Prédio dos ministérios das Comunicações e dos Transportes pega fogo

Sabrina Craide – Agência Brasil

Brasília – O Bloco R da Esplanada dos Ministérios, onde funcionam os ministérios das Comunicações e dos Transportes, pegou fogo na tarde de hoje (19). O prédio já foi evacuado e o Corpo de Bombeiros já está no local.

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, estava em uma reunião de trabalho no 6º andar. Ele disse que todos conseguiram descer pelas escadas, sem maiores problemas. “Estava já com bastante fumaça, mas todos desceram sem pânico. Foi um susto.”

Uma funcionária do Ministério das Comunicações passou mal e precisou ser levada de ambulância para um hospital. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, não estava no prédio na hora do incêndio, pois participa de um evento no Rio de Janeiro.

Segundo os brigadistas do prédio, o incêndio pode ter começado na subestação da Companhia Energética de Brasília (CEB), no subsolo do prédio. O Corpo de Bombeiros informou que o prédio já está evacuado e que não há vitimas.

Edição: Nádia Franco

PR forma bloco com PTB e volta à base governista no Senado

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

A bancada do PR no Senado decidiu nesta terça-feira formar um bloco partidário com o PTB, o que na prática representa a volta dos senadores do partido à base de apoio da presidente Dilma Rousseff. Há pouco mais de um mês, os senadores do PR haviam rompido com o governo para fazer oposição a Dilma no Senado – mas voltaram atrás depois de serem recebidos hoje pela presidente.

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O líder do PR no Senado, Blairo Maggi (MT), negou que Dilma tenha oferecido o Ministério dos Transportes à bancada do Senado como contrapartida ao retorno à base. O ministério é a principal reivindicação do PR junto ao governo. “Não tratamos de ministério, nem vamos tratar”, disse.

O senador afirmou que agiu no “calor das emoções” quando anunciou o ingresso do PR na oposição. “A nossa manifestação, naquela ocasião, foi mais pela falta de atenção do governo com o partido.”

Dilma se reuniu hoje com Maggi, no Palácio do Planalto, na tentativa de se reaproximar do partido. Apesar do líder adotar o discurso de que o PR continuará “independente” nas votações do Senado, ele admite que a sigla está mais próxima do governo e fora da oposição.

“A presidente me convidou para voltarmos a conversar. É um bloco de apoio porque o PTB faz parte do governo. O PR está voltando a namorar com o governo.”
O PR decidiu se unir com o PTB para ter mais força política no Senado. Juntos, as duas siglas somam 12 senadores. “Queremos participar mais ativamente no Senado. Ficar sem bloco nos deixa em desvantagens nas relatorias e nas comissões”, disse o líder.

CRISE

A crise entre o partido e Dilma começou com a queda de Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes, em julho passado. A presidente decidiu manter o secretário-executivo, Paulo Passos, na titularidade da pasta e delegou à ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) a negociação com o PR sobre a indicação de um novo nome do partido.

Sem a definição do governo, o partido anunciou que faria oposição a Dilma no Senado. Na época, Maggi disse que os senadores voltariam à base se a presidente entregasse à pasta um nome apoiado pelo partido

Planalto exonera mais cinco dos Transportes (agora são 27)

Desde o início da crise, em junho, 27 pessoas ligadas ao ministério foram afastadas ou pediram demissão em razão das denúncias de corrupção

Rosana de Cássia, da Agência Estado

BRASÍLIA – Mais cinco pessoas ligadas ao Ministério dos Transportes tiveram a exoneração publicada na edição desta terça-feira, 2, do Diário Oficial da União. Entre eles há dois diretores. Desde o começo de julho, 27 já foram afastados ou pediram demissão em razão de denúncias de corrupção no ministério.

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Nesta terça, quatro dos exonerados são ligados ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit): Hebert Drummond, do cargo de diretor de Infraestrutura Aquaviária; Nadja Tereza Monteiro de Oliveira, da coordenação-geral de cadastro e licitações; Jeanine Santana Ferrari, do cargo de coordenadora de Licitações de Obras e Serviços de Engenharia e Nei Japur, da coordenação de Administração Patrimonial.

A quinta exoneração é de Amaury Ferreira Pires Neto, do cargo de diretor do Departamento do Fundo da Marinha Mercante da Secretaria de Fomento para Ações de Transportes do Ministério dos Transportes.

Foram oficializadas ainda as demissões “a pedido” do diretor-executivo do (Dnit), José Henrique Coelho Sadok de Sá, e do diretor de Infraestrutura Ferroviária do órgão, Geraldo Lourenço de Souza Neto.

