspeção veicular da Controlar. “É ridícula em vários aspectos”, criticou o candidato, dizendo que a prefeitura enganou a população. “Disseram que a taxa seria devolvida e não foi”.

O petista ainda fez questão de destacar que a sugestão de seu nome para a prefeitura de São Paulo veio de Lula. “Ele me chamou, disse que o Brasil e o PT precisavam de uma renovação política”.

Mulher de Cachoeira diz a juiz que Policarpo Jr. é empregado do marido

“Policarpo é empregado de Cachoeira.” A afirmação foi feita pela mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, ao juiz federal Alderico Rocha Santos. Ela ocorreu durante tentativa de chantagem sobre juiz, para que tirasse o marido da penitenciária da Papuda. Santos registrou a ameaça à Justiça Federal, em julho, como mostra documento obtido com exclusividade por 247.

Via Brasil 247

É muito mais surpreendente, perigosa e antiética a relação que une o contraventor Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Jr., editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, a julgar pela ameaça feita pela mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, ao juiz federal Alderico Rocha Santos.

Documento obtido com exclusividade por Brasil 247 contém o ofício à Justiça Federal de Goiás, datado de 26 de julho, assinado pelo juiz Rocha Santos, no qual ele relata como foi e quais foram os termos da ameaça recebida de Andressa. A iniciativa é tratada como “tentativa de intimidação”. Ele lembrou, oficialmente, que só recebeu Andressa em seu gabinete, na 5ª Vara Federal, em Goiânia, após muita insistência da parte dela.

Com receio do que poderia ser a conversa, Rocha Santos pediu a presença, durante a audiência, da funcionária Kleine. “Após meia hora em que a referida senhora insistia para que este juiz revogasse a prisão preventiva do seu marido Carlos Augusto de Almeida Ramos, a mesma começou a fazer gestos para que fosse retirada do recinto da referida servidora”.

Em sua narrativa à Justiça, Rocha Santos afirma que perguntou a Andressa porque ela queria ficar a sós com ele, obtendo como resposta, após nova insistência, que teria assuntos íntimos a relatar, concernentes às visitas feitas a Cachoeira, por ela, na penitenciária da Papuda. Neste momento, o juiz aceitou pedir a Kleine para sair.

“Ato incontinenti à saída da servidora, a senhora Andressa falou que seu marido Carlos Augusto tem como empregado o jornalista Policarpo Jr., vinculado à revista Veja, e que este teria montado um dossiê contra a minha pessoa”.

A importância do depoimento oficial obtido com exclusividade por 247 é fácil de perceber. Nunca antes alguém tão próximo a Cachoeira, como é o caso de sua mulher Andressa, havia usado a expressão “empregado” para definir o padrão de relação entre eles. Após essa definição, Andressa disse que Policarpo tinha pronto um dossiê capaz de, no mínimo, constranger o juiz Rocha Santos, a partir de denúncias contra amigos dele. O magistrado respondeu que nada temia, e não iria conceder, em razão da pressão, a liberdade solicitada a Cachoeira. O caso rendeu a prisão de Andressa, que precisou pagar R$100 mil de fiança para não enfrentar a cadeia por longo tempo. A fiança foi paga em dinheiro. O juiz, ao denunciar a “tentativa de constrangimento”, fez a sua parte. Cachoeira continua atrás das grades, na Papuda. Policarpo Jr. permanece com a sua reputação em jogo. Um dos grampos da Polícia Federal revelou que ele pediu a Cachoeira para realizar um grampo ilegal sobre o deputado federal Jovair Arantes – e conseguiu o que queria.

Confira documento na íntegra:

Leia também:

Juiz acusa: Veja fez dossiê para soltar Cachoeira

Na pesquisa Ibope: Serra cai, Haddad sobe e empata com Serra. E agora José?

by mariafro

Haddad tem crescido 1 ponto percentual por dia após o início da propaganda eleitoral, quanto mais conhecido, mais eleitores ganha, sua margem de crescimento ainda é alta. Seu índice de rejeição bem baixo.

Serra já era?

Por: *Wagner Iglecias, especial para o Maria Frô

 

As pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta semana para a prefeitura de São Paulo trouxeram boas novidades para Celso Russomano (PRB), que parece ir se consolidando na liderança, e para Fernando Haddad, que vai crescendo à medida em que passa a ser mais conhecido do eleitorado e reconhecido como o candidato do PT. A José Serra, do PSDB, couberam péssimas notícias, de queda nas intenções de voto e de aumento vigoroso no índice de rejeição. Pergunta: como pode aquele que era considerado favorito na disputa, há algumas semanas, estar enfrentando este cenário, com chances de nem mesmo qualificar-se para o 2º turno?

As razões devem ser muitas. Uma delas, óbvia, é o apoio de Gilberto Kassab e a imediata associação que o eleitor faz de Serra com uma gestão que é avaliada pela maioria dos paulistanos como bastante ruim. De fato há em São Paulo neste momento uma aspiração por mudança, ainda que vaga. E, talvez indo mais além, pode estar se gestando um sentimento, ainda meio difuso, de percepção de esgotamento de material, relativo não apenas a Kassab e a Serra, mas ao consórcio que domina a cidade há quase uma década e que se encontra no comando do estado há quase vinte anos.

Mas a questão não é só essa. A questão é Serra, a forma como se relaciona com o meio político e a maneira como se apresenta à sociedade. Sobre o meio político é notória a quantidade de desafetos que colecionou. Em relação à forma como se apresenta a sociedade, lembremos que nos últimos dez anos Serra disputou simplesmente quatro das cinco eleições possíveis. Provavelmente seja um caso único num período tão curto de tempo. Foi candidato à presidência da república em 2002, à prefeitura de São Paulo em 2004, ao governo do estado em 2006 e novamente à presidência em 2010. E sempre com o velho mote da casinha pobre da Moóca, da banca de frutas do Mercado Municipal, do homem dos genéricos, do melhor ministro da saúde que este país já teve, do criador das escolas técnicas, do criador dos mutirões da saúde etc, etc, etc. Fez campanhas errantes – por vezes colocou-se claramente como o candidato anti-PT, como na eleição contra Marta Suplicy, em 2004. Por outras, tentou apresentar-se como o oposto disto. Quem não se lembra do ?Zé amigo do Lula?, ou do ?sai o Lula, entra o Zé?, de 2010? Por falar em 2010, carregou sua biografia e seu partido para geografias sociais e políticas relativamente ?exóticas? ao militante tucano mais tradicional, como quando aproximou-se de lideranças católicas conservadoras e pastores das mais variadas denominações evangélicas. Acabou com isto ou para isto levando para a campanha presidencial daquele ano uma agenda calcada em questões morais que fariam corar o antigo economista que um dia escreveu livros e artigos sobre a economia brasileira e sua inserção na ordem mundial.


