Jornalista denuncia “a jogada da Copa”

 

247 – Setores conservadores da sociedade brasileira, descrentes de sua capacidade de chegar ao poder pelas vias convencionais, teriam um plano: promover a “aventura catastrofista” da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. A tese é levantada pelo jornalista Gabriel Priolli, um dos mais consagrados profissionais da televisão brasileira.

“Dias atrás, na primeira vez em que externei essa preocupação, recebi o previsível fogo de barragem. Disseram que é paranóia minha, exagero. Que as convicções democráticas da oposição e de sua mídia são inquestionáveis. E que a eleição transcorrerá dentro das regras, sem tentativas de tapetão”, disse ele. “Será mesmo? O pré-golpe de 1964, em que muitos não acreditavam que a legalidade fosse demolida, talvez nos ensine melhor sobre os métodos do conservadorismo para tomar o poder”.

Coincidência ou não, a edição da Folha deste domingo destaca uma coluna com o mote “Não vai ter Copa”, dos que pretendem tumultuar o País durante o Mundial de 2014 (leia mais aqui). Um repeteco de junho de 2013 em 2014, durante os jogos, parece ser a esperança de setores da sociedade para promover uma mudança na agenda política do País.

Abaixo, o texto de Gabriel Priolli:

A Jogada da Copa

Por Gabriel Priolli, do blog A Priolli

Seis meses depois dos protestos que tomaram inúmeras cidades brasileiras, decantadas as insatisfações apresentadas pelos manifestantes e as múltiplas soluções aventadas por todos os atores políticos para a estranha crise que se formou, temos um quadro bem claro. A maioria da população quer mudanças no país, mas prefere que elas sejam conduzidas por Dilma e não pela oposição. A presidenta lidera em todas as sondagens de intenção de voto.

Falta muito tempo até as eleições, certamente, e já assistimos a oscilações espetaculares de intenção de voto nos pleitos anteriores, inclusive candidaturas que “atropelaram” na reta final e venceram. Tudo pode acontecer, portanto, até que se proclamem os resultados. Mas, até segunda ordem, quem lidera é Dilma. A soma dos votos de seus adversários não supera os votos da candidata governista e tudo indica que a eleição será definida já no primeiro turno.

Sim, mas há um outro roteiro possível para este ano. Nele, as massas sairiam novamente às ruas em junho, em plena Copa do Mundo, e causariam tal transtorno à competição que seria impossível ignorá-las. A mídia mundial distribuiria a todo o globo imagens de multidões pedindo reformas, de black blocs destruindo seus alvos habituais e das polícias reprimindo com a cortesia conhecida.

As cenas passariam a impressão de um país sem governo e de um governo sem legitimidade – impressões absolutamente falsas. Mas o que é mesmo a verdade, nessas coisas da mídia e da enunciação de seus conteúdos?

Um governo “ilegítimo”, pressionado externamente, ficaria acuado também pelos adversários internos. Estes amplificariam ao máximo possível os protestos e tentariam conduzir a sua pauta, exatamente como fizeram em 2013. Para criar um clima de megacrise, que nenhum ponto de contato tem com o real. Mas o que é exatamente o real, quando se tem o controle do que a mídia diz sobre ele?

Quem sabe se, em meio ao eventual fiasco da Copa – corre-corre e pancadaria nas imediações dos estádios, os inevitáveis problemas organizativos amplificados ao extremo, as queixas e angústias dos turistas constrangidos pelo clima de guerra política no Brasil e, prêmio final, uma boa derrota da seleção nacional -, os eleitores não embarquem na ideia de jogar toda a culpa em Dilma? Quem sabe não escolham na urna uma alternativa de oposição?

Acumulam-se as evidências de que setores conservadores, descrentes de sua capacidade de sedução do eleitorado pelas vias convencionais, cogitam se lançar na aventura catastrofista da Copa. Pretendem que o maior evento já realizado no país fracasse espetacularmente, para o máximo constrangimento e desgaste do governo atual. Acham que colherão os louros dessa ação de lesa-pátria.

É simplesmente doentia a ideia de que, para conquistar o poder de “consertar” o país, alguém considere aceitável que a nossa imagem internacional seja destruída. Que o Brasil seja penalizado por décadas, pela “incapacidade” de realizar grandes eventos internacionais. E que isso aconteça fundamentado em mentira e manipulação da opinião pública.

Mas, infelizmente, a possibilidade é bastante concreta. Daqui até junho, provavelmente veremos novas convocatórias para que as massas voltem às ruas e façam manifestações “espontâneas”. Assistiremos à incitação explícita de atos destinados à desestabilização do governo. “Não vai ter Copa!”, bradarão outra vez os carbonários – com todas as câmeras e microfones à sua disposição.

Dias atrás, na primeira vez em que externei essa preocupação, recebi o previsível fogo de barragem. Disseram que é paranóia minha, exagero. Que as convicções democráticas da oposição e de sua mídia são inquestionáveis. E que a eleição transcorrerá dentro das regras, sem tentativas de tapetão.

Será mesmo? O pré-golpe de 1964, em que muitos não acreditavam que a legalidade fosse demolida, talvez nos ensine melhor sobre os métodos do conservadorismo para tomar o poder. E sobre como ele é campeão em destruir a democracia, para “salvá-la” da ameaça dos governos populares.

Por que deveríamos confiar agora em quem não foi confiável no passado e segue não sendo?

Por que a campanha “não vai ter Copa” é irresponsável?

Autor: Miguel do Rosário

 

turismo

 

O gráfico acima foi tirado de estudo da Fundação Getúlio Vargas em parceria com a consultoria Ernst & Young, cuja íntegra pode ser lida aqui.

Para me poupar o trabalho de resumir os números apresentados pelo estudo, transcrevo trecho de post de hoje de Eduardo Guimarães, do blog Cidadania, que já fez o serviço:

Estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas em parceria com a renomada empresa de consultoria Ernst & Young para o Ministério do Esporte em 2010 diz coisas muito diferentes das que vêm sendo ditas por esses embrulhões do movimento “Não vai ter Copa”.

Segundo o estudo, a Copa irá gerar R$ 183 bilhões de faturamento em um período de dez anos (de 2010 e até 2019) devido a impactos diretos – investimentos em infraestrutura, turismo, empregos, impostos, consumo – e indiretos – via circulação de todo esse dinheiro no país.

Somente em obras de infraestrutura, os investimentos deverão alcançar R$ 33 bilhões, entre estádios, mobilidade urbana, portos, aeroportos, telecomunicações, energia, segurança, saúde e hotelaria.

No turismo, os números apurados pela consultoria mostram que circularão 600 mil turistas estrangeiros e 3 milhões de turistas nacionais, aumentando em cerca de 50% o faturamento do turismo no país – de cerca de 6 para cerca de 9 bilhões de reais.

Somando empregos para trabalhadores permanentes e temporários, eles devem incrementar o PIB em R$ 47,9 bilhões.

Segundo a consultoria citada, “Os R$ 5 bilhões a serem injetados no consumo pela renda gerada por esses trabalhadores equivalerá a 1,3 ano de venda de geladeiras no Brasil ou 7,2 milhões de aparelhos”.

A expectativa é a de que a Copa crie mais de 700 mil empregos entre permanentes e temporários.

FGV e Ernst & Young ainda afirmaram que devem ser arrecadados “R$ 17 bilhões em impostos, o que representará mais de 30 vezes os R$ 500 milhões em isenções fiscais que serão concedidas à Federação Internacional de Futebol (Fifa) e empresas por ela contratadas para a realização do Mundial”.

Os tributos federais a ser arrecadados com a Copa deverão chegar a R$ 11 bilhões, deixando um saldo positivo de R$ 3,5 bilhões em relação aos investimentos federais na realização do campeonato.

Veja, leitor, o cálculo do faturamento total da Copa, segundo o estudo em tela:

“Os impactos indiretos da Copa na economia do país com a recirculação do dinheiro são calculados pelo estudo em R$ 136 bilhões, até 2019, cinco anos depois da Copa. Um impacto pós-Copa, impossível de dimensionar financeiramente transforma-se em turismo futuro. Além disso, as obras que modernizarão estádios nas 12 cidades-sedes também geram riqueza e impacto no PIB. Este valor, somado aos R$ 47 bilhões dos impactos diretos, leva aos R$ 183 bilhões que o estudo calcula que a Copa vai gerar para o país”.