Crise. Nas últimas semanas, a presidente Dilma Rousseff afastou 27 pessoas no setor dos Transportes, a maioria ligada ao PR, por suspeitas de participar de um esquema de propina. Com os cargos ainda vagos, a presidente deu poderes para o Conselho de Administração do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) nomear uma diretoria temporária do órgão. Os nomes dos diretores efetivos devem ser indicados ainda nesta semana.

 

Sairão todos independente de partidos, diz Dilma sobre Dnit

A presidente Dilma Rousseff afirmou na sexta-feira, em conversa com cinco jornalistas no Palácio do Planalto, que vai afastar toda a diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec, empresa responsável pelas ferrovias. “Estamos fazendo uma renovação. Todos sairão, independentemente de endereços partidários”, disse a presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dilma não quis revelar quem será o substituto do diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, nem de Hideraldo Caron, que comandava o departamento de infraestrutura rodoviária. A presidente afirmou, no entanto, que enviará ao Congresso uma lista com os nomes dos novos diretores logo na primeira semana de agosto, quando deputados e senadores voltarem do recesso. Ela ainda afirmou não acreditar em retaliações dos parlamentares após as demissões nos Transportes. “Eu não acredito que deputados e senadores queiram que o governo não funcione”, afirmou a presidente

Líder do PR apoia Dilma em demissões, mas critica tratamento a parlamentares

Para deputado, presidenta poderá enfrentar problemas com o Legislativo no segundo semestre

Por: Redação da Rede Brasil Atual

São Paulo – O líder do PR na Câmara dos Deputados, Lincoln Portela (MG), elogiou as medidas da presidenta Dilma Rousseff em relação ao Ministério dos Transportes, mas reclamou do tratamento dado à base aliada. Com mais três servidores exonerados, o número de funcionários afastados do governo chegou a 16.

O deputado afirmou que Dilma foi “corretíssima” ao afastar as pessoas que supostamente estejam envolvidas em casos de corrupção. Para ele, a conduta adotada no episódio do Ministério dos Transportes deve valer para todos os partidos aliados. Entretanto, Portela alertou a presidenta quanto à forma com que a base aliada está sendo tratada. Segundo ele, caso não haja mudanças, Dilma poderá enfrentar problemas na condução dos trabalhos legislativos no segundo semestre. Segundo ele, o Executivo age com morosidade na liberação de emendas parlamentares, inclusive dos chamados “restos a pagar”, ainda dos orçamentos da União de 2008 e 2009.

“Na última hora a presidenta cede (ao pagamento das emendas) e os parlamentares ficam com fama de chantagistas. Não cabe ao Palácio do Planalto deixar transparecer a imagem de que somos chantagistas. A liberação das emendas é o cumprimento da lei orçamentária”, afirmou Portela.

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PDT-BA), concorda com a análise do parlamentar do PR. Segundo ele, a presidenta Dilma e os ministros isolaram os deputados de sua base no primeiro semestre. “Há uma queixa generalizada por causa do isolamento imposto por alguns ministros”. O pedetista acrescentou que “o tratamento tem que ser recíproco”, uma vez que os aliados votaram matérias fundamentais para o Executivo, de acordo com as orientações recebidas.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) disse que “desde que não sejam cometidas injustiças”, não haverá qualquer problema na base no retorno do recesso parlamentar. Quanto à liberação das emendas parlamentares, ele destacou que boa parte dos restos a pagar dos orçamentos da União de 2008 e 2009 já foram liberados, e outras emendas deverão ser pagas no decorrer de 2011.

A uma pergunta sobre o temperamento da presidenta e se a forma como ela atuou nas demissões contribuiria para um isolamento em relação à base, o líder do governo no Congresso, Mendes Ribeiro (PMDB-RS), disse que “não vê nada disso”. Ele acrescentou que “respeita quem pensa assim”, mas não pode partir do princípio que o Congresso está distante da presidenta. “Isso não ajuda o Brasil.”

O perfil de Dilma, segundo interlocutores, exige mais atenção do próprio governo e do PT no que diz respeito ao medo de afastar parlamentares da base aliada, principalmente de partidos que já passaram por atritos ou ruídos entre a condução do governo, incluindo ministros, com deputados e senadores.

Com informações da Agência Brasil

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Ministério dos Transportes tem mais 3 demissões; total vai a 15

As denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes levaram o governo a exonerar mais três funcionários nesta quarta-feira. As demissões foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) e assinadas pelo ministro Paulo Sérgio Passos e pelo diretor-presidente da Valec, Antonio Felipe Sanchez Costa. Com a decisão, o número total de demissões desde o início do mês subiu para 15.