Fonte: Ibope, Ifográfico: A/E

Nesta eleição à prefeitura de São Paulo Serra enfrenta um desafio adicional: é um homem de 70 anos, o mais velho entre todos os candidatos. A foto da tentativa mal-sucedida de subir num simples skate virou piada nas redes sociais. A estréia no horário eleitoral na televisão, vestindo jogging, andando de bicicleta e empinando pipa também não convenceu. Assim como já tinha soado artificial sua aparição pública para assistir aos jogos do Brasil na Copa do Mundo de 2010 e soou o recente passeio de metrô às 13hs, entre duas estações situadas numa das mais nobres regiões da cidade. Até o jingle da campanha, baseado no ?tchu, tcha?, de claro apelo popular, não pegou como se esperava. Embora toque na novela, seu timing já foi e muita gente não aguenta mais ouvir a grudenta e repetitiva melodia.

Tudo, ou quase tudo na campanha serrista soa pouco espontâneo. Sobretudo aos mais jovens, à garotada que vive online, uma geração para quem cargos, títulos ou autoridade já não convencem muito, e que só respeita mesmo duas coisas: autenticidade e bons argumentos. Não é a toa que, de acordo com o Datafolha desta semana, entre os jovens de 16 a 34 anos Serra conta com impressionantes 50% de rejeição. Tenho cá pra mim que se o recorte fosse entre os 16 e 24 anos, quando se é, efetivamente, jovem, este índice seria até maior.

Passa por Serra e pelos homens de sua campanha, porém, o futuro da eleição paulistana. Os números que as pesquisas estão trazendo são dramáticos para o tucano, mas ainda há tempo de campanha e o jogo está aberto. Embora a situação seja bastante delicada para Serra, talvez estejam demonstrando muito açodamento os que, de forma até eufórica, já o consideram carta fora do baralho. O que resta ao tucano é inevitavelmente partir para o ataque. Para sobreviver, no entanto, em quem Serra baterá? Em Russomano, para disputar a vaga do pólo conservador no 2o. turno, a partir da premissa de que Haddad vai garantir a outra vaga com os votos do pólo progressista da cidade? Ou vai bater em Haddad, a partir da premissa que a vaga de Russomano no 2o. turno já está garantida? Passa por Serra, mais do que nunca, o que será desta eleição em São Paulo. Quem poderia, semanas atrás, dizer que de favorito Serra passaria à condição de fiel da balança?

*Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.

PROTESTO MOVIMENTO SOCIAL. Cartão vermelho goverNOS

Emociono-me quando o movimento social faz seu papel questionador, crítico. Não podemos admitir retrocessos na política brasileira de enfrentamento ao HIV/Aids. Retrocessos em todos os níveis estão acontecendo. O fechamento do CRT em SP é um crime de ALckmin. Dilma apanhou mais uma vez. A palavra de ordem já está se tornando um “clássico”: “Dilma, que papelão: não se governa, com religião”. Uma pena o querido Ministro da Saúde não ter ido representar o governo num evento desse porte.

J. Rodrigues

Leia mais aqui >>>>>>Protesto do Movimento Social

Lula fala sobre a importância do voto

O ex-presidente Lula tem acompanhado as mudanças do país há muitos anos. Como você sabe, ele lutou pela democracia, foi contra a ditadura militar e sempre apoiou a liberdade de expressão. Enquanto presidente, Lula trabalhou para construir um país mais justo e igualitário.

Hoje, Lula sabe como a democracia e o voto podem mudar os rumos de uma nação, por isso ele convida todas as brasileiras e brasileiros a se engajarem no processo eleitoral, a conhecer os candidat@s e a fazer uma escolha consciente para que o Brasil continue avançando.

Tracking do PSDB apontou apenas 20 pontos para Serra

Pesquisas recentes do PSDB indicam José Serra com apenas 20 pontos percentuais. É um tracking, assim como o do PT. Por isso serve apenas para avaliar tendências do momento.

Analistas que tomaram conhecimento da pesquisa, no entanto, julgam que é apenas indicativa das tendências do momento. Apenas as pesquisas a partir do dia 15 serão mais definidoras, ao absorver o efeito do horário eleitoral gratuito.

Os erros iniciais do PT

O PT cometeu dois erros, ambos decorrência da superestimação da candidatura José Serra.

Assim que saiu a primeira pesquisa do IBOPE, a campanha de Fernando Haddad recebeu análises de especialistas informando que o perigo estava ao lado, Celso Russomano, e que havia grande probabilidade da segunda vaga ser disputada entre Haddad e José Serra.

No entanto, com receio de que Serra vencesse no primeiro turno, o PT resolveu abrir mão da aliança com o PMDB – que colocaria Gabriel Chalita como vice de Haddad. Pensou em dividir os votos de Serra, possibilitando o segundo turno.

O segundo erro foi a fatídica foto com Paulo Maluf, que abortou o entusiasmo inicial com a indicação de Luiza Erundina para vice de Haddad.

Esse segundo erro foi resultante do distanciamento inicial de Haddad em relação à militância do PT.

Agora é aguardar os próximos passos, onde o fator campanha de TV será essencial.

Haddad e Chalita tem boa campanha e bom tempo de televisãol; Russomano, menos tempo.

De qualquer modo, apenas nas pesquisas entre os dias 15 e 20 se terá um quadro claro das tendências das próximas eleições. Será a melhor campanha para se avaliar objetivamente o peso do horário eleitoral.

Tracking do PT sai quente: 32% a 19% a 13%

 

Tracking do PT sai quente: 32% a 19% a 13%Foto: Edição/247

APURADO POR TELEFONEMAS NA NOITE DE ONTEM, LEVANTAMENTO INFORMAL DO PARTIDO TEM POTENCIAL PARA LEVAR EUFORIA AO LÍDER NAS PESQUISAS CELSO RUSSOMANO, PREOCUPAÇÃO AO DECLINANTE JOSÉ SERRA E OTIMISMO AO RENOVADO FERNANDO HADDAD

27 de Agosto de 2012 às 13:39

247 – Levantamento de opinião realizado na noite de ontem, domingo 26, pela campanha do candidato do PT, Fernando Haddad, tem o potencial para despertar euforia no primeiro colocado nas pesquisas dos institutos Ibope e Datafolha, preocupação no segundo e otimismo no terceiro – o próprio Haddad. Exibidos os primeiros programas de televisão e as inserções comerciais de 30 segundos durante a programação normal das emissoras – peças consideradas pelos marqueteiros como as mais importantes na sedução ao eleitor –, a campanha petista apurou, em pesquisa via telefone, o chamado trekking, que Celso Russomano está 32% de intenções, contra 19% para José Serra, do PSDB, e 13% para Haddad. 247 ainda não obteve informação sobre os resultados dos demais candidatos neste levantamento.

O tracking, entre os muitos instrumentos de monitoramento das intenções do eleitor, é o mais ligeiro. Todas as grandes campanhas o realizam diariamente, logo após o início do horário eleitoral gratuito pela televisão. Há quem faça até duas ou três vezes ao dia, quando se chega à reta final. Por meio de  telefonemas, com base estatística que o deixa mais próximo de uma enquete do que de uma pesquisa com base científica mais apurada. Ao contrário do que acontece com as pesquisas, os trekkings não são registrados na Justiça Eleitoral e servem de bússolas para as campanhas, que ajustam uma série de detalhes a partir dos seus resultados.