Então, diante de gastos de cerca de 30 bilhões de reais para realizar a Copa de 2014 no Brasil, haverá um faturamento bruto de 183 bilhões de reais

Publicado originalmente em Tijolaço

Nota à imprensa: esclarecimentos sobre investimentos do governo federal para a Copa do Mundo

A matéria veiculada pelo Portal UOL na manhã deste domingo (23), assinada por Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski, distorce informações, faz relações incorretas e induz o leitor a uma interpretação errada dos fatos. Cabe esclarecer o seguinte:

– Não há um centavo do Orçamento da União direcionado à construção ou reforma das arenas para a Copa.

– Há uma linha de empréstimo, via BNDES, com juros e exigência de todas as garantias bancárias, como qualquer outra modalidade de crédito do banco. O teto do valor do empréstimo, para cada arena, é de R$ 400 milhões, estabelecido em 2009, valor que permanece o mesmo até hoje. O BNDES tem taxas de juros específicas para diversas modalidades de obras e projetos. O financiamento das arenas faz parte de uma dessas modalidades.

– Não houve qualquer aporte de recursos do Orçamento da União nos últimos anos para a Terracap (Companhia Imobiliária de Brasília). Portanto, a matéria do UOL está errada. Não há recurso algum do Orçamento da União para a obra de nenhuma das arena, o que inclui o Estádio Nacional Mané Garrincha.

– Isenções fiscais não podem ser consideradas gastos, porque alavancam geração de empregos e desenvolvimento econômico e social, e são destinadas a diversos setores e projetos. Só as obras com as seis arenas concluídas até agora geraram 24.500 empregos diretos, além de milhares de outros indiretos, principalmente na área da construção civil.

– É importante reforçar que todos os investimentos públicos do Governo Federal para a preparação da Copa 2014 são em obras estruturantes que vão melhorar em muito a vida dos moradores das cidades. São obras de mobilidade urbana, portos, aeroportos, segurança pública, energia, telecomunicações e infraestrutura turística.

– A realização de megaeventos representa para o país uma oportunidade para acelerar investimentos em infraestrutura e serviços, melhorando as cidades e a qualidade de vida da população brasileira. Os investimentos fortalecem a imagem do Brasil, de seus produtos no exterior e incrementa o turismo no país, gerando mais empregos e negócios para o povo brasileiro.

Ministério do Esporte
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

A Copa no Brasil será um sucesso

Apesar do autor expressar uma analise equivocada (propaganda subliminar do neoliberalismo) da crise econômica europeia, imputando suas causas ao exesso de gastos para a garantia do ” Estado de Bem Estar Social “, o que é comprovadamente uma tremenda asneira… apesar dos pesares o texto é bom e merece muito ser lido…

Por Alberto Carlos Almeida | De São Paulo

É interessante ver como pessoas inteligentes afirmam hoje que a Copa do Mundo de 2014 no Brasil será um fracasso. O Brasil é o país do futebol. Como uma Copa do Mundo poderá ser um fracasso no país do futebol? O raciocínio é tão simples quanto óbvio: será que essas pessoas não se deram conta que é impossível que uma Copa do Mundo fracasse justamente no país do futebol?

Há pouco tempo, o secretário- geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jerome Valcke, deu um show de preconceito ao afirmar que o Brasil tinha que levar um chute no traseiro porque não estaria cuidando adequadamente dos preparativos para a Copa. Duvido que Valcke compreenda o Brasil. Exatamente por isso a afirmação foi inteiramente preconceituosa. Bem fez o Senado ao não querer recebê-lo, bem fez o senador Roberto Requião ao afirmar que os senadores não queriam conversar com o “porteiro” da Fifa. É preciso deixar claro para esses europeus preconceituosos que eles precisam compreender a diferença, que precisam entender que nem todos no mundo são europeus, muito menos nós, brasileiros.

Poderíamos também ser preconceituosos contra a Europa. Poderíamos afirmar: vamos dar um chute no traseiro da Europa, para eles aprenderem a não mergulhar em crises econômicas tal qual vivem hoje com, por exemplo, 50% de desemprego entre os jovens espanhóis. Vamos dar um chute no traseiro da Europa para que ela aprenda a não ter governos tão gastadores, com déficits públicos insustentáveis. Poderíamos ainda dar um chute no traseiro da Europa retroativamente, por conta das duas guerras mundiais e pelo extermínio de mais de seis milhões de judeus. Nada disso, não iremos fazer isso porque compreendemos os europeus, sabemos que eles gostam de um Estado de bem-estar-social bastante gastador e ineficiente, entendemos isso perfeitamente. Sabemos que franceses odeiam alemães, que odeiam ingleses, e assim por diante, e sabemos também que esse nacionalismo resultou, no passado, nas piores guerras que o mundo já viu. Entendemos isso perfeitamente, sem preconceitos. Sabemos também que os europeus só se pacificaram depois de muitas limpezas étnicas e que a última de grande magnitude ocorreu outro dia, na década de 1990, liderada por Slobodan Milosevic. Somos compreensivos e nem mesmo isso justifica uma declaração preconceituosa.

É fundamental que a Fifa compreenda o que é o Brasil. Mais do que isso, é preciso que muitos brasileiros que hoje afirmam que nossa Copa será um fracasso também passem a compreender o Brasil pelos parâmetros genuinamente brasileiros. Só assim eles vão perceber que a nossa Copa do Mundo será um grande sucesso.

Vamos fazer um exercício simples, vamos nos transportar para o ano da Copa: 2014. É possível que os enredos de todas as nossas escolas de samba, já em fevereiro, tratem da Copa do Mundo. Um pouco antes do Carnaval, o tema de nossos inúmeros réveillons a beira-mar, nos quais todos se vestem de branco (europeus passam o réveillon vestidos de preto) talvez seja o ano da Copa do Mundo. Carnaval e réveillon temáticos, sobre a Copa, só são possíveis no país do futebol. Também somente no país do futebol todas as empresas que fazem campanhas publicitárias para o consumidor final utilizam a Copa do Mundo como principal gancho de suas propagandas. Isso já está ocorrendo. O Itaú, um de nossos maiores bancos privados, já está com uma enorme campanha publicitária, cujos principais astros são a bola, o futebol e a paixão do brasileiro por ambos. Somente no país do futebol haverá concursos que premiarão, em centenas de cidades, as ruas e casas mais bem decoradas com bandeiras, pinturas e desenhos relacionados ao Brasil.

Toda a nossa mídia vau se concentrar em temas de fato relevantes para milhões de pessoas que vivem e habitam o país do futebol. Por exemplo, haverá no Brasil 32 seleções nacionais com suas inúmeras estrelas. Será preciso mostrar onde elas vão se hospedar. No Rio de Janeiro, feliz será a seleção que ficar em Búzios. Em São Paulo, o município de Itu já se candidatou para ser uma das concentrações. Em Pernambuco, é bem possível que Porto de Galinhas abrigue uma seleção. Em todos os lugares do Brasil, nós, brasileiros, temos lugares encantadores para acolher nossos convidados. Isso é parte do sucesso que será a Copa. Será preciso mostrar as instalações físicas onde ficarão as estrelas, o que os jogadores irão ter como cardápio (vamos adorar se nossos adversários comerem uma feijoada completa antes de nos enfrentarem), em que campo irão treinar etc. Cada deslocamento de cada seleção será televisionado ao vivo.

A Copa ocorrerá em junho. Isso significa que milhares de turistas que estiverem acompanhando os jogos no Nordeste terão a oportunidade de passar a noite de São João em Campina Grande, Caruaru, ou em qualquer outro município anônimo que sedia uma das festas mais populares do Brasil. Isso é parte do sucesso de nossa Copa. Seria muito apropriado apresentar a Valcke tanto o nosso Carnaval quanto nossas festas juninas. Não haverá um turista sequer, que, passando uma noite de São João no Nordeste, em plena Copa do Mundo, deixará de afirmar que se tratou de uma Copa do Mundo de sucesso. Isso os nossos críticos esquecem. Aliás, a grande maioria deles não conhece o São João nordestino.

