Reforma Política, dissidências partidárias, Jales, Alcaide Parini, Analice Fernandes e o Estadista, o PT o PSDB e a Páscoa.

O momento vivido.

No Congresso Nacional se destaca o debate da Reforma Política, que o Líder do Partido dos Trabalhadores, Deputado Paulo Teixeira (nosso Deputado) declarou como prioridade nacional,  e entra em campo o Ex-Presidente Lula demonstrando a importância do tema.

Mal acabamos de assimilar os resulatados das eleições de 2010. Apenas uma centena de dias transcorreram dos Governos recem eleitos. Ainda existem pendências quanto aos resultados das disputas  juridico/eleitorais decorrentes da aplicabilidade prática, ou não, da Lei da Ficha Limpa.

Os meios políticos já vivem intensa movimentação, com articulações de bastidores visando as eleições. 2012 que já bate às portas da população. Candidatos são lançados informalmente, alguns como balão de ensaio, de norte à Sul do Brasil. O debate não chega, ainda, ao povão que permanece focado na sua faina diária e para o qual, vivemos apenas a fase de especulações.

As eleições 2012 como pauta restrita.

A capital paulista, maior cidade brasileira, onde se concentram eleitores, poder econômico e consequente peso político, ferve em fogo não tão brando o tabuleiro do xadrês eleitoral. O atual prefeito Kassab lança novo partido, PSD explicitando as intensas movimentações no arco DEMO/Tucano. O Vice Presidente da República,  Michel Temmer, anuncia a candidatura do Deputado Gabriel Chalita pelo PMDB, o PCdoB laça Netinho de Paula. Para darmos dois exemplos no Campo da centro/esquerda. Enquanto isto Lula também entra em campo com a tarefa anunciada de vitaminar pessoalmente o PT em Minas e São Paulo, onde vários nomes de expressão se colocam à serviço da disputa.

Congresso, Reforma Política, e Projetos de Poder.

Em Brasília os debates da Reforma Política ainda não chegaram formalmente ao Plenário, estão ainda no ambito da Comissão Especialmente instalada para tratar do tema. Na Comissão vão se estabelecendo alguns consensos. Divergências estão sendo trabalhadas para que as votações e definições sejam válidas para as eleições de 2012, signifca que neste ano o jogo tem que estar definido. As propostas vão do voto em lista com financiamento público exclusivo de campanha, num extremo ao outro, com voto nominal distrital,  implantação de distritinhos nos municípios com regulação das contribuições financeiras empresariais.

Nos corredores do Congresso, de forma velada como regra, sopram os ventos da eleição de 2014, onde os Vereadores e Prefeitos a serem eleitos em 2012 funcionam como cabos eleitorais de luxo. O fortalecimento dos Partidos políticos é discurso recorrente mas enfrentará as conveniências individuais e grupais que não funcionam na base das disputas de projetos ideológicos. Travestem o Coronelismo da cooptação e compra de currais em defesa da liberdade de escolha. O homem, acima dos partidos é defendido com discursos empolados dos Coronéis que querem institucionalizar seus distritos eleitorais (leia-se currais).

Aparentemente alguns pontos da chamada reforma política estão acordados. Merece destaque o fim das coligaçõs para as eleições proporcionais. Em se confirmando o acôrdo, ficam proibidas as coligações para Vereador, Deputado Estadual e Deputado Federal. Com isto, mesmo quando acontecer coligação para as eleições majoritárias (Prefeito em 2012) cada partido terá de lançar chapa própria de Vereadores, acabando com os “donos de legenda” muito comuns nas eleições municipais. São tambem conhecidos como “linguas de aluguel” nas eleições estaduais e nacional.

O fato é  que sem participação popular intensa nos debates dos rumos da “reforma política” ela tende a se transformar num jogo de acertos entre os detentores de mandatos visando a manutenção do Poder em mãos dos atuais “representantes do povo”.  O chamado jogo do Poder.

Fortalecimento dos Partidos Políticos (do discurso à prática).

Dentro dos Partidos,  mais fortes e consolidados, especialmente dentro do PT e agora do PSDB todos falam à favor do fortalecimento, da fidelidade partidária, da necessidade de projetos coletivos, ideológicos, claros. Falamos todos que os homens são, e devem ser, menores que as instituições. Logo, o que importa é o partido (instituição), que deve estar acima da pessoa  (governante de plantão). Assim as infidelidades partidárias devem ser tratadas com rigor. Deve-se punir as práticas dos “acôrdos táticos” pelo bem comum. (c0mum de quem né???...)

Neste fim de semana a imprensa de Jales, no Noroeste Paulista noticiou.

Para o Jornal de Jales,  mereceu manchete o anúncio feito pela deputada Analice Fernandes (PSDB) de que estaria reservando R$ 300 mil no orçamento do governo estadual para recapeamento em Jales.

Outras manchetes do jornal A TRIBUNA : “Analice chama Parini de grande estadista”; Na coluna Enfoque, o jornalista Paulo Reis Aruca trata dos bastidores da política jalesense e contesta a afirmação da deputada Analice Fernandes, que classificou o prefeito de Jales como “um grande estadista”.

Pensamento Paroquiano

No contexto acima foi inevitável a lembrança das ultimas eleições em Jales. Em 2008 o PSDB quase não lançou candidatura própria. Só lançou para cumprir tabela depois de ameaças de intervenção por parte da direção estadual. Bem como, em 2010, o então Prefeito Parini – PT, não teve o menor constrangimento em embandeirar sua residência com material de campanha da então candidata tucana Analice Fernandes. Isto tudo sem que se conheça consequencias das atitudes.

Ficamos agora cheios de dúvidas. Estariam Analice Fernandes e Parini propensos a repetir em Jales os movimentos de Kassab e dos Vereadores naquela Cãmara Municipal buscando a criação de um novo partido para contornar a fidelidade partidária?  Estaria Analice Fernandes sendo atraída para o PT pela força do Estadista Humberto  Parini? Teriam ambos firmado acôrdo, já prevendo a eventual futura condenação de Parini à perda de seus Direitos Políticos ? (São intensas as especulações quanto a isto na cidade)…  O que pensam os possíveis candidatos a prefeito em 2012, que estão atualmente na base de sustentação do Alcaide Parini? (quem é base real?)

PT, PSDB reforma política e mundo real.

O “caso” Jales é representativo da política coronelista ainda presente em muitos rincões deste nosso Brasil varonil. Todos estes eventuais acôrdos em defesa do “bem comum”, “acima dos partidos” se farão representar por articulações e pressões junto ao Congresso Nacional por ocasião da votação da reforma política.

Estabelece a nossa Constituição Federal que “Todo Poder emana do Povo que o exerce através de seus representantes eleitos, OU DIRETAMENTE NA FORMA DA LEI” (grifo nosso). Caso desejemos nos transformar, de gado (massa) em povo (cidadãos) será preciso que nos organizemos e participemos diretamente da decisão dos rumos da nação. Se não o fizermos, estejamos certos de que nossos “representantes” o farão.

É mais ou menos como se, no dia de hoje, meu Deputado, Paulo Teixeira publicasse no twitter que os óvos de pascoa estão deliciosos. Eu, que não comi nenhum, me sentisse preocupado com o surgimento de espinhas em meu rosto, pela ação de meu representante.

Feliz Páscoa! (espero que ele não exagere nos chocolates)…

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