A olho nu, o que se vê neste momento da eleição paulistana tem reflexo muito semelhante ao resultado do trekking petista. Sendo recebido com status de celebridade em seus compromissos eleitorais, Russomano conseguiu uma base firme entre seguidores de igrejas pentescostais e, também, nas classes C e D, entra as quais suas críticas à qualidade dos serviços municipais encontram ressonância. Cresce nas análises a tendência de vê-lo, supreendentemente, como tendo um lugar seguro no segundo turno. Independentemente de seu menor tempo na televisão, de pouco mais de dois minutos contra sete minutos para Serra e Haddad cada um, seu discurso parece que pegou.

No meio do trekking petista, com 19%, José Serra, a acreditar nesse resultado, tem um novo motivo de forte preocupação. Seria a primeira vez, em qualquer levantamento, que ele apareceria abaixo dos 25%. Para quem, no último Datafolha, marcou 27%, os 19% apurados pelo PT ou são uma provocação, ou representam efetivamente uma queda vertiginosa. Para tanto, explicações no campo político há. Serra, na prática, está sem o apoio de seu próprio partido, que vai se debandando, na figura de lideranças como deputado José Aníbal, e de diretórios como os do Jabaquara e São Judas, para os lados de Gabriel Chalita. O governador Geraldo Alckmin tem sua imagem projetada, ao lado do candidato do PMDB, no programa de tevê do adversário – e máximo que fez, como gesto de protesto, foi uma reclamação informal vazada em nota da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo. Muito pouco para quem, de fato, quer uma dissociação.

O prefeito Gilberto Kassab, que poderia ajudar Serra, já envia recados de atenção ao candidato Russomano, oferecendo apoio para a governabilidade, conforme apurou 247. O aliado preferencial de Serra, assim, poderá assistir à disputa de uma distância maior do que a prevista inicialmente.

Enquanto isso, finalmente Fernando Haddad começou a criar boas notícias para o seu próprio lado. Ele acertou em cheio na proposta de bilhete único mensal para o sistema de transporte coletivo municipal – a ponto de despertar uma crítica baixa de José Serra, que o chamou, em sua campanha, de “bilhete mensaleiro” –, tem Lula em boa forma e, a partir de hoje, após o almoço entre o ex-presidente e a senadora Marta Suplicy, poderá contar a mãozinha da política mais conhecida e popular do partido. Além disso, o marqueteiro João Santana parece ter acertado a mão outra vez, com programas de visual requintado, que apresentam Haddad muito mais como um técnico bem preparado do que um político – figura em baixa nestes tempos.

Eu falei que estou disponível para tudo”, Marta Suplicy


“Eu estou onde sempre estive, no sentido de dizer que quando começasse a campanha de fato e eu percebesse que faria a diferença, eu entraria. E é isso que eu vou fazer, vou entrar. Eu falei que estou disponível para tudo”, Marta Suplicy, confirmando apoio à candidatura de Fernando Haddad 13 ao sair do almoço com Lula.

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Oitava carta às esquerdas: As últimas trincheiras. Boaventura de Sousa Santos

DEBATE ABERTO

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Faço um apelo aos governos brasileiro, equatoriano, venezuelano e argentino para que abandonem o projeto da reforma da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). E o apelo é especialmente dirigido ao Brasil dada a influência que tem na região.

Boaventura de Sousa Santos

Quem poderia imaginar há uns anos que partidos e governos considerados progressistas ou de esquerda abandonassem a defesa dos mais básicos direitos humanos, por exemplo, o direito à vida, ao trabalho e à liberdade de expressão e de associação, em nome dos imperativos do “desenvolvimento”? Acaso não foi por via da defesa desses direitos que granjearam o apoio popular e chegaram ao poder? Que se passa para que o poder, uma vez conquistado, se vire tão fácil e violentamente contra quem lutou para que ele fosse poder? Por que razão, sendo um poder das maiorias mais pobres, é exercido em favor das minorias mais ricas? Porque é que, neste domínio, é cada vez mais difícil distinguir entre os países do Norte e os países do Sul?

Os fatos
Nos últimos anos, os partidos socialistas de vários países europeus (Grécia, Portugal e Espanha) mostraram que podiam zelar tão bem pelos interesses dos credores e especuladores internacionais quanto qualquer partido de direita, não parecendo nada anormal que os direitos dos trabalhadores fossem expostos às cotações das bolsas de valores e, portanto, devorados por elas. Na África do Sul, a polícia ao serviço do governo do ANC, que lutou contra o apartheid em nome das maiorias negras, mata 34 mineiros em greve para defender os interesses de uma empresa mineira inglesa. Bem perto, em Moçambique, o governo da Frelimo, que conduziu a luta contra o colonialismo português, atrai o investimento das empresas extrativistas com a isenção de impostos e a oferta da docilidade (a bem ou a mal) das populações que estão sendo afetadas pela mineração a céu aberto.

Na India, o governo do partido do Congresso, que lutou contra o colonialismo inglês, faz concessões de terras a empresas nacionais e estrangeiras e ordena a expulsão de milhares e milhares de camponeses pobres, destruindo os seus meios de subsistência e provocando um enfrentamento armado. Na Bolívia, o governo de Evo Morales, um indígena levado ao poder pelo movimento indígena, impõe, sem consulta prévia e com uma sucessão rocambolesca de medidas e contra-medidas, a construção de uma auto-estrada em território indígena (Parque Nacional TIPNIS) para escoar recursos naturais. No Equador, o governo de Rafael Correa, que corajosamente concede asilo político a Julian Assange, acaba de ser condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por não ter garantido os direitos do povo indígena Sarayaku em luta contra a exploração de petróleo nos seus territórios. E já em maio de 2003 a Comissão tinha solicitado ao Equador medidas cautelares a favor do povo Sarayaku que não foram atendidas.

Em 2011, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) solicita ao Brasil, mediante uma medida cautelar, que suspenda imediatamente a construção da barragem de Belo Monte (que, quando pronta será a terceira maior do mundo) até que sejam adequadamente consultados os povos indígenas por ela afetados. O Brasil protesta contra a decisão, retira o seu embaixador na Organização dos Estados Americanos (OEA), suspende o pagamento da sua cota anual à OEA, retira o seu candidato à CIDH e toma a iniciativa de criar um grupo de trabalho para propor a reforma da CIDH no sentido de diminuir os seus poderes de questionar os governos sobre violações de direitos humanos. Curiosamente, a suspensão da construção da barragem acaba agora de ser decretada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Brasília) com base na falta de estudos de impacto ambiental.

Os riscos
Para responder às questões com que comecei esta crônica vejamos o que há de comum entre todos estes casos. Todas as violações de direitos humanos estão relacionadas com o neoliberalismo, a versão mais anti-social do capitalismo nos últimos cinquenta anos. No Norte, o neoliberalismo impõe a austeridade às grandes maiorias e o resgate dos banqueiros, substituindo a protecção social dos cidadãos pela protecção social do capital financeiro. No Sul, o neoliberalismo impõe a sua avidez pelos recursos naturais, sejam eles os minérios, o petróleo, o gás natural, a água ou a agro-indústria. Os territórios passam a ser terra e as populações que nelas habitam, obstáculos ao desenvolvimento que é necessário remover quanto mais rápido melhor.