Vagas em hotéis, também, não serão problema. Nas cidades litorâneas haverá a possibilidade de atracar navios que proverão os quartos adicionais necessários. Tanto no litoral quanto no interior os brasileiros farão um enorme esforço para acolher os visitantes e mostrar que somos um grande povo. Por isso as famílias vão alugar quartos em suas residências, tal como já vai acontecer agora na Rio + 20. Os turistas vão adorar ficar nas casas das famílias brasileiras. Muitos deles irão se apaixonar por nossas lindas mulheres (muito mais bonitas do que as europeias) e se tornarão tema das principais matérias de televisão que insistirem em não transmitir os melhores gols, o dia a dia das estrelas, as jogadas impossíveis etc. A propósito, nada mais agradável e útil será para um espanhol, em 2014, do que casar com uma brasileira: além de uma mulher bonita, ele provavelmente conseguirá seu primeiro emprego.

Todas as lojas, shoppings, restaurantes, botecos, casas comerciais estarão enfeitadas com as bandeiras dos países participantes. O estabelecimento comercial que não tem TV, até agora, passará a ter já em 2013 na Copa das Confederações. Os turistas aproveitarão os intervalos entre um jogo e outro para visitar a Rocinha, Foz do Iguaçu, Chapada Diamantina, Pomerode, Florianópolis, o Pelourinho, Recife Antigo, o Pantanal e um sem-número de atrações não europeias que temos por aqui. Os aeroportos funcionarão 24 horas por dia e os horários de voos serão alterados. Será ponto facultativo nos municípios que sediarem os jogos. Mesmo assim, o nosso PIB continuará maior do que o britânico e provavelmente ultrapassará o francês. Nós, brasileiros, somos flexíveis, muito mais do que os europeus: se não der para resolver com o plano A, ficamos satisfeitos com o plano B e até mesmo com o C.

Os europeus não são flexíveis, são extremamente rígidos. Por isso fizeram revoluções sangrentas e entraram em guerras bárbaras e por isso Valcke quis dar um chute no nosso traseiro (ele não faz ideia sobre o quão importante o traseiro é para todos aqui nos trópicos). Por isso acreditaram (e acreditam) em doutrinas. Nada disso acontece por aqui. Lula fez um superávit primário maior do que Fernando Henrique. Jamais a esquerda europeia foi tão pragmática. Isso não ocorre somente junto a nossa elite política, isso é generalizado, é algo de toda a sociedade.

Brasil é Brasil, Alemanha é Alemanha. Jamais teremos um evento com organização germânica. Jamais a Alemanha fez um evento com o acolhimento, a simpatia e a vibração brasileiras. Não se pode exigir as mesmas coisas de países diferentes e nem por isso um fará eventos de sucesso e outro fracassará. Em qualquer Copa do Mundo, todos os brasileiros param de trabalhar no momento em que o Brasil joga. Não é assim na Alemanha e é justamente isso, essa paixão de nossa sociedade pelo futebol, que assegurará o sucesso de nossa Copa do Mundo.

Estive na África do Sul com minha mulher e os dois filhos mais velhos. Não tenho más recordações. Foi bom ver até mesmo a seleção de Dunga. Fizemos um safári, visitamos o Museu do Apartheid, fomos ao Cabo da Boa Esperança e a Table Mountain, visitamos Soweto e conhecemos a casa onde Nelson Mandela morou. Voltaríamos lá hoje, mesmo sem a justificativa de um grande evento. Tudo isso é parte do sucesso da Copa na África do Sul.

Quem acha que a nossa Copa será um fracasso está olhando para uma suposta falha do Estado, do governo. Quem sabe que será um sucesso está olhando para a sociedade. No Brasil, é a sociedade que ama o futebol: por isso vai assegurar que jamais um evento relacionado ao esporte bretão fracasse. Acordem, críticos. Acorde, Fifa. A nossa Copa será um enorme sucesso. Respeitem-nos: isso aqui é Brasil. Somos o país do futebol tal como confirmam nossos cinco títulos mundiais e um sem-número de conquistas. Quanto ao nosso traseiro, Valcke deveria ter conhecido há tempo as nossas dançarinas do “É o Tchan” e tantas outras mulheres que devem parte de seu sucesso e ascensão social ao bumbum. Isso só ocorre em uma sociedade que, de fato, leva o traseiro a sério.

Alberto Carlos Almeida, sociólogo e professor universitário, é autor de “A Cabeça do Brasileiro” e “O Dedo na Ferida: Menos Imposto. Mais Consumo”. E-mail: alberto.almeida@institutoanalise.com www.twitter.com/albertocalmeida

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Governo de SP pede que Ministério do Esporte retire obra do monotrilho de plano oficial da Copa

Aiuri Rebello
Do UOL, em São Paulo

  • Renato S. Cerqueira/Futura Press

    21.mai.2012 - Obras do monotrilho na Avenida Jornalista Roberto Marinho, em São Paulo21.mai.2012 – Obras do monotrilho na Avenida Jornalista Roberto Marinho, em São Paulo

O governo do Estado de São Paulo pediu em ofício enviado ao ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, e à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que as obras da Linha 17-Ouro do Metrô de São Paulo fossem retiradas da Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo, documento firmado por União, Estados e cidades-sede que traz as obras que devem ser executadas para o torneio de 2014. A Linha 17-Ouro é um monotrilho que fará a ligação entre o aeroporto de Congonhas e a rede de trens metropolitanos da capital paulista.

O ofício foi enviado no início de novembro e partiu do gabinete do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O pedido será analisado pelo Gecopa  (Grupo Executivo da Copa), que coordena as ações governamentais para o Mundial, e deve ser aprovado. Com a retirada das obras do monotrilho da Matriz, o governo paulista perderá R$ 1,082 bilhão em recursos federais de uma linha especial de financiamento da Caixa Econômica Federal criada exclusivamente para financiar obras de mobilidade urbana para a Copa. A obra tem custo total estimado em R$ 3,1bilhões.

O pedido de retirada da Matriz é uma manobra para que a obra não fique sem financiamento da União. A Matriz de Responsabilidades prevê que apenas recebam os recursos da Caixa obras prontas até o início do mundial. Com a retirada da Matriz, o governo paulista pode pedir outra linha de financiamento ao Ministério do Planejamento. De acordo com a pasta, a obra, assim que retirada da Matriz oficialmente, pode ser financiada com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade.

 

Moradores vivem entre escombros em favela de SP

Foto 15 de 19 – Crianças de 200 famílias das favelas Buraco Quente e Comando, na zona sul de São Paulo, convivem com escombros de casas desapropriadas Mais Leandro Moraes/UOL

No dia 22, o UOL Esporte noticiou que o governo havia admitido que a obra, a única sob responsabilidade do governo paulista para a Copa 2014, não ficaria pronta a tempo do mundial. A linha Linha 17-Ouro terá 17,7 quilômetros de extensão e 18 estações. Haverá conexões com as linhas 1-Azul (Estação Jabaquara), 4-Amarela (Estação São Paulo-Morumbi) e 5-Lilás (Estação Água Espraiada), bem como com a Linha 9-Esmeralda da CPTM (Estação Morumbi).

Sucessão de atrasos

O governo do Estado assumiu a responsabilidade de entregar a obra até a Copa em janeiro de 2010, quando a Matriz foi assinada. Em julho de 2011, a previsão passou a ser entregar dois terços da obra até meados de 2014. Já em novembro do ano passado, conforme também revelou o UOL Esporteo Estado passou a dizer que, a tempo para a Copa do Mundo, apenas pouco mais de um terço da linha, ou 7,7 quilômetros dos 17,7 quilômetros previstos, estariam prontos.

No dia 7 deste mês, em visita ao canteiro de obras, o governador Geraldo Alckmin admitiu que a obra não ficaria pronta a tempo.  “A obra será entregue no segundo semestre. Não é uma obra para a Copa do Mundo, mas para a cidade”, justificou o governador.

Datas e Versões I

Com a mudança do estádio da zona sul para a zona leste, o trecho estratégico da Linha 17 para a Copa do Mundo passou a ser a ligação do Aeroporto de Congonhas com a rede metroferroviária, passando por uma importante zona hoteleira. Este trecho estará pronto até a Copa

Nota do governo de SP, em 16.nov.2011

Idas e vindas

Em nota, a Secretaria de Transportes Metropolitanos afirma que a obra foi retirada da Matriz “porque os jogos deste torneio de futebol na capital paulista acontecerão no estádio que está em construção no bairro de Itaquera, zona leste da cidade — e não mais no Morumbi, como cogitado inicialmente”.

