Na EPTV, MPE denuncia: empresa da Primeira-Dama funciona no escritório político do Prefeito

MP vai investigar ligação de servidor público com empresa de transporte da primeira-dama

Edmar Gonçalves trabalha na secretaria de Infraestrutura e foi assessor técnico do gabinete do prefeito

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O Ministério Público (MP) de Campinas pode chamar, nos próximos dias, para prestar esclarecimentos o funcionário municipal Edmar Gonçalves Nunes. A EPTV confirmou que Nunes trabalha na administração municipal há 4 anos e meio e mora em uma casa registrada na Junta Comercial como escritório da empresa Solução Transporte e Logística Ltda, que pertence à primeira-dama e secretária-chefe de gabinete da prefeitura, Rosely Nassim Jorge Santos.

A casa fica na rua Artur de Freitas Leitão, 755, no bairro Nova Campinas.

A equipe da EPTV esteve no endereço, confirmado pelo MP como residência de Edmar Gonçalves, na tarde desta segunda-feira (25). No local, quem atendeu confirmou que Edmar Gonçalves Nunes mora ali. Também foi dada a informação de que no mesmo local funcionaria a sede do PDT, partido do prefeito. A  EPTV apurou a informação e na verdade constatou que a sede do partido está instalada no mesmo bairro, mas em outro endereço.

Atualmente, Nunes trabalha na secretaria de infraestrutura de Campinas. Ele também já foi assessor técnico do gabinete do prefeito Hélio de Oliveira Santos. De acordo com o Diário Oficial do município, em setembro de 2006, Nunes mudou de função. Em dezembro de 2008, ele foi exonerado, mas 12 dias depois foi recontratado novamente para a mesma secretaria de infraestrutura. A partir dessa data não há novo registro de demissão.

Em uma página de relacionamentos na internet, Edmar Gonçalves Nunes se apresenta como funcionário da prefeitura de Campinas. Imagens gravadas pela EPTV mostram que entre os amigos dele no site de relacionamento estão o secretário da Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto, a filha do prefeito, Manuela Santos e ex-secretário e atual deputado, Gerson Bittencourt.

Primeira dama

Há seis dias, a EPTV mostrou que a primeira-dama e secretária chefe de gabinete da prefeitura, Rosely Nassim Santos, omitiu a empresa Solução Transporte e Logística Ltda na declaração de bens dela. A correção foi oficializada em uma publicação no Diário Oficial do município na terça-feira (19).

Em coletiva no dia (18), o secretário de comunicação Francisco de Lagos, leu uma nota oficial em nome de Rosely,  alegando que o nome da empresa não constava da declaração pública de bens e da declaração de imposto de renda por uma “falha administrativa”.

O advogado de Rosely, Eduardo Pizarro Carneló,  disse por várias vezes na entrevista coletiva que a Rosely não é administradora da empresa, mas “apenas sócia quotista”, e que ela nunca tinha estado na empresa. Ainda segundo o advogado ela compunha o quadro societário para “ajudar” o irmão a levantar recursos com as instituições bancárias.

Na ocasião, a EPTV questionou o fato de a primeira-dama não ser uma simples cotista, mas ter se esquecido que tinha participação majoritária na empresa. Lagos respondeu que isso é comum e garantiu que a empresa não tem contratos com poderes municipal, estadual, federal, empresas ou autarquias municipais, incluindo a Sanasa.

Também foi perguntado como a primeira-dama saberia da existência de contratos com empresas públicas já que ela nunca tinha estado na empresa. O mesmo secretário de comunicação respondeu que a primeira-dama “conversa com o irmão e sabe que não há”.

Respostas

No fim da tarde, a EPTV conversou com o coordenador de comunicação da prefeitura, Francisco de Lagos. Ele confirmou que Edmar Gonçalves é funcionário, que mora na rua Artur de Freitas Leitão, 755, no bairro Nova Campinas, mas disse não ter nada de errado nisso. Lagos garantiu que o endereço não é da empresa da esposa do prefeito, e que foi usado como referência na Junta Comercial, apenas por uma questão jurídica. Lá, segundo ele, funciona o escritório político do prefeito Hélio de Oliveira Santos. E que Edmar mora em uma casa nos fundos.

Depois disso, voltamos a falar com o promotor Amauri Silveira Filho. Para ele, a informação dada por Lagos não muda nada a investigação do Ministério Público. Ele ainda considera suspeito que um funcionário da prefeitura more no endereço de uma empresa que faz parte das investigações.

Uma resposta

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