Para o capitalismo extrativista a única regulação verdadeiramente aceitável é a auto-regulação, a qual inclui, quase sempre, a auto-regulação da corrupção dos governos. As Honduras oferecem neste momento um dos mais extremos exemplos de auto-regulação da atividade mineira onde tudo se passa entre a Fundação Hondurenha de Responsabilidade Social Empresarial (FUNDAHRSE) e a embaixada do Canadá. Sim, o Canadá que há vinte anos parecia ser uma força benévola nas relações internacionais e hoje é um dos mais agressivos promotores do imperialismo mineiro.

Quando a democracia concluir que não é compatível com este tipo de capitalismo e decidir resistir-lhe, pode ser demasiado tarde. É que, entretanto, pode o capitalismo ter já concluído que a democracia não é compatível com ele.

O que fazer?
Ao contrário do que pretende o neoliberalismo, o mundo só é o que é porque nós queremos. Pode ser de outra maneira se a tal nos propusermos. A situação é de tal modo grave que é necessário tomar medidas urgentes mesmo que sejam pequenos passos. Essas medidas variam de país para país e de continente para continente ainda que a articulação entre elas, quando possível, seja indispensável. No continente americano a medida mais urgente é travar o passo à reforma da CIDH em curso. Nessa reforma estão particularmente ativos três países com quem sou solidário em múltiplos aspectos de seu governo, o Brasil, o Equador, a Venezuela e a Argentina. Mas no caso da reforma da CIDH estou firmemente ao lado dos que lutam contra a iniciativa destes governos e pela manutenção do estatuto actual da CIDH. Não deixa de ser irônico que os governos de direita, que mais hostilizam o sistema interamericano de direitos humanos, como é o caso da Colômbia, assistam deleitados ao serviço que os governos progressistas objectivamente lhes estão a prestar.

O meu primeiro apelo é aos governos brasileiro, equatoriano, venezuelano e argentino para que abandonem o projeto da reforma. E o apelo é especialmente dirigido ao Brasil dada a influência que tem na região. Se tiverem uma visão política de longo prazo, não lhes será difícil concluir que serão eles e as forças sociais que os têm apoiado quem, no futuro, mais pode vir a beneficiar do prestígio e da eficácia do sistema interamericano de direitos humanos. Aliás, a Argentina deve à CIDH e à Corte a doutrina que permitiu levar à justiça os crimes de violação dos direitos humanos cometidos pela ditadura, o que muito acertadamente se converteu numa bandeira dos governos Kirchner na política dos direitos humanos.

Mas porque a cegueira do curto prazo pode prevalecer, apelo também a todos os ativistas de direitos humanos do continente e a todos os movimentos e organizações sociais – que viram no Fórum Social Mundial e na luta continental contra a ALCA a força da esperança organizada – que se juntem na luta contra a reforma da CIDH em curso. Sabemos que o sistema interamericano de direitos humanos está longe de ser perfeito, quanto mais não seja porque os dois países mais poderosos da região nem sequer subscreveram a Convenção Americana de Direitos Humanos (EUA e Canadá), Também sabemos que, no passado, tanto a Comissão como a Corte revelaram debilidades e seletividades politicamente enviesadas. Mas também sabemos que o sistema e as suas instituições têm vindo a fortalecer-se, atuando com mais independência e ganhando prestígio através da eficácia com que têm condenado muitas violações de direitos humanos.

Desde os anos de 1970 e 1980, em que a Comissão levou a cabo missões em países como o Chile, a Argentina e a Guatemala e publicou relatórios denunciando as violações cometidas pelas ditaduras militares, até às missões e denúncias depois do golpe de estado das Honduras em 2009; para não falar nas reiteradas solicitações para o encerramento do centro de detenção de Guantanamo. Por sua vez, a recente decisão da Corte no caso “Povo Indígena Kichwa de Sarayaku versus Equador”, de 27 de Julho passado, é um marco histórico de direito internacional, não só a nível do continente, como a nível mundial. Tal como a sentença “Atala Riffo y niñas versus Chile” envolvendo a discriminação em razão da orientação sexual. E como esquecer a intervenção da CIDH sobre a violência doméstica no Brasil que conduziu à promulgação da Lei Maria da Penha?

Os dados estão lançados. À revelia da CIDH e com fortes limitações na participação das organizações de direitos humanos, o Conselho Permanente da OEA prepara um conjunto de recomendações para serem apresentadas para aprovação na Assembleia Geral Extraordinária, o mais tardar até Março de 2013 (até 30 de Setembro, os Estados apresentarão as suas propostas). Do que se sabe, todas as recomendações vão no sentido de limitar o poder da CIDH para interpelar os Estados em matéria de violação de direitos humanos. Por exemplo: dedicar mais recursos à promoção dos direitos humanos e menos à investigação de violações; encurtar de tal modo os prazos de investigação que tornam impossível uma análise cuidada; eliminar do relatório anual a referência a países cuja situação dos direitos humanos merece atenção especial; limitar a emissão e extensão de medidas cautelares; acabar com o relatório anual sobre a liberdade de expressão; impedir pronunciamentos sobre violações que pairam como ameaças mas ainda não foram concretizadas.

Cabe agora aos ativistas de direitos humanos e a todos os cidadãos preocupados com o futuro da democracia no continente travar este processo.

Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

Mercadante: Governo defende que 100% dos royalties do pré-sal sejam destinados para a educação

Presidenta Dilma Rousseff e o ministro Mercadante com lideranças estudantis (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

“O governo está disposto a colocar todos os royalties do petróleo e do pré-sal e pelo menos metade do fundo social do petróleo para educação, exclusivamente para educação”

 

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou hoje (22) que o governo defende a aplicação de todos os recursos provenientes dos royalties do petróleo e do pré-sal na educação. O objetivo é ter uma receita que permita ao governo investir 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação.

“O governo está disposto a colocar todos os royalties do petróleo e do pré-sal e pelo menos metade do fundo social do petróleo para educação, exclusivamente para educação, isso para os municípios, os estados e a União (…) Essa é a posição do governo, é isso que nós vamos defender no Congresso Nacional, é uma posição da presidenta”, disse o ministro, após reunir-se nesta quarta-feira com a presidenta Dilma Rousseff e o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu.

O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em caráter conclusivo no fim de junho em uma comissão especial da Câmara dos Deputados, determinou que o governo deve investir 10% do PIB em educação até 2022. Segundo Mercadante, os recursos dos royalties – valor cobrado das empresas que exploram petróleo – permitiriam alcançar a meta de investimento estipulada pelo PNE, que ainda depende de aprovação do Senado.

“É muito melhor colocar os royalties do petróleo na sala de aula do que desperdiçar na máquina pública (…) A função prioritária dos royalties é preparar a economia pós-petróleo, o petróleo é uma fonte de energia não-renovável e o melhor caminho para preparar o Brasil para o pós-petróleo é o investimento em educação”, disse.

Paulo Teixeira entrega anteprojeto sobre política de drogas a Marco Maia

 

Proposta vai ficar no portal e-Democracia para receber sugestões da sociedade.