 

Datas e Versões II

Ainda que todos os esforços estejam sendo realizados para que a Linha 17-Ouro possa iniciar sua operação antes da Copa do Mundo, não é uma obra necessária para que o evento ocorra

Nota do governo de SP, em 27.nov.2012

“Ainda que todos os esforços estejam sendo realizados para que a Linha 17-Ouro possa iniciar sua operação antes da Copa do Mundo, não é uma obra necessária para que o evento ocorra”, afirma a pasta dos transportes. O governo de São Paulo afirma ainda que, em conjunto com a Prefeitura, investirá R$ 500 milhões em obras viárias no entorno do estádio do Corinthians para facilitar também o acesso de carro e ônibus.

No dia 16 de novembro de 2011 o governo do Estado, em nota ao UOL Esporte, afirmou que com a mudança do estádio da zona sul para a zona leste, o trecho estratégico da Linha 17 para a Copa do Mundo passou a ser a ligação do Aeroporto de Congonhas com a rede metroferroviária, passando por uma importante zona hoteleira.  Este trecho estará pronto até a Copa“.

E completou: “o cronograma atualizado prevê que apenas o primeiro trecho será entregue antes da Copa: serão oito estações entre Congonhas e a Estação Morumbi da CPTM, totalizando 7 km. Este trecho terá custo de R$ 1,881 bilhão. O financiamento da Caixa será utilizado neste primeiro trecho, com contrapartida do governo estadual de R$ 799 milhões. Os demais 10,7 km serão executados sem o financiamento federal. O contrato foi assinado em 30 de julho. O metrô aguarda apenas a licença de instalação para dar início às obras”.

Atrasos se espalham por cidades-sede

  • Governo Alckmin retira monotrilho da capital de Matriz da Copa. A previsão de entrega do primeiro trecho agora é para o 2º semestre de 2014

Planejamento falho

No dia 18, o UOL Esporte revelou que as duas obras de mobilidade urbana em Manaus, uma das 12 cidades-sede do mundial, também seriam retiradas da Matriz, pois não ficariam prontas a tempo da Copa. As obras têm custo estimado em R$ 1,3 bilhão e ainda não saíram do papel. De acordo com o Ministério dos Esportes, o pedido ainda não foi oficializado ao Gecopa.

No dia 28 de setembro, o governo federal confirmou que o a construção do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Brasília, outra das cidades-sede, havia sido retirado da Matriz a pedido do governo do Distrito Federal, já que também não ficaria pronto para o mundial. O VLT ligaria o aeroporto da capital ao Terminal da Asa Sul.

A obra, que tinha previsão de entrega para janeiro de 2014, não tem nova data para terminar. Do custo estimado de R$ 276,9 milhões, a obra teria um financiamento de R$ 263 milhões da Caixa. Agora, os recursos irão sair do PAC Mobilidade, de acordo com o Ministério do Planejamento.

Também foi retirado do documento o Corredor Expresso Norte-Sul em Fortaleza, um dos sete projetos da área de transporte urbano da cidade previstos inicialmente para o Mundial. A construção de corredores de ônibus BRT (Bus Rapid Transport) em Salvador também foi excluída do planejamento para a Copa. Até agora, cinco projetos de mobilidade urbana previstos em 2010 não ficarão prontos até o início do mundial. Ao todo, 46 projetos nessa área ainda estão previstos para serem entregues até a Copa de 2014.

Obras para a Copa de 2014

Foto 1 de 200 – Gramado do Castelão (CE) é plantado no dia 19 de novembro de 2012 Divulgação

Sem ceder a pressões, Dilma tem ônus e bônus

Sem ceder a pressões, Dilma tem ônus e bônus Foto: Pedro Ladeira/Folhapress_José Cruz/Agência Brasil

Presidente sofreu duas derrotas na Câmara, teve ministros chamados a se explicar no Congresso e conquistou mais ameaças da base aliada em menos de 24 horas; por outro lado, amplia cada vez mais sua aprovação popular; até quando ela conseguirá peitar a “política tradicional”?

22 de Março de 2012 às 10:52

247 – O Palácio do Planalto recebeu hoje com satisfação a divulgação de uma pesquisa de opinão que indica que a presidente Dilma Rousseff não só conseguiu manter sua popularidade, como teria aumentado a aprovação popular. Para analistas do governo, esse resultado é visto como uma aprovação ao enfrentamento que Dilma vem travando com aliados nas últimas semanas.

Mas na prática, a coragem da presidente em desmontar oligarquias no Senado, resistir às pressões da base aliada e quebrar a linha de influência de Lula não é tão positiva assim.

A prova disso foi resultado de ontem para o governo. Em menos de 24 horas, Dilma sofreu duas derrotas na Câmara, teve ministros chamados a se explicar no Congresso e conquistou mais inimigos na base aliada.

O maior revés foi o adiamento da votação da Lei Geral da Copa, comandado por seu principal aliado, o PMDB. A medida, que já contava com a resistência das bancadas da saúde e dos evangélicos – que não querem álcool nos estádios, ganhou um novo adversário. A bancada ruralista, que reúne 230 (de 513) deputados, se negou a votar o projeto antes que o Código Florestal entrasse em pauta.

Além disso, a presidente perdeu o poder de determinar a demarcação de terras indígenas, o reconhecimento de terras quilombolas e a definição de áreas de preservação ambiental para o Congresso Nacional. O PT até tentou suspender a votação, mas foi derrotado por 38 votos a 2.

Se não bastasse as derrotas, Dilma viu três de seus ministros serem chamados para a berlinda. A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, os deputados aprovaram a convocação da ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Oficialmente, ela foi chamada para explicar as consequências da suspensão de concursos públicos federais, mas deputados da oposição querem aproveitar a audiência para questionar sobre obras do Programa de Aceleração do Crescimento.

No mesmo dia, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou a audiência pública com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A oposição pretende questioná-lo sobre as denúncias que resultaram na demissão de Luiz Felipe Denucci da presidência da Casa da Moeda – a Casa Civil e o PTB teriam avisado Mantega de que Denucci havia aberto offshores em paraísos fiscais cinco meses antes de sua demissão.

Ana Hollanda também está na mira das investigações da Câmara. Ela foi alvo de um manifesto de artistas, encabeçados pela atriz Fernanda Montenegro, questionando o relacionamento da Cultura com o Ecad. O ex-ministro da pasta Juca Ferreira, aproveitou o momento para criticar sua substituta. “Para a minha surpresa, em um Governo de continuidade com essas características, o Ministério da Cultura teve uma postura de ruptura”, disse. “Não foi nem de colocar algo no lugar. Na verdade, foi de desconstruir o que foi feito nos oito anos do governo Lula. Em muitas partes do mundo, tomam como referência o que fizemos. Então essa desconstrução não se justifica, não aponta um avanço. Pelo contrário.”

Resta a saber até quando Dilma conseguirá levar adiante esse novo jeito de governar. Depois do PMDB e do PR, agora PTB e PSC se declararam insatisfeitos com o espaço que tem no governo e ameaçam ir para a oposição. A movimentação do PTB e do PSC é interpretada por interlocutores do governo como uma resposta à decisão de Dilma de manter o PDT no Ministério do Trabalho, a presidente deve indicar nesta semana o deputado Brizola Neto (PDT – RJ) para o cargo.

Os dois partidos, que juntos somam 38 deputados (21 do PTB e 17 do PSC), participaram da obstrução da votação Lei Geral da Copa e prometeram tentar obstruir qualquer votação no plenário da Câmara até que seja pautado ou acordada nova data de votação do Código Florestal

Mas se a grana é do BNDES… prá que privatizar, mesmo ?

Vencedores de leilão de aeroportos usarão recursos do BNDES

MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO

Os consórcios que venceram nesta segunda-feira o leilão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília confirmaram que irão utilizar recursos do BNDES para financiar o negócio. Os três grupos vencedores vão pagar R$ 24,5 bilhões pela concessão.

Governo concede aeroportos por R$ 24,5 bilhões
Tarifas em aeroportos leiloados serão controladas, diz Anac
Especialista aponta riscos no leilão de aeroportos; ouça

“Seguramente iremos buscar, na primeira etapa [que vai até 2014], dinheiro do BNDES. O BNDES já disponibilizou os recursos e não tem porque não utilizá-los”, afirmou o presidente da Triunfo Participações, Carlo Botarelli, do consórcio Aeroportos Brasil, que levou Viracopos por R$ 3,8 bilhões.