Foram exonerados Eduardo Costa, assessor no Ministério dos Transportes; Pedro Ivan Guimarães Rogedo, assessor na Valec, empresa estatal do setor de ferrovias; e Cleilson Gadelha Queiroz, gerente de licitações e contratos da Valec. Ontem, o DOU já havia publicado seis exonerações na pasta.

A queda do ministro dos Transportes
Uma reportagem da revista Veja do início de julho afirmou que integrantes do Partido da República teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do Ministério dos Transportes. O negócio renderia à sigla até 5% do valor dos contratos firmados pelo ministério sob a gestão da Valec (estatal do setor ferroviário) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

O esquema seria comandado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto. Mesmo sem cargo na estrutura federal, ele lideraria reuniões com empreiteiros e consultorias que participavam de licitações do governo no ramo. Pelo menos dois assessores diretos do então ministro, Alfredo Nascimento (PR), foram afastados dos cargos. Também deixaram suas funções o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves.

O PR emitiu nota negando a participação no suposto esquema e prometendo ingressar com uma medida judicial contra a revista. Nascimento, que também negou as denúncias de conivência com as irregularidades, abriu uma sindicância interna no ministério e pediu que a Controladoria-Geral da República (CGU) fizesse uma auditoria nos contratos em questão. Assim, a CGU iniciou “um trabalho de análise aprofundada e específica em todas as licitações, contratos e execução de obras que deram origem às denúncias”.

Apesar do apoio inicial da presidente Dilma Rousseff, que lhe garantiu o cargo desde que ele desse explicações, a pressão sobre Nascimento aumentou após novas denúncias: o Ministério Público investigava o crescimento patrimonial de 86.500% em seis anos do filho do ministro, Gustavo. Diante de mais acusações e da ameaça de instalação de uma CPI, o ministro não resistiu e encaminhou, no dia 6 de julho, seu pedido de demissão à presidente

Com novas denúncias, ministro dos Transportes afasta interino do Dnit

Pasta controlada pelo PR segue palco de mudanças. Investigação será conduzida

Por: Yara Aquino

 

Brasília – O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, decidiu, desta sexta-feira (15), afastar temporariamente o diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), José Henrique Sadok. Ele estava respondendo interinamente pela diretoria-geral do órgão, em substituição a Luiz Antônio Pagot, que tirou férias após ter o nome envolvido em denúncias sobre um esquema de cobrança de propina no Ministério dos Transportes.

Em nota, o ministro Paulo Sérgio Passos informou que também constituiu comissão de processo administrativo disciplinar para apurar os fatos noticiados na edição desta sexta do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a matéria, a Construtora Araújo Ltda, da esposa de Sadok, Ana Paula Batista Araújo, tem contratos que somam pelo menos R$ 18 milhões para obras em rodovias federais entre 2006 e 2011, todas vinculadas a convênios com o Dnit.

De acordo com o jornal, a construtora de Ana Paula é responsável por obras em rodovias de Roraima e os contratos tiveram aditivos que aumentam prazos e valores. Sadok disse ao jornal que os contratos são com o governo de Roraima e que foram realizados por meio de licitação.

Na última segunda-feira (12), o ministro dos Transportes disse que começaria sua gestão fazendo “ajustes” na pasta, o que incluira a troca de nomes do comando de órgãos ligados ao ministério e mudanças na forma de contratação de projetos para evitar irregularidades.

As mudanças nos Transportes começaram após denúncias publicadas pela revista Veja sobre um esquema de cobrança de propinas no ministério. As denúncias levaram o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, pedir demissão do cargo, que agora é ocupado por Paulo Sérgio Passos.

Fonte: Agência Brasil

Líder do PR: “Pagot pode pedir demissão”

Lincoln Portela (Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara)

Líder do PR na Câmara, o deputado Lincoln Portela afirmou que o partido é favorável ao afastamento do diretor-executivo do Dnit, José Henrique Sadok de Sá, contanto que “justiça seja feita” caso as denúncias de corrupção não sejam comprovadas.

“A presidente tem esse estilo de afastar quando há suspeita, o que é bom. O que não pode acontecer é a pessoa ser execrada se não forem comprovadas as denúncias”, disse em entrevista ao Poder Online.