Por Agência Câmara

O presidente da Câmara, Marco Maia, recebeu nesta quarta-feira representantes do movimento “Lei de Drogas – É preciso mudar!” que apresentaram um anteprojeto de lei, elaborado por juristas, que já recebeu mais de cem mil assinaturas de apoio. A proposta descriminaliza o porte e o plantio de drogas para uso próprio e tem o objetivo de garantir aos dependentes químicos tratamento de qualidade e uma rede de apoio e atenção integral.

O grupo é formado por integrantes da igreja católica e evangélica representantes da segurança pública e de políticos, como o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). O coordenador do grupo é o presidente da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, Paulo Gadelha.

“A proposta é interessante, mas polêmica. Por isso, eu sugeri a iniciativa de colocar no [site] e-Democracia”, disse o presidente Marco Maia. “Vamos deixar a proposta no portal por 2 ou 3 meses. Depois as entidades devem encaminhar o projeto ao Congresso.” Maia disse ainda que a proposta pode ser encampada por um deputado e virar um projeto de lei de autoria desse parlamentar, ou chegar à Câmara como um projeto de lei de iniciativa popular.

“Esse debate é muito importante para o Brasil”, disse Maia descartando a possibilidade de atrelar esse debate à discussão sobre reformas no Código Penal (Decreto-lei 2.848/40).

O Senado analisa um anteprojeto de reforma do Código Penal, elaborado por uma comissão especial de juristas, que permite a descriminalização do plantio e do porte de maconha para consumo próprio.

A possibilidade do segundo turno sem Serra

Até algum tempo atrás, especialistas trabalhavam com duas hipóteses para as eleições paulistanas:

  1. José Serra no segundo turno.

  2. Favoritismo do candidato que concorresse com Serra, devido aos seus índices de rejeição.

Agora tem-se um novo quadro: Russomano tomando a ponta; a rejeição a Serra aumentando a cada pesquisa; ainda grande desconhecimento sobre o candidato Fernando Haddad.

Agora, mudam as dúvidas. Entra-se no horário gratuito com dois efeitos sobre os candidatos:

  1. Beneficia Fernando Haddad, até agora desconhecido dos eleitores. O horário será importante para colar nele as imagens de Lula e Dilma.

  2. Prejudica José Serra. Por mais que os marqueteiros cometam malabarismos, não haverá como não expor o candidato aos eleitores. E, devido à campanha extremamente pesada e desgastante de 2010, a imagem de Serra ficou saturada. Seu rosto, fala, tiques, ampliarão o índice de rejeição.

Em cima desses dois fatores, montam-se cenários cujo desfecho dependerá fundamentalmente da capacidade da candidatura Haddad ganhar fôlego nas próximas semanas.

A partir dessa incógnita, há três cenários possíveis:

  1. Haddad cresce e o eleitor o identifica com o “novo” – sentimento que hoje beneficia Russomano. Nesse caso murcharia o balão Russomano, Serra continua estacionado nos seus vinte e poucos por cento e o segundo turno seria com Haddad.

  2. Haddad não consegue deslanchar. Nesse cenário, segundo turno entre Russomano e Serra.

  3. Cenário bastante possível e impensável meses atrás: Serra fora do segundo turno. Uma desidratação de sua candidatura poderia provocar uma debandada do antipetismo em direção a Russomano, ao mesmo tempo transformando Haddad na esperança da classe média contra o aventureirismo de Russomano.

Nas eleições paulistanas, ocorrerá muito o fator onda: a opinião pública pulando para um candidato ou saltando fora de outro, devido à indiferenciação entre os partidos. A campanha de Serra agiu de modo inteligente escondendo o candidato até agora, na medida do possível, sabendo que cada aparição de Serra aumentaria seus índices de rejeição.

Mesmo assim, a rejeição continuou aumentando.

Há muitas possibilidades em jogo, mas apenas uma certeza: daqui para frente, cada dia a mais de campanha será sempre de menos para Serra.

Do caos nascem as estrelas

O Brasil cresceu em ritmo chinês e ninguém festejou

Por Rolf Kuntz

A economia brasileira cresceu em ritmo chinês em junho, a julgar pelo índice de atividade calculado mensalmente pelo Banco Central, o IBC-BR, considerado uma prévia do cálculo oficial do produto interno bruto (PIB). Se a taxa de 0,75% fosse acumulada em 12 meses, o resultado seria uma expansão de 9,38%, mas os jornalistas parecem haver esquecido de fazer essa conta. Preferiram concentrar-se na avaliação das perspectivas deste ano, reproduzindo as opiniões de vários entrevistados.

Segundo esses especialistas, dificilmente o crescimento de janeiro a dezembro de 2012 chegará a 2%. Eles parecem estar certos, mas uma análise daquele resultado mensal poderia proporcionar informações interessantes. O ponto de partida muito baixo, depois de uma fase de estagnação, é obviamente parte da resposta, mas a explicação completa envolveria outros fatores. Primeira pergunta: quais foram os setores mais dinâmicos?

Seria instrutivo combinar a informação do BC com os dados do IBGE e de outras fontes a respeito de consumo, criação de empregos e atividade industrial. Isso daria mais solidez a qualquer discussão sobre as perspectivas da economia até o fim do ano e – mais importante – sobre as possibilidades dos próximos anos. Afinal, essa é uma das preocupações evidenciadas pela decisão do governo de envolver o setor privado, mais amplamente, nos planos de expansão e de modernização da infraestrurura.

Posição pragmática

O Brasil passou o Cabo da Boa Esperança e retomou o crescimento, disse na sexta-feira (17/8) o ministro da Fazenda Guido Mantega, comentando os últimos dados de conjuntura ­– criação de cerca de 142,5 mil empregos formais em julho, expansão de 0,5% nas vendas do varejo em junho, e o aumento da atividade apontado pelo IBC-BR. Mas as perspectivas de médio e de longo prazos envolvem questões mais complicadas. O plano de investimentos em logística lançado pelo governo pertence a esse capítulo, assim como a promessa de redução de encargos sobre a energia elétrica.

Todos os jornais classificaram como privatização – ponto destacado na primeira página – a convocação do setor privado para o plano de rodovias e ferrovias. O apelo ao capital e à competência administrativa dos grupos particulares é inegável, assim como o emperramento das obras previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas discutir se concessão é uma forma de privatização é pouco relevante. Do lado da imprensa, foi uma picuinha. Do lado do governo, uma tentativa de marcar posição e, acima de tudo, uma satisfação aos companheiros de ideologia.

As novidades mais importantes eram outras. Uma delas, obviamente, foi a decisão de retomar as concessões e de recorrer às parcerias público-privadas (PPPs). Foi o afrouxamento de uma restrição política, em troca de uma posição mais pragmática. Outra mudança relevante foi a ênfase em ações de maior alcance, num esforço para garantir o crescimento no médio e longo prazos. A presidente Dilma Rousseff chamou a atenção para essa nova ênfase na ação de caráter estrutural.