O apoio do BNDES está limitado a 80% do investimento total e 90% dos itens financiáveis, de acordo com suas políticas operacionais. O banco aprovou as condições em janeiro.

Os aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e Brasília terão prazo de 15 anos. O aeroporto de Campinas terá financiamento de 20 anos.

“Qualquer grupo que ganhasse essas concessões seria financiado pelo BNDES, talvez a única fonte de recursos de longo prazo que opera infraestrutura, indústria e comércio”, afirmou o ministro Wagner Bittencourt (Secretaria de Aviação Civil).

Gustavo Rocha, presidente da Invepar, do consórcio que ficou com Guarulhos por R$ 16,2 bilhões, também confirmou o uso do crédito. “Temos um desafio muito grande porque Guarulhos será a principal porta de entrada no Brasil. Temos que ter muito foco para entregar o terminal a tempo da Copa do Mundo”, disse.

DEBÊNTURES

Rocha acrescentou que poderá utilizar também debêntures (títulos privados) de infraestrutura. Esse instrumento, recentemente anunciado, oferece benefícios fiscais para financiar investimentos.

O novo mecanismo de captação de dinheiro garante redução de impostos e estimula os investimentos privados.

“Acho que será uma opção importante para financiar a infraestrutura no longo prazo. Se for interessante para a gente, com certeza vamos usar. Talvez nessa primeira fase (até 2014), dado que a gente tem um prazo até 2014, a gente vá para os recursos do BNDES. Mas com certeza, no médio prazo, vamos olhar a oportunidade das debêntures”, disse Gustavo Rocha.

Os outros consórcios vencedores disseram que irão avaliar a opção de debêntures.

 

Dilma tenta impedir Teixeira de negar credenciais para inimigos

Ricardo Teixeira (direita)

Blog do Perrone

Com colaboração de Thales Calipo

O temor de que Ricardo Teixeira negue credenciais do Mundial a seus inimigos, como a Record, fez o Governo Federal endurecer a discussão com a Fifa sobre a Lei Geral da Copa, recém-assinada. O impasse retardou a assinatura.

O governo exige que a Fifa defina regras claras para o credenciamento, o que dificultaria as retaliações. Dilma Rousseff quer que a entidade estabeleça critérios objetivos para determinar quem ganha ou não credencial. A federação explicou que ela sempre teve autonomia para dizer se aceita um pedido de credenciamento sem dar maiores explicações. E não seria diferente no Brasil.

O blog não teve acesso à redação final do documento, porém, dois dias antes da assinatura, prevalecia a vontade da presidente. A base governista no Congresso Nacional, que vai examinar a lei, será orientada para tentar impedir a bancada da bola de deixar a lei ao gosto do presidente da CBF e do COL.

Dilma e seu estafe se inspiraram na famosa entrevista de Teixeira para a revista Piauí. O cartola falou que poderia fazer a maldade que quisesse na Copa e usou as credenciais como exemplo.

Leia mais em: O Esquerdopata: Dilma tenta impedir Teixeira de negar credenciais para inimigos
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Com obras atrasadas e insuficientes, aeroportos são o maior gargalo estrutural a mil dias da Copa

Até as projeções mais otimistas preveem sobrecarga nos aeroportos na Copa de 2014Até as projeções mais otimistas preveem sobrecarga nos aeroportos na Copa de 2014

Vinícius Segalla
Em São Paulo

No dia 30 de outubro de 2007, quando o Brasil foi oficialmente escolhido para organizar a Copa do Mundo de 2014, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil estaria, desde aquele momento até 2014, se preparando “para realizar uma das maiores Copas do Mundo da história”. Na mesma semana, o então presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, pedia demissão, na esteira da crise do “Apagão Aéreo”, quando caos e filas em terminais, atrasos em massa e acidentes aéreos fatais faziam o país notar a urgência de se investir na ampliação e modernização de sua estrutura aeroportuária.

EM OBRAS DESDE 1995

  • DivulgaçãoO aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal (RN), está em obras desde 1995. Seu prazo de entrega é outubro de 2014, dois meses após o fim da Copa do Mundo LEIA MAIS

Quase quatro anos depois, quando a preparação do Brasil para receber a Copa, a mil dias da abertura do evento, vai ganhando ritmo, com as obras dos 12 estádios que receberão os jogos em pleno andamento, os aeroportos continuam sendo o principal gargalo estrutural do país.

Há obras que não saíram do papel, há outras que não ficarão prontas a tempo e há, ainda, aquelas que, mesmo sendo entregues antes de 2014, não serão suficientes para atender a demanda de aeronaves e passageiros. Se há um fator que preocupa as autoridades que organizam a Copa, chama-se aeroportos.

No último dia 14, o governo brasileiro lançou um balanço da preparação do país para a Copa, onde se lê: cinco dos 13 aeroportos das cidades-sedes para o Mundial ainda não iniciaram as obras. Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Recife e Salvador são as cidades que ainda não tiraram do papel as obras nos aeroportos. No aeroporto de Guarulhos (SP), uma obra contratada em regime de emergência é alvo de questionamento pelo Ministério Público na Justiça Federal, e a batalha de liminares que se anuncia já paralisou a obra por três dias.

A situação é tão preocupante que o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado ao governo federal, divulgou um estudo que mostra, baseado em dados técnicos, que dez dos 13 aeroportos que estão recebendo investimentos podem não ser completamente finalizados para a Copa de 2014. Carlos Campos, coordenador de infraestrutura econômica do órgão, ressalta que os atrasos poderão ocorrer caso sejam mantidos os prazos médios para cumprimento das etapas de expansão.

Não é tarefa fácil. O próprio pesquisador afirma que o tempo médio de duração das intervenções em aeroportos, do projeto básico ao acabamento, é de sete anos e meio. São 12 meses de elaboração de projeto, nada menos que 38 meses para obtenção das licenças ambientais, mais seis meses em processos de licitação e outros 36 meses efetivamente trabalhando nas obras. Na fase de elaboração de projetos, encontram-se os terminais de Cuiabá (MT), Curitiba (PR) e Salvador (BA).

Já as obras no aeroporto de Manaus, por exemplo, cujo prazo de conclusão é dezembro de 2013, ainda estavam na etapa de projetos em 2010. Se tudo ocorrer dentro dos prazos médios observados no Brasil, as obras só ficarão prontas daqui a sete anos, em 2017, destaca a análise do Ipea.

O PLANO DE EXPANSÃO DOS AEROPORTOS

Cidade Capacidade em 2010* Capacidade em 2014* Variação (em %)
Manaus (AM) 2,3 5 100
Fortaleza (CE) 3 6 100
Brasília (DF) 10 18 80
Guarulhos (SP) 20,5 35 70,7
Salvador (BA) 10,5 10,5 0
Campinas (SP) 3,5 11 214,3
Cuiabá (MT) 1,6 2,8 75
Confins (MG) 5 8,5 70
Porto Alegre (RS) 4 8 100
Curtiba (PR) 6 8 33,3
Galeão (RJ) 18 26 44,4
Natal (RN) 1,9 1,9 0
Recife (PE) 8 8 0
Total 94,5 148,7 57,4
  • * Em milhões de passageiros por ano
  • Fontes: Infraero e Ipea

Investimentos crescem, mas obras não andam

O estudo do Ipea também destaca que a demanda no setor aéreo aumentou, em média, 10,2% ao ano no período de 2003 a 2010. Somente no biênio 2009-2010, a demanda cresceu 20,4%, subindo de 128 milhões de passageiros, em 2009, para 154 milhões em 2010. A projeção aponta um movimento em 2014 de 225,9 milhões de passageiros.

“Mesmo na ausência da Copa do Mundo, o Brasil precisaria investir muitos bilhões de reais apenas para atender ao atual ritmo de crescimento da economia e dos investimentos”, aponta Campos.

Visando a Copa, o governo federal assegurou à Infraero (estatal federal que admistra os aeroportos do país) R$ 5,6 bilhões para investir em 13 aeroportos de 2011 a 2014. Isso representa R$ 1,4 bilhão ao ano, um valor bem maior do que a média anual investida de 2003 a 2009 (R$ 430,3 milhões) e em 2010 (R$ 645,6 milhões).