Sobre a recondução de Luiz Antonio Pagot ao cargo, Portela reafirmou que a decisão é da presidenta, mas admitiu a possibilidade de ele pedir demissão: “Ele pode pedir demissão também. Na semana passada, ele falou que queria ficar no cargo, mas pode acontecer de ele mudar de ideia”.

Poder Online: O que o senhor acha da decisão do governo de também afastar o Sadok do Dnit?

Lincoln Portela: A presidente tem toda a competência para afastar quem ela quiser quando tiver dúvidas em relação a denúncias. Que seja investigado. Agora, se não for encontrado nada, que justiça seja feita. A presidente tem esse estilo de afastar quando há suspeita, o que é bom. O que não pode acontecer é a pessoa ser execrada se não forem comprovadas as denúncias.

Poder Online: E como fica o partido com o afastamento de mais um integrante do Dnit?

Lincoln Portela: O PR é totalmente a favor da investigação, tanto que, quando começaram as denúncias, fomos nós que convidamos o Nascimento e o Pagot para prestar esclarecimentos.

Poder Online: O fato de Pagot continuar na pasta não pode aumentar a crise? Novas denúncias estão surgindo…

Lincoln Portela: É da competência da Dilma reconduzi-lo ou não ao cargo. Agora, estamos num estado democrático de direito, onde a presunção de inocência é constitucional. A gente sabe que tem interesses mil por trás dessas denúncias, por isso é importante ter cuidado. Até agora, nenhuma das denúncias foi comprovada.

Poder Online: Ou seja, o senhor defende que o Pagot continue na pasta, já que as denúncias contra ele não foram comprovadas?

Lincoln Portela: Veja só, não estou defendendo que ele fique nem que saia. Isso é algo que a presidente vai definir. Ela pode dizer que não viu nenhuma corrupção, que nada foi comprovado, mas prefere que ele saia por achar que não é conveniente continuar à frente do órgão. E, de repente, ele pode pedir demissão também. Na semana passada, ele falou que queria ficar no cargo, mas pode acontecer de ele mudar de ideia. O Nascimento, por exemplo, foi quem pediu demissão.

Poder Online: Se o Pagot for demitido, o PR já tem um nome para indicar ao cargo?

Lincoln Portela: O PR neste momento não está fazendo nenhuma indicação.

Poder Online: Como estão as relações entre o partido e a presidenta Dilma?

Lincoln Portela: Nunca tive problema com a presidente, apenas discordei dos métodos do Planalto na indicação do Paulo Sérgio. Estamos há dezesseis anos neste projeto político, e vamos continuar nele. Mas o fato de sermos da base não significa que precisamos dizer “amem” para tudo.

Dilma decide e Paulo Sergio Passos é o novo Ministro dos Transportes.

via Ninho da Vespa

  No meu governo mando eu

Esse é recado que a presidente Dilma Rousseff passa aos políticos com a nomeação do técnico Paulo Sérgio Passos ao Ministério dos Transportes; ela dá mostras de não temer chantagens no futuro e, no presente, exibe independência; mas conseguirá superar a ‘lei do sempre foi assim’?

Os sinais mostrados ao público estão invertidos no caso da nomeação do novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Ele é uma indicação pessoal e, como se provou, intransferível da presidente Dilma Rousseff – e não, como quis mostrar o PR (Partido da República), uma concessão de seus senadores à presidente. Na verdade, apesar de chantagens explícitas ventiladas no final de semana, a mais cabeluda dando conta que o diretor executivo do DNIT Luiz Antonio Pagot, em férias, teria muitas histórias constrangedoras a contar sobre a gestão ministerial, Dilma resolveu fazer valer a sua própria vontade.

Desde o primeiro momento, a presidente havia cravado o nome de Passos, que saiu como interino da reunião que decidiu pela demissão de Alfredo Nascimento. Já àquela altura, na quarta-feira da semana passada, o PR defendia um nome da sua chamada confiança para o período de transição até a indicação de um nome definitivo. Surgiu, neste momento, a alternativa Blairo Maggi, que aliaria o passaporte político com a experiência administrativa de ter sido senador. Nesse caso, porém, os compromissos empresariais do senador – e a empáfia explícita dos parlamentares do PR – puseram tudo a perder. Primeiro, Blairo deixou vazar de Cuiabá que não estaria disposto a aceitar, enquanto quadros do PR como o deputado Lincoln Portela (PR-MG), já no dia seguinte à queda de Nascimento, saiam dizendo que a política tinha seu próprio tempo. “Só depois de nos reunirmos na quarta-feira vamos indicar o nome para o Ministério”, dizia Portela, apontado para o dia 13 desta semana. Ele ficou falando sozinho.
Ao atropelar “o tempo da política” e fazer um técnico da sua confiança como ministro, a presidente mandou um recado curto e duro, o de que não está disposta a tolerar a política de “porteiras fechadas” que vigorou no governo Lula e, mais ainda, avisa que prefere atuar com um ministério de perfil técnico em primeiro plano frente ao político. Não é pouca coisa. A aposta da presidente no enfrentamento da lei do ‘sempre foi assim’ terá, muito provavelmente, uma contrapartida em ataques, de várias direções, saídos dos campo governista. Mas ela acredita ter uma maioria ainda mais sólida do que nas primeiras semanas do governo para dirigir o seu próprio rolo compressor e fazer, finalmente, uma gestão ao seu jeito e semelhança. Se ela vai ganhar, o tempo vai dizer. Mas que está agindo com coragem e independência, isso o presente já dá mostras.