História distinta

No dia seguinte, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimentel afirmou a existência de uma política industrial e de uma agenda voltada para o problema da competitividade. Essa afirmação seria uma redundância, até engraçada, se a existência dessa política estivesse acima de qualquer dúvida séria. A intervenção do ministro Pimentel, geralmente silencioso e pouco presente nos debates políticos mais importantes, foi uma resposta aos críticos do Plano Brasil Maior, mas até esse comentário foi menosprezado pelos jornais. O ministro Pimentel continua uma figura praticamente ignorada, quando se discute política econômica.

O Valor publicou, na edição de sexta-feira (17), uma reportagem sobre quem aconselha a presidente Dilma Rousseff na formulação dos novos pacotes de infraestrutura. As figuras importantes, segundo o jornal, são o secretário do Tesouro Arno Augustin, o presidente da Empresa de Trens de Alta Velocidade Bernardo Figueiredo, a chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, o advogado geral da União Luís Inácio Adams e o ministro dos Transportes, Paulo Passos.

Esse esforço para dar cara aos formuladores de políticas e contar como se tomam as decisões tem sido raro na imprensa. De vez em quando aparece uma boa história desse tipo, mas, de modo geral, as decisões são noticiadas como se houvessem resultado de um debate com a participação de um colegiado bem conhecido e burocraticamente organizado.

Com frequência a história verdadeira é muito diferente, como sabe qualquer repórter com alguns anos de experiência. Quando se trata de contar como funcionam de fato as máquinas administrativas – públicas e privadas – o velho jornalismo continua imbatível.

***

[Rolf Kuntz é jornalista]

Ultrapassado por Russomanno, Serra tem agora desafio de evitar o vexame de não ir ao 2o turno

A nova pesquisa Datafolha consolida Celso Russomanno (PRB) como a grande novidade da fase pré-televisiva da campanha municipal de São Paulo. Em movimento ascendente desde o final do ano passado, o ex-azarão aparece pela primeira vez à frente do ex-favorito José Serra (PSDB): 31% a 27%.

Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos –para o alto ou para baixo— o quadro ainda é de empate técnico. Mas até as curvas do Datafolha desfavorecem Serra: caiu três pontos desde a última sondagem, realizada nos dias 19 e 20 de julho. Russomanno avançou cinco casas no mesmo período.

Serra passou a conviver com um desafio novo. Precisa provar-se capaz de sobreviver ao primeiro round da disputa. Sua prioridade agora é evitar o fiasco experimentado por Geraldo Alckmin na disputa municipal de 2008. Naquele ano, Alckmin deslizou da liderança nas pesquisas para a derrota no primeiro turno. Passaram à segunda fase Gilberto Kassab (então no DEM) e Marta Suplicy (PT).

Pela lógica, Russomanno deve cair e Fernando Haddad (PT), hoje com irrisórios 8%, tende a subir. Nessa hipótese, bastaria a Serra manter o desempenho atual para escorregar à segunda fase. A história mostra, porém, que o eleitorado de São Paulo, por ilógico, é dado a surpresas. Recorde-se, a propósito, os triunfos de Luíza Erundina e de Jânio Quadros.

Nesta terça (21), o jogo entra em sua fase decisiva. Nos próximos 45 dias vai ao ar a propaganda dos candidatos no rádio e na tevê. É nessa temporada que o eleitor acorda para a disputa travada à sua volta. Contra Russomanno pesa o fato de que dispõe de vitrine eletrônica miúda: 2min11s. É pouco, muito pouco, quase nada perto do tempo de exposição de Serra e Haddad –7min39s cada um.

Conhecido por 64% do eleitorado e rejeitado por 15%, Haddad deve tomar o elevador no instante em que o marketing do seu comitê começar trombetear na tevê seus vínculos com Lula. Mal comparando, o candidato do PT atravessa situação análoga à de Dilma Rousseff, que também chegou ao horário eleitoral de 2010 atrás de Serra nas pesquisas.

Diferentemente do antagonista do PT, Serra e Russomanno são ultramanjados. O primeiro ostenta taxa de conhecimento de 98%. O segundo, 94%. A dupla diferencia-se na taxa de rejeição. Para desassossego do tucanato, 37% do eleitorado paulistano declara que jamais votaria em Serra. A inquietude aumenta quando se verifica que Russomanno é rejeitado por apenas 12% dos eleitores.

Dando-se de barato que Haddad vai subir, interessa saber se vai roubar votos de Serra ou de Russomanno. Analisada em seus meandros, a pesquisa Datafolha indica que o candidato do PRB corre mais riscos do que o contendor do PSDB. O problema é que, como já mencionado, o eleitor nem sempre guia-se pela lógica. E o eleitor de São Paulo já deu mostras de que não é avesso à ilógica.

Um detalhe potencializa os riscos de Serra. O candidato tucano está indissociavelmente vinculado à administração do seu apoiador Gilberto Kassab. O marketing do comitê tucano terá de operar a mágica de vender Serra como continuador da gestão de um prefeito que inspira em boa parte do eleitorado os mais primitivos instintos de mudança.

Luta do MST trouxe avanços para o campo

Entrevista veiculada no Jornal do Dia, de 19 e 20 de agosto, pág 6

 

Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, João Daniel (PT) é o primeiro membro do MST a ter assento na Assembleia Legislativa de Sergipe. Como deputado, tem defendido ações voltadas para o campo, como projeto de convivência do sertanejo com o semi-árido, aproveitamento de recursos hídricos e difusão de técnicas para preservação da caatinga.

Em entrevista ao JORNAL DO DIA, ela fala dos avanços do governo de Marcelo Déda (PT), como a aquisição de áreas e criação de novos assentamentos. Também fala de política. Ressalta que o governo do PT implementa políticas em todas as regiões do Estado, sem discriminação, com mudanças significativas e melhorias das condições de vida da população. “Só não vê quem não conhece a realidade anterior a esse governo”, diz.

Com relação ao rompimento do governador Marcelo Deda com o grupo político liderado pelos irmãos Amorim, Daniel observa que todos já tinham percebido a distância entre os dois agrupamentos, desde que foi posta em campo a candidatura de Eduardo Amorim ao governo do Estado em 2014. “Era questão de tempo, e de quem tomaria a iniciativa, que acabou sendo tomada pelo PSC na eleição da Assembleia.”

Leia a íntegra da entrevista:

 

Jornal do Dia – O MST está avançando em Sergipe?

João Daniel – Podemos afirmar que a luta e a organização dos trabalhadores rurais sem terra trouxeram significativos avanços para Sergipe. São cerca de 450 áreas, com mais de 10 mil famílias assentadas. O MST criou a possibilidade de que essas famílias passem a ser sujeito da sua própria história; transformou áreas em que nada produziam em áreas de moradia para essas famílias, com a construção de comunidades que ajudam não só no desenvolvimento local, mas do Estado. O MST não se organiza apenas para garantir a parte produtiva, mas luta para assegurar o acesso de todas as famílias à educação, cultural, saúde, lazer. Esta semana, inclusive, recebemos os dois primeiros advogados formados no curso de Direito para áreas de Reforma Agrário, em Goiás, sem falar nos diversos pedagogos, agrônomos, médicos, historiados, técnico em agroindústria e pecuária, cursos resultantes da luta do MST.