Não será suficiente. Mesmo que fosse possível concluir os investimentos nos terminais de passageiros nos prazos previstos pela Infraero, a situação dos 13 aeroportos das cidades-sede da Copa de 2014 continuaria de sobrecarga. Quando se confronta a estimativa de crescimento da demanda (movimentação de passageiros) com as novas capacidades previstas para os terminais de passageiros, nota-se que, em 2014, dez estariam operando em situação crítica (acima de 100% da capacidade nominal).

Para agravar ainda mais o quadro, os recursos, ainda que disponíveis, não têm o condão de acelar o andamento das obras ao nível que os prazos exigem. De 2011 a 2014, a execução dos programas de investimentos em aeroportos realizou apenas 44% dos recursos previstos. Para o Ipea, “isso aponta para a necessidade de inadiável aprimoramento na gestão empresarial da Infraero”. Para o Brasil, quem quer que seja o culpado, o quadro atual aponta para a possibilidade de viver um caos aéreo em plena Copa do Mundo. Ainda é tempo de mudar.

Veja como estão as obras nos estádios

Foto 1 de 149 – Operários em greve protestam nos arredores do estádio Maracanã CELSO PUPO/FOTOARENA/AE

“Temos de estar preparados para tudo. Até ataque terrorista”

Médico do Samu especialista em grandes eventos conta como os serviços de emergência estão se preparando para a Copa

Fernanda Aranda, iG São Paulo

 

Foto: Edu Cesar/Fotoarena

Claus Zeefried, diretor do Samu, conta como vai se preparar para a Copa

Claus Zeefried nunca trabalhou em uma Copa do Mundo, mas foi o cérebro por trás da organização de serviços de socorro médico da cidade de São Paulo em inúmeras finais de campeonatos nacionais, corridas da Fórmula 1 e eventos de massa como a Parada Gay e o Réveillon da Avenida Paulista.

Veja também: Saúde estuda recomendar novas vacinas aos turistas da Copa 2014

 

Em entrevista ao iG Saúde, o diretor de divisão de pesquisa e modernização do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) paulistano conta como a sua equipe se prepara para, literalmente, entrar em campo na Copa de 2014.

iG Saúde: Como os serviços de socorro médico precisam se organizar para a Copa de 2014?

Claus Zeefried: Temos de estar preparados para tudo que acontece dentro de fora dos estádios. Desde o atendimento a um atleta que passa mal em campo até um ataque terrorista. Existem protocolos internacionais de atendimento e atuação para todas essas hipóteses e conhecemos eles. A preparação é para saber atuar em situações que nós esperamos que não aconteçam. Isso, claro, sem descuidar da rotina normal da cidade. Na hora das partidas entre as seleções, os motoqueiros vão continuar caindo no trânsito, as pessoas vão continuar tendo paradas cardíacas em suas casas e vão precisar do Samu. Por isso, além da nossa rede, também precisaremos do apoio das estruturas particulares de atendimento de urgência e emergência.

iG Saúde: Com sua experiência em eventos internacionais, o senhor consegue projetar quais serão as ocorrências mais prováveis e frequentes do evento?

Claus Zeefried: Imagino que o perfil de atendimento será parecido com o que fazemos na Fórmula 1. Em geral, são pessoas que não falam português, algumas já portadoras de doenças crônicas (como o diabetes) e que esquecem de tomar seus medicamentos de uso contínuo. Também socorremos muitos que abusam de bebida alcoólica e as pessoas que ficam muito tempo em jejum e passam mal. Para um público médio de 40 mil em uma corrida da Fórmula 1, realizamos cerca de 400 atendimentos. Em 97% dos socorros, solucionamos o atendimento no próprio local, sem a necessidade de levar a vítima a um hospital. Mas pode acontecer de tudo. Até mesmo uma mulher entrar em trabalho de parto em plena arquibancada. Nesses eventos as pessoas compram os ingressos com muita antecedência e não querem perder a oportunidade de assistir aos jogos. Quem engravida nesse meio tempo, por exemplo, dificilmente vai desistir de ir ao estádio ver a Seleção jogar.

Confira quais são os grupos para as eliminatórias da Copa do Mundo 2014

Começou às 15h, na Marina da Glória, a solenidade do sorteio dos grupos das eliminatórias para o Mundial de 2014, no Brasil. Os mestres de cerimônia são o jornalista Tadeu Schmidt e a apresentadora Fernanda Lima, ambos da TV Globo. O evento começou com a exibição de um vídeo exaltando as belezas naturais do Rio.

– A Fifa confia no Brasil – declarou o presidente da entidade, Joseph Blatter, em seu discurso de abertura, em inglês, depois de ter feito a saudação às autoridades em bom português.

A presidente Dilma Rousseff enfocou seu rápido discurso nos avanços que o país tem conquistado em diversáas áreas.

– Hoje o Brasil é admirado muito mais do que por seu futebol, sua música e suas festas populares. Vocês todos encontrarão um país muito bem preparado para sediar a Copa do Mundo. Estamos fazendo a nossa parte para que a Copa de 2014 seja a melhor de todos os tempos. Estejam certos de que esse novo Brasil estará pronto para encantar o mundo em 2014. Os que nos derem o privilégio de nos visitar terão a oportunidade de conhecer um povo alegre, generoso, soidário e que sabe receber os outros de maneira calorosa. Sejam bem-vindos ao Brasil – afirmou a presidente.

O primeiro sorteio da tarde foi feito pelo secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke. E definiu os cruzamentos entre os continentes na repescagem: Ásia x América do Sul e Concacaf x Oceania ( clique aqui e leia mais ). Em seguida, subiram ao palco o capitão do pentacampeonato, em 2002, Cafu, e a jovem sensação do futebol brasileiro, Neymar.

– Se tu fizeres o mesmo que contra o Flamengo na quarta-feira, tua vaga está garantida, tá? – brincou a apresentadora Fernanda Lima, dirigindo-se a Neymar, que participou com Cafu, do sorteio dos grupos das eliminatórias da África.

ÁFRICA:

Inicialmente serão 12 duelos mata-mata, em ida e volta. Os vencedores desses confrontos avançam para a segunda fase, onde se juntarão aos outros 28 países da região. As 40 seleções serão divididas em dez grupos de quatro equipes, que se enfrentarão no formato todos contra todos em jogos de ida e volta. Os primeiros colocados dos dez grupos passam para a terceira fase, que terá cinco confrontos mata-mata. Os vencedores se classificam para a Copa de 2014.

mata-mata da primeira fase:

1 – Ilhas Seychelles x Quênia

2 – Guiné Bissau x Togo

3 – Djibuti x Namíbia

4 – Ilhas Maurício x Libéria

5 – Comoros x Moçambique

6 – Guiné Equatorial x Madagascar

7 – Somália x Etiópia

8 – Lesoto x Burundi

9 – Eritreia x Ruanda

10 – Suazilândia x República do Congo

11 – São Tomé e Príncipe x Congo

12 – Chade x Tanzânia

Grupos da segunda fase:

Grupo A: África do Sul, República Centro-Africana, Botsuana e Vencedor 7

Grupo B: Tunísia, Serra Leoa, Cabo Verde e Vencedor 6

Grupo C: Costa do Marfim, Gâmbia, Marrocos e Vencedor 12

Grupo D: Gana, Sudão, Zâmbia e Vencedor 8

Grupo E: Burkina Faso, Níger, Gabão e Vencedor 11

Grupo F: Nigéria, Malaui, Vencedor 1 e Vencedor 3

Grupo G: Egito, Zimbábue, Guiné e Vencedor 5

Grupo H: Argélia, Benin, Mali e Vencedor 9

Grupo I: Camarões, Líbia, Vencedor 2 e Vencedor 10

Grupo J: Senegal, Angola, Uganda e Vencedor 4

 

Em seguida, o ex-craque Zico e Lucas, revelação do São Paulo, sortearam a formação dos grupos da Ásia.

– O equilíbrio hoje é muito grande. Mas o Japão vai estar na Copa, sim – disse Zico, indagado se teria dado sorte ao país, com o qual tem fortes relações pelo trabalho que já realizou lá.