A ‘espinha de peixe’ ferroviária que começa a se formar no País

Republicamos o texto do blog do planalto que nos enche de esperança e orgulho ao vermos ressurgirem as Ferrovias Brasileiras que foram destruídas nos governos passados, num crime de lesa pátria que a história vai julgar.

Não podemos tambem esquecer, que Jales nossa cidade, até para Estrela D’Oeste está perdendo terreno. Talvez este seja o preço a pagarmos pelo esquecimento que teve nosso Governante Municipal e alguns dirigentes, da máxima do Barão de Itararé: “certos políticos confundem a vida pública com a privada”.

 Trecho da ferrovia Norte-Sul no município de Colinas (TO) visitado pelo presidente Lula este ano. Foto: Edsom Leite/Ministério dos Transportes

Ferrovias
Na semana passada, durante cerimônia de encerramento da 36ª Reunião Ordinário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, Lula comemorou o fato de o Brasil ter hoje três das principais obras no mundo em ferrovias — Norte-Sul, Oeste-Leste e Transnordestina. O orgulho não é para menos. Os três projetos representam milhares de quilômetros de desenvolvimento e integração para o País, além de emprego e renda para milhares de trabalhadores, e terão continuidade no governo Dilma Rousseff, a partir de 2011, por representarem novos tempos para o Brasil em termos de transporte de carga, facilitando e barateando o seu custo.

Nesta segunda parte de nossa série especial sobre ferrovias, falaremos sobre essas três grandes obras ferroviárias que formam, nas palavras de Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), uma ‘espinha dorsal de peixe’ pelo País. Confira a segunda parte da entrevista com Figueiredo, em que detalha os três projetos.

Com extensão de 2.254 quilômetros — ligando o Porto de Itaqui, no Maranhão, ao município de Estrela d’Oeste, em São Paulo — a ferrovia Norte-Sul se destaca no plano nacional de expansão da malha férrea nacional. Seu traçado foi retomado pelo governo do presidente Lula como prioridade no incremento do transporte nacional. Agora em dezembro será entregue o trecho até Anápolis (GO) e dado o início das obras entre a cidade goiana e Estrela d’Oeste (SP). Obra do PAC, a ferrovia teve R$ 5,02 bilhões em investimentos até o final deste ano e terá mais R$ 1,5 bilhão a partir de 2011 para entrar em operação em 2012.

Outro projeto considerado essencial para dar uma nova cara à malha ferroviária brasileira é a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que começa a sair do papel ainda este mês. Para tanto o presidente Lula reservou em sua agenda uma data para participar da cerimônia de início das obras dos 1.490 quilômetros da linha férrea que ligará o porto privado de Ilhéus (BA) ao município de Figueirópolis (TO). As obras da Oeste-Leste já deveriam estar sendo tocadas há meses, mas a falta de licença ambiental para as obras no porto de Ilhéus atrasaram os planos.

Já a Transnordestina, sempre muito citada pelo presidente Lula em seus discursos, não só por sua importância estratégica no modal viário do País mas também como geradora de empregos e renda no Nordeste, terá um total de 1.728 quilômetros de extensão, cortando os estados de Pernambuco, Piauí e Ceará. O investimento total previsto no projeto é de R$ 4,45 bilhões.

Na próxima quarta-feira 15/12), o Blog do Planalto traz o terceiro post da série sobre Ferrovias, com mais uma parte da entrevista com Bernardo Figueiredo, da ANTT, sobre os estudos da Valec para viabilizar o trem de passageiros entre Brasília e Goiânia, um sonho antigo na região Centro-Oeste. Figueiredo explica também os motivos que levaram o governo a adiar para abril de 2011 o leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV), ligando as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.