Nos assentamentos é possível encontrar tudo que você procurar. Há gado de corte, pecuária leiteira, pequenos  animais, como ovinos e caprinos, aves e culturas anuais, que por sinal vêm dando grandes  resultadas, especialmente o milho, além de hortaliças, verduras, mandioca, macaxeira,  batatas e fruticultura.  Temos, ainda, pequenas indústrias de beneficiamento de frutas nativas, a exemplo da mangaba e do umbu, e mel. A maioria dessa produção sem utilização de agrotóxico, seguindo  a linha nacional do MST de defender projetos agroecológicos, inclusive, com a criação de  bancos de sementes de variedades. Os assentamentos de reforma agrária são referencia de produção. Importante ressaltar, que não é apenas na quantidade da produção, mas também na qualidade e na diversidade. A pequena agricultura e as áreas de reforma agrária são a que produzem os  alimentos para a mesa dos brasileiros. E o que é melhor, sem envenenar a terra e os  alimentos.

 

JD – A Reforma Agrária está consolidada no Brasil?  

Daniel – A questão da Reforma Agrária no Brasil, bem como a pequena agricultura, sempre foi tratada como política compensatória. A partir do governo Lula tem melhorado, e muito, a visão e as condições para assentamentos. No caso de Sergipe, até o início do governo Marcelo Déda a Reforma Agrária era tratada como um problema do Governo Federal e dos movimentos sociais. Já o Governo Marcelo Déda teve várias iniciativas para o campo, como a aquisição de áreas e criação de novos assentamentos, infraestrtura. Sergipe, por exemplo, foi o primeiro a ter um convênio entre Estado e União para desapropriação e aquisição de áreas, no qual 1.200 famílias foram beneficiadas – o convênio inclusive deve ter continuidade.  Isso foi exemplo para outros estados. Agora, temos muito ainda para avançar. Grande parte da miséria está no campo, e conseqüência da história da concentração da terra, do crédito e das agroindústrias nas mãos das grandes empresas. Portanto, é preciso uma política de inclusão permanente da população rural firmemente apoiado pelo Estado, um programa de Reforma Agrária, de acesso ao crédito, de assistência técnica pública universal para todos os trabalhadores do campo, sem interrupção, de garantia de crédito de investimento e custeio para todas as áreas, incluindo a agroindústria. Envolve também outras questões que são fundamentais, como um amplo programa de alfabetização e educação, cultura, saúde, ou seja, garantir que as políticas públicas cheguem a todos.

 

JD- Ainda existem áreas críticas em nível de Reforma Agrária em Sergipe?  

Daniel – Lamentavelmente, temos geração que ainda nasceu nos acampamentos, que, por problema legais e judiciais, ainda não foram concretizados os assentamentos. A Tingui, por exemplo, em Riachuelo, com 15 anos de acampamento. Agora temos um caso em Pacatuba, a fazenda Talho, que após imissão de posse pela Justiça Federal, ela própria deu reintegração e suspendeu a imissão. Não é rara a “sensibilidade” da Justiça para os fazendeiros.

 

JD – Os agricultores estão reclamando dos prejuízos provocados pela seca. Não há solução para esse antigo problema?

Daniel – Primeiro devemos lembrar que essa é uma das piores nos últimos 40 anos, e que era de conhecimento de pesquisadores e dos governos. As percas são incalculáveis, e ainda estamos longe do fim da estiagem. Inclusive, propus, juntamente com os movimentos sociais e os territórios do Alto Sertão e Sertão Ocidental, a isenção para a região de todos os impostos durante o período de estiagem; a venda pelo Governo Federal de milho e soja para manutenção da pecuária; a garantia de término do projeto Jacaré-Curituba, a construção de médias e grandes barragens.  No entanto, a grande solução para a região sem-árida é implementar políticas permanentes de médio e longo prazo a partir da convivência com o semi-árido, aproveitar as riquezas hídricas e oferecer técnicas alternativa de enriquecimento do bioma caatinga.

 

JD- Que avaliação o senhor faz do Governo Déda?

Daniel – Tivemos avanços. É um governo que tem implementado políticas em todas as regiões do Estado, sem discriminação, com mudanças significativas e melhorias das condições de vida da população. Só não vê quem não conhece a realidade anterior a esse governo. No entanto, ainda temos muito a realizar em diversas áreas. Exemplo: um grande programa de habitação popular; projetos sociais que estão pendentes por burocracia, conquistados através dos Territórios da Cidadania; implementação das políticas territoriais, com participação popular, e de políticas para a juventude.

 

JD – O senhor aprovou o rompimento do governo com o grupo Amorim?

Daniel – Todos que acompanham a política, e que ouvem rádio, lêem jornal e assistem televisão, já tinham percebido que havia sido declarado pelos líderes do PSC um novo projeto do grupo para 2014, e não aquele liderado pelo governo Marcelo Déda e pelo PT. Estavam num grande campanha de desgaste e enfraquecimento do Governo Marcelo Déda.  Era questão de tempo, e de quem tomaria a iniciativa, que acabou sendo tomada pelo PSC na eleição da Assembleia.

 

 

JD – O senhor acha que o rompimento não cria dificuldades em obter maioria na Assembleia?  

Daniel – Depende da pauta que será votada, mas acredito que o governo não terá dificuldades em fazer a maioria.

 

JD – O senhor acredita na candidatura Valadares Filho em Aracaju?

Daniel – Tivemos a oportunidade de participar da grande caminhada ocorrida em Aracaju, sexta-feira. Acredito que foi o grande ato da campanha. Pude perceber nas ruas a recepção da população à candidatura encabeçada pelo PSB/PT. Tenho certeza que as pessoas só votarão num antigo projeto senão conhecerem o novo. A sociedade caminha para frente, quer mais conquistas, quer mais participação popular. João Alves é o contrário de tudo isso. João Alves representa o que há de mais atrasado para Sergipe.

 

JD – No sertão o PT perdeu a hegemonia?

Ao contrário. O PT está muito fortalecido em toda a região e participa ativamente da vida política em todos os municípios, seja apoiando aliados ou encabeçando a chapa, como nos importantes municípios Nossa Senhora da Glória e Poço Redondo.

 

JD – O que fez até agora e o que pretende fazer o deputado estadual João Daniel na  Assembleia Legislativa?
Daniel – Destaco dois projetos, um já aprovado e sancionado, que beneficia a  sociedade sergipana ao criar a política de incentivo à agroecologia, tanto na produção,  comercialização e no consumo, e outro que está tramitando agora, que visa garantir uma  política estadual de assistência técnica para que todos os agricultores do Estado de  Sergipe possam ter uma assistência técnica, ambiental e social de qualidade. É importante  destacar que esses projetos são construídos coletivamente, aliás, como tudo que é  realizado em nosso mandato há debatido e discutido com todos os setores que nos apóiam e  querem construir uma sociedade justa e fraterna.

 


Brasil com Chávez

Leia e assine manifesto “Brasil está com Chávez” (http://brasilcomchavez.wordpress.com)

Participe. Divulgue. Lute por uma América Latina livre e soberana

TRE-SP cassa o cargo do vereador Nakano PSDB, de São Francisco, por infidelidade partidária

 A notícia foi publicada no Sitio do Tribunal Regional Eleitoral TRE – SP. Como comentamos tambem na publicação anterior, fidelidade aos princípios partidários nao é moda entre boa parte dos políticos em São Francisco. E agora, estamos inseguros para poder informar quem é o suplente do Horácio, que segundo a decisão deveria sem empossado.