ÁSIA: 

Os primeiros e segundos colocados de cada grupo passarão para a quarta fase, onde serão divididos em dois grupos de cinco seleções.

Na quarta fase, os dois primeiros colocados de cada grupo se classificam para a Copa do Mundo de 2014. Os dois terceiros colocados se enfrentarão em jogos ida e volta, e o vencedor passa à repescagem contra o quinto colocado das Eliminatórias da América do Sul. Quem vencer está na Copa.

– O equilíbrio é muito grande, não existe mais jogo fácil. Enfrentar o quinto da América do Sul vai ser muito difícil, então o jeito é brigar para estar entre os quatro. Mas acredito que o Japão vai estar aqui em 2014, sim – disse Zico, ex-técnico da seleção japonesa.

GRUPOS DA TERCEIRA FASE:

Grupo A – China, Jordânia, Iraque e Cingapura

Grupo B – Coreia do Sul, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Líbano

Grupo C – Japão, Uzbequistão, Síria e Coreia do Norte

Grupo D – Austrália, Arábia Saudita, Omã e Tailândia

Grupo E – Irã, Qatar, Bahrein e Indonésia

 

O sorteio da Concacaf (Américas do Norte, Central e do Caribe) teve as participações do tetracampeão Bebeto e do garoto Lucas Piazon, de 17 anos, já negociado pelo São Paulo com o Chelsea. Antes dele, apresentaram-se no palco a cantora Ana Carolina e o cantor Ivan Lins. E depois o show musical foi dedicado à Bossa Nova, com Daniel Jobim sendo acompanhado, no telão, por imagens de uma gravação histórica de 1967 de um dueto entre o pai dele, o maestro Tom Jobim, e o cantor americano Frank Sinatra.

CONCACAF: 

A segunda fase é formada por seis grupos de quatro seleções. Os vencedores passam à terceira fase, composta por três grupos com quatro seleções.

Os dois primeiros passam para a quarta fase, formando um grupo de seis times. Os três primeiros se classificam direto para a Copa de 2014. O quarto colocado vai para a repescagem contra o vencedor da Oceania.

GRUPOS DA SEGUNDA FASE

Grupo A: El Salvador, Suriname, Ilhas Cayman e República Dominicana

Grupo B: Trinidad e Tobago, Guiana, Barbados e Bermudas

Grupo C: Panamá, Dominica, Nicarágua e Bahamas

Grupo D: Canadá, São Kittis e Nevis, Porto Rico e Santa Lucia

Grupo E: Granada, Guatemala, São Vicente e Granadinas e Belize

Grupo F: Haiti, Antígua e Barbuda, Curaçao e Ilhas Virgens Americanas

GRUPOS DA TERCEIRA FASE

Grupo A: EUA, Jamaica, Vencedor do F e Vencedor do E

Grupo B: México, Costa Rica, Vencedor do B e Vencedor do A

Grupo C: Honduras, Cuba, Vencedor do C e Vencedor do D

Zagallo e o jogador do Vasco Felipe Bastos sortearam as chaves da Oceania.

– A Copa de 50 tinha que dar uma esquecida, porque foi o único país que perdeu (uma final) em casa e está na hora de mostrar o nosso valor e conquistar o hexa. Vamos vencer mesmo, desculpem os que não são brasileiros, mas o Brasil vai ganhar mais uma – disse Zagallo, campeão mundial em 58 e 62 como jogador, em 70 como técnico e em 94 como coordenador.

OCEANIA: 

As quatro seleções mais mal posicionadas no ranking da FIFA disputarão a primeira fase, em um torneio de todos contra todos entre os dias 21 e 26 de novembro. O vencedor desta primeira fase se junta a outras sete seleções para disputar a segunda fase, formada por dois grupos de quatro.

As duas primeiras colocadas de cada grupo avançam para a terceira fase, onde disputam um quadrangular de todos contra todos. O vencedor se classifica para disputar a repescagem contra o quarto colocado das Eliminatórias da América do Norte, Central e Caribe.

PRIMEIRA FASE:

Samoa Americana, Ilhas Cook, Samoa e Tonga

SEGUNDA FASE:

Grupo A: Vanuatu, Nova Caledônia, vencedor da primeira fase e Taiti

Grupo B: Fiji, Nova Zelândia, Ilhas Salomão e Papua Nova Guiné

 

Antes do sorteio dos grupos da Europa, o último, Ivete Sangalo “acelerou” a plateia com alguns de seus hits, acompanhada pela Orquestra Sinfônica de Heliópolis.

O sorteio mais esperado, o da Europa, foi feito pelo jogador do Santos Paulo Henrique Ganso e pelo maior artilheiro das Copas, Ronaldo Fenômeno. As bolinhas indicaram um confronto de gigantes no grupo I: a campeã do mundo Espanha está na mesma chave da França, campeã em 1998.

EUROPA:

As seleções foram divididas em nove grupos – oito com seis times e um com cinco. Os nove vencedores de cada grupo estão classificados para a Copa do Mundo. Os oito melhores segundo colocados disputarão quatro mata-matas, com os vencedores também se classificando para a Copa.

Grupo A: Croácia, Sérvia, Bélgica, Escócia, Macedônia e Gales

Grupo B: Itália, Dinamarca, República Tcheca, Bulgária, Armênia e Malta

Grupo C: Alemanha, Suécia, Irlanda, Áustria, Ilhas Faroe e Cazaquistão

Grupo D: Holanda, Turquia, Hungria, Romênia, Estônia e Andorra

Grupo E: Noruega, Eslovênia, Suíça, Albânia, Chipre e Islândia

Grupo F: Portugal, Rússia, Israel, Irlanda do Norte, Azerbaijão e Luxemburgo

Grupo G: Grécia, Eslováquia, Bósnia-Herzegovina, Lituânia, Letônia e Liechtenstein

Grupo H: Inglaterra, Montenegro, Ucrânia, Polônia, Moldávia e San Marino

Grupo I: Espanha, França, Bielorrússia, Geórgia e Finlândia

 

A tabela de jogos das eliminatórias da América do Sul foi divulgada antes do início da cerimônia. O continente não tem sorteio porque é disputado em sistema de todos contra todos, em turno e returno. Em cada rodada uma seleção ficará de folga, já que são nove disputando o torneio. Na primeira rodada a Venezuela é o time que não joga. Argentina e Uruguai se enfrentam na nona rodada, no Uruguai, e na penúltima rodada, na Argentina. Na rodada final, os dois saem para enfrentar Chile e Bolívia, respectivamente

O Deputado em quem voce votou… o que ele tem feito com seu voto?

Nós acompanhamos de perto o nosso, Paulo Teixeira PT – SP, faça o mesmo, é fácil, veja aqui.

Logo Câmara dos Deputados Boletim Acompanhe seu Deputado
Brasília, sábado, 09 de julho de 2011