Tem sido tão comum a mudança de partidos na cidade, como se cada partido fosse apenas uma legenda de ocasião, que os possíveis  suplentes tambem mudaram em grande número… mas como ainda cabe recurso ao TSE (Brasília) isto é apenas um detalhe. Detalhe para o qual o eleitor poderá, ou não, estar atento.

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) decretou, na sessão de sexta-feira, 10 de agosto, a perda do mandato do vereador Horácio Yassuhide Nakano (PSDB), pela coligação “Igualdade, Fraternidade e Trabalho”, de São Francisco, região de Jales. Os juízes determinaram, também, a expedição de ofício à respectiva Câmara Municipal para empossar o suplente do vereador no prazo de 10 dias da publicação da decisão.

Com votação unânime no julgamento, a corte paulista entendeu que não houve justa causa para a desfiliação partidária do mandatário, conforme as hipóteses previstas na Resolução TSE nº 22.610/07.

A Resolução prevê apenas quatro possibilidades para a mudança de partido: em caso de fusão ou incorporação por outro, se houver criação de nova agremiação, mudança substancial ou desvio do programa partidário, ou ainda se ocorrer grave discriminação pessoal do mandatário.

De cada decisão, cabe recurso ao TSE. na sessão de sexta-feira, 10 de agosto, a perda do mandato do vereador Horácio Yassuhide Nakano (PSDB), pela coligação “Igualdade, Fraternidade e Trabalho”, de São Francisco, região de Jales. Os juízes determinaram, também, a expedição de ofício à respectiva Câmara Municipal para empossar o suplente do vereador no prazo de 10 dias da publicação da decisão.

Com votação unânime no julgamento, a corte paulista entendeu que não houve justa causa para a desfiliação partidária do mandatário, conforme as hipóteses previstas na Resolução TSE nº 22.610/07.

A Resolução prevê apenas quatro possibilidades para a mudança de partido: em caso de fusão ou incorporação por outro, se houver criação de nova agremiação, mudança substancial ou desvio do programa partidário, ou ainda se ocorrer grave discriminação pessoal do mandatário.
De cada decisão, cabe recurso ao TSE.

Noroeste Paulista – São Francisco. INFIDELIDADE: Vice Prefeito, Saulo Barreto é cassado por unânimidade pelo TRE – SP

Saulo Barreto foi cassado por infidelidade partidária. A história recente tem demonstrado que fidelidade não tem sido uma das características mais valorizadas pelos políticos locais. Quem ontem se agredia verbalmente hoje anda de mãos dadas. Hoje, ao menos, ainda que lentamente, a tímida evolução da legislação eleitoral começa à impor alguma ordem. Esperamos que a tão protelada reforma política acelere este processo.

Ainda no campo da evolução da legislação, permanecem dúvidas. Visto que o infiel  cidadão cassado em questão, Saulo Barreto, é agora candidato a vereador. Considerando que cabe recurso ao TSE. Considerando que ums vez apresentado o recurso são pequenas as chance de julgamento antes de 7 de outubro. Inúmeras dúvidas decorrem quanto às possíveis conseqüencias de uma eventual confirmação da sentença em Brasília.

Por hora veja a notícia publicada no sitio do TRE- SP, que abaixo reproduzimos.

TRE-SP cassa 2 vice-prefeitos e 5 vereadores
do interior por infidelidade partidária

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou ontem (16), por infidelidade partidária, o mandato de diversos parlamentares do interior (veja lista abaixo). Os juízes determinaram também a expedição de ofício às respectivas Câmaras Municipais para empossar os suplentes no prazo de 10 dias da publicação da decisão. A votação foi unânime.

São eles:

Vereadores
Vice-prefeitos
Júlio Gonçalves de Melo
DEM de Sandovalina
Marcos Antônio Silveira
DEM de Tarumã
Pedro Donizetti de Godoy
PSB de Tuiuti
Saulo Inácio Barreto
PMDB de São Francisco
Robson Donley
PSB de Borá
Ronaldo Rufato
PT de Iacanga
Solange Rodrigues de Araujo Ramos
PV de São Sebastião

A corte paulista entendeu, em todos os casos, que não houve grave discriminação pessoal ou desvio reiterado do programa partidário alegados pelos políticos cassados como justificativa para a desfiliação. As hipóteses previstas na Resolução TSE 22.610/07 elenca apenas quatro possibilidades para a mudança de partido: em caso de fusão ou incorporação por outro, se houver criação de nova agremiação, mudança substancial ou desvio do programa partidário, ou ainda se ocorrer grave discriminação pessoal do mandatário.

De cada decisão, cabe recurso ao TSE.

A visão de Alckmin e Haddad sobre o casamento civil gay

Por Gunter Zibell – SP

Precisamos repensar esse conceito que direita em questões econômicas é sempre carola e que centro-esquerda é sempre progressita. Às vezes é o contrário, pelo menos para “opinião publicada”. Alckmin parece mais favorável ao Casamento Gay que Haddad:

(Trechos de entrevistas recentes dadas ao mesmo veículo, blog MixBrasil. Importante notar que a declaração de Alckmin é anterior às famosas declarações de Obama e Hollande. A entrevista com Haddad foi posterior, e nem assim se consegue obter dele uma manifestação explícita a favor do Casamento Gay. Russomano também foi entrevistado durante a parada deste ano e se declarou contrário. Não sei de Serra ou Chalita.)

http://mixbrasil.com.br/pride/politica/eu-sou-a-favor-do-casamento-gay-afirma-geraldo-alckmin-ao-mix.html#rmcl

O deputado federal Jean Wyllys (PSol-RJ) tem uma proposta sobre o casamento civil igualitário no Brasil. Qual a opinião do senhor sobre o casamento civil?
Eu sou favorável. Primeiro que a lei estadual que nós promulgamos em 2001 (Lei 10.948) que ela seja federal, que ela possa ir para o Brasil inteiro para não se tolerar homofobia, não se tolerar discriminação, não se tolerar injustiça. A injustiça cometida contra uma pessoa é uma ameaça a toda a sociedade. Não pode ser tolerada. E sou favorável aos direitos civis, os direitos civis são importantes. É uma tradição da legislação brasileira.

http://mixbrasil.com.br/pride/em-encontro-lgbt-haddad-evita-tomar-posicoes-polemicas.html#rmcl

Nas últimas semanas tivemos o presidente Obama se declarando um defensor dos direitos LGBT. A comunidade gay paulistana quer ouvir de um candidato o mesmo posicionamento. O senhor quer se posicionar como esse defensor?
Nós devemos fugir de uma falsa contradição que está opondo grupos sociais que poderiam se compreender, que desejam a mesma coisa, ou seja, que as pessoas tenham seus direitos assegurados e vivam em paz, com segurança, inclusive do ponto de vista da integridade física, o que vale para a comunidade LGBT. Essa contradição é expressa numa falsidade como não fosse compatível a liberdade religiosa com a defesa dos direitos civis.