Deputado(a): PAULO TEIXEIRA – PT/SP
Período: 25/06/2011 a 08/07/2011
PROJETOS DE LEI E OUTRAS PROPOSIÇÕES APRESENTADAS
Data Proposição
28/06/11 REQ 2260/2011 => PL 4244/2008  Requeiro nos termos do Regimento Interno, artigo 114, parágrafo 7º, combinado com artigo 104, caput, a retirada de tramitação do Projeto de Lei 4.244/08 de minha autoria, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de usinas alcooleiras.
DISCURSOS PROFERIDOS
Data Hora Sumário
28/06/11 17h26 Encaminhamento da votação do Capítulo I do Projeto de Lei de Conversão da Medida Provisória 527 de 2011 (Altera a Lei 10.683 de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, cria a Secretaria de Aviação Civil, altera a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO, cria cargo de Ministro de Estado e cargos em comissão, dispõe sobre a contratação de controladores de tráfego aéreo temporários, cria cargos de Controlador de Tráfego Aéreo), que trata da instituição do Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC, aplicável às licitações e contratos necessários à realização do Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, objeto de DVS. (Ordem do Dia)
28/06/11 20h44 Encaminhamento da votação do art. 9º do Projeto de Lei de Conversão da Medida Provisória 527 de 2011 (Altera a Lei 10.683 de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, cria a Secretaria de Aviação Civil, altera a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO, cria cargo de Ministro de Estado e cargos em comissão, dispõe sobre a contratação de controladores de tráfego aéreo temporários, cria cargos de Controlador de Tráfego Aéreo), que permite a contratação integrada na licitações de obras e serviços de engenharia, no âmbito do Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC, objeto de DVS. (Ordem do Dia)
28/06/11 20h44 Posicionamento favorável do PT ao art. 9º do Projeto de Lei de Conversão da Medida Provisória 527 de 2011 (Altera a Lei 10.683 de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, cria a Secretaria de Aviação Civil, altera a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO, cria cargo de Ministro de Estado e cargos em comissão, dispõe sobre a contratação de controladores de tráfego aéreo temporários, cria cargos de Controlador de Tráfego Aéreo), que permite a contratação integrada na licitações de obras e serviços de engenharia, no âmbito do Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC, objeto de DVS. (Ordem do Dia)
28/06/11 20h44 Posicionamento favorável do PT ao inciso IV, do art. 24-D, da Lei 10.683 de 2003, introduzido pelo art. 1º da Medida Provisória 527 de 2011 (Altera a Lei 10.683 de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, cria a Secretaria de Aviação Civil, altera a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO, cria cargo de Ministro de Estado e cargos em comissão, dispõe sobre a contratação de controladores de tráfego aéreo temporários, cria cargos de Controlador de Tráfego Aéreo), que dá competência à Secretaria de Aviação Civil para elaborar e aprovar planos de outorgas para exploração da infraestrutura aeroportuária, ouvida a Agência Nacional de Aviação Civil, objeto de DVS. (Ordem do Dia)
VOTAÇÕES
Data Proposição Frequência na sessão Voto
28/06/11 MPV Nº 527/2011 – DVS – DEM – CAPÍTULO I DO PLV Sim
28/06/11 MPV Nº 527/2011 – DVS – PSDB – § 3º DO ART. 8º DO PLV Sim
28/06/11 MPV Nº 527/2011 – DVS – PSDB – ART. 9º DO PLV
28/06/11 MPV Nº 527/2011 – DVS – PSDB – EXPRESSÃO “básico e” § 1º DO ART. 9º DO PLV Sim
28/06/11 MPV Nº 527/2011 – DVS – DEM – INC. IV DO ART. 24d DA LEI 10.683/03 (ART. 1º DA MP) Sim
05/07/11 MPV Nº 528/2011 – DVS – PSDB – EMENDA Nº 3
05/07/11 MPV Nº 528/2011 – DVS – DEM – EMENDA Nº 34
NOTÍCIAS VEICULADAS NOS ÓRGÃOS DA CASA
AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS
28/06/11 Para o PT, novas regras vão moralizar licitações para a Copa   Em defesa das novas regras para a licitação de obras das copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014) e das Olimpíadas e Paraolimpíadas (2016), o chama…
29/06/11 Para oposição, regras incentivam fraudes; governo aponta restrição à corrupção   A moralidade nas licitaçõe s das obras da Copa e das Olimpíadas foi o tema central das discussões dos destaques ao projeto de lei de conversão da Medida Provis…
29/06/11 Proposta que tipifica crimes digitais poderá ser votada nesta manhã   Brizza Cavalcante O relator, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), retomou substitutivo aprovado pelo Senado em 2008 e fez modificações. A Comissão de Ciência e Tecno…
29/06/11 Câmara conclui votação de regras para licitação de obras   O plenário concluiu na noite de terça-feira, 28 de junho, a votação da Medida Provisória 527, com regras específicas para licitação de obras re…
29/06/11 Líderes da base pressionam e esperam que governo libere restos a pagar de 2009   O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), ainda acredita em um acordo para convencer o Executivo a prorrogar a validade dos restos a pagar referentes ao Orçamento…
30/06/11 Governo prorroga por três meses a validade dos restos a pagar   O governo volta atrás e dá mais três meses de prazo para a liberação dos chamados restos a pagar do Orçamento de 2009. Até ontem (29/6), a presidenta D…
04/07/11 Deputados apresentam proposta alternativa para punir crimes na internet   Luiz Alves Paulo Teixeira: projeto cria sanções, mas preserva a privacidade do internauta. Um grupo de deputados colocou em consulta pública uma proposta altern…
06/07/11 Desenvolvimento Urbano aprova criação de Serviço de Moradia Social   Pedro França O relator, Leopoldo Meyer, votou favoravelmente à proposta. A Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou nesta quarta-feira a criação …
06/07/11 Oposição critica governo por denúncias de irregularidades em ministério   Ao tomarem conhecimento da saída do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, os líderes da oposição se revezaram em Plenário nesta quarta-feira para critica…
JORNAL DA CÂMARA
29/06/11 SEGURANÇA – Ciência e Tecnologia pode votar hoje proposta sobre crimes na internet  Lara HajeA Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática colocou na pauta de hoje o Projeto de Lei 84/99, que tipifica os crimes cometidos pela internet. A possibilidade de votação da …
05/07/11 COMUNICAÇÕES – Proposta alternativa para punir crimes na internet está em consulta pública  Lara HajeUm grupo de deputados colocou em consulta pública uma proposta alternativa para punir os crimes cometidos pela internet. Já está em análise, no Congresso, há 12 anos, projeto de lei sobre o…
07/07/11 POLÍTICA – Saída de ministro dos Transportes provoca polêmica entre governo e oposição  Marcello Larcher e Vania AlvesA demissão do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, mobilizou os debates ontem em Plenário entre deputados do governo e da oposição. O líder do PSDB, Duarte No…
08/07/11 COMISSÕES – Moradia social  A Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou a criação do Serviço de Moradia Social para famílias de baixa renda, no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS). Pela proposta,…
RÁDIO CÂMARA
29/06/11 15:05 – Vaccarezza acredita em acordo sobre validade dos restos a pagar ao Orçamento 2008 (03’01”)  O líder do governo, Candido Vaccarezza, ainda acredita em um acordo para convencer o Executivo a prorrogar a validade dos restos a pagar referentes ao Orçamento de 2009. Pelo decreto em vigor (Dec…
08/07/11 18:41 – Movimento pela internet livre critica projeto que pune crimes virtuais (3’03”)  Um grupo de deputados colocou em consulta pública uma proposta alternativa para punir os crimes cometidos pela internet. A matéria já é tratada em um projeto de lei, em discussão no Congresso há 12 an…
08/07/11 19:35 – Desenvolvimento Urbano aprova criação de serviço de moradia para famílias de baixa renda (2’54”)  A Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou Serviço de Moradia Social para famílias de baixa renda. O SMS deve funcionar no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e visa garantir…
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Brasil e Estados Unidos formalizam dez acordos, mas deixam de fora alguns polêmicos

Danilo Macedo e Renata Giraldi
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Os governos dos Estados Unidos e do Brasil assinaram hoje (19), no Palácio Itamaraty, dez acordos de cooperação. Os textos envolvem áreas estratégicas que vão desde economia e comércio até ciência e tecnologia. No total, são dez textos em setores como comércio e cooperação econômica; transporte aéreo; uso pacífico do espaço exterior; apoio à organização de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas; pesquisas em biodiversidade; desenvolvimento de biocombustíveis de aviação e cooperação técnica em outros países.

Entre os temas de destaque estão o Tratado Econômico e Comercial (Teca), que estabelece contatos entre os governos nas negociações para acelerar eventuais articulações, e o apoio para a realização de eventos como a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016.

Porém, temas polêmicos, como o fim de vistos para brasileiros que viajam aos Estados Unidos e um acordo previdenciário ficaram para uma próxima etapa de negociações. Nesta fase de articulações, os assessores dos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e Dilma Rousseff não conseguiram consenso nesses temas.

Na área de comércio, foi criada Comissão Brasil-Estados Unidos para Relações Econômicas e Comerciais. O objetivo desse grupo é promover a cooperação econômica e comercial bilateral. A comissão vai desenvolver um programa para facilitar a liberação do comércio e de investimentos bilaterais e examinará temas que estão sempre em pauta entre as duas nações, como direitos de propriedade intelectual.

Na área agropecuária, serão analisadas medidas sanitárias e fitossanitárias, barreiras técnicas ao comércio e a cooperação no Comitê Consultivo Agrícola Brasil Estados Unidos. Os empresários brasileiros se queixam das restrições impostas pelos EUA aos produtos brasileiros. Nos últimos dias, 14 dos 50 estados norte-americanos abriram concessões ao Brasil.

Edição: Juliana